Meninges

  Ribeiro, L.F.C.; De Quadros, Â.A.G.; Lima, B.; Brancalhão, R.M.C.; Kunz, R.I.¹

  O sistema nervoso central é envolvido pelas meninges dura-máter, aracnoide-máter e pia-máter. Por ser mais espessa, a dura-máter é também chamada de paquimeninge, já as outras duas constituem a leptomeninge (meninge fina).

  A dura-máter é a mais externa, formada por abundantes fibras colágenas que a tornam espessa e resistente. É ricamente vascularizada e, ao contrário das outras meninges, inervada. Como o encéfalo não possui terminações nervosas sensitivas, toda a sensibilidade intracraniana se localiza na dura-máter e nos vasos sanguíneos, sendo responsáveis, desse modo, pela maioria das dores de cabeça.

  A superfície externa é revestida por um epitélio simples pavimentoso de origem mesenquimatosa. Sua porção espinal envolve toda a medula e continua cranialmente com a dura-máter craniana. Caudalmente, ela termina em um fundo-de-saco, ao nível da vértebra S2. Seus prolongamentos laterais embainham as raízes dos nervos espinais, em continuidade com o epineuro.

  No encéfalo, a dura-máter é formada por dois folhetos - externo e interno -, dos quais apenas o interno continua com a dura-máter espinal. O folheto externo adere intimamente a lamina interna dos ossos do crânio e comporta-se como periósteo destes ossos, porém sem capacidade osteogênica, o que torna impossível a regeneração de perdas ósseas na abóboda craniana. O folheto interno, por sua vez, destaca-se do folheto externo em algumas regiões para formar pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos que se comunicam amplamente e abrigam as estruturas encefálicas.

  Entre a dura-máter e o periósteo da coluna vertebral se forma o espaço peridural, que contém veias de parede muito delgada, tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo, sendo chamado de plexo venoso vertebral. Já entre a dura-máter e a aracnoide-máter não há espaço em condições normais. Porém, como é um local de fácil clivagem, ao se acumular sangue nessa região forma-se o espaço subdural.

  A aracnoide-máter se dispõe entre a dura-máter e a pia-máter. Compreende um folheto justaposto à dura-máter e um emaranhado de trabéculas, as trabéculas aracnóideas, que unem este folheto à pia-máter. É formada por tecido conjuntivo sem vasos sanguíneos e suas superfícies são todas revestidas pelo mesmo tipo de epitélio simples pavimentoso, de origem mesenquimatosa, que reveste a dura-máter.

  Entre a aracnoide-máter e a pia-máter encontra-se o espaço subaracnóideo, que contém uma quantidade razoável de líquido cerebroespinal, constituindo um colchão hidráulico que protege o sistema nervoso central contra traumatismos. Esse espaço comunica-se com os ventrículos cerebrais, mas não tem comunicação com o espaço subdural.

  A pia-máter é a meninge mais delicada e mais interna. Sua superfície externa é revestida por células achatadas, originadas do mesênquima embrionário. É ricamente vascularizada e aderente ao tecido nervoso, embora não fique em contato direto com células ou fibras nervosas. Entre a pia-máter e os elementos nervosos situam-se os prolongamentos dos astrócitos, os quais se unem firmemente à face interna dessa meninge. Na medula espinal, penetra na fissura mediana anterior e caudalmente, após o cone medular, continua como um filamento esbranquiçado – o filamento terminal – até o hiato sacral.

Bibliografia utilizada:

MACHADO, A.; HAERTEL, L. M. Neuroanatomia Funcional 3 ed. São Paulo: Ateneu, 2014.

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica 10 Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2004.

 

¹ Como citar:

  • Nas referências: RIBEIRO, L.F.C.; DE QUADROS, Â.A.G.; LIMA, B.; BRANCALHÃO, R.M.C.; KUNZ, R.I. Tecido nervoso, 2016. Disponível em: . Acesso em: 16 de jul. 2016. (conforme data de acesso ao site);
  • No texto: Ribeiro et al. (2016) ou (RIBEIRO et al., 2016).

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