Produções
Dissertações
- O processo de formação de conceitos nas crianças de 4 a 6 anos de idade
Autora: Fernanda Maeli Tartari
Esta pesquisa foi desenvolvida por meio do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação - nível de Mestrado - área de concentração: Educação, linha de pesquisa Cultura, Processos Educativos e Formação de Professores, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE. Faz parte das pesquisas realizadas no Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Ensino e Aprendizagem e Teoria Histórico-Cultural (GEPEATH). O ensino das crianças pequenas, principalmente no período de transição da Educação Infantil para os anos iniciais, é fundamental para a sequência dos anos de escolarização. Nesse período, as crianças dão continuidade e consolidam as bases do seu desenvolvimento, iniciada desde sua entrada na educação básica. Neste sentindo, nosso estudo tem como tema de pesquisa a formação dos conceitos pelas crianças no início da escolarização. Temos como objetivo compreender como se dá a formação dos conceitos nas crianças de 4 a 6 anos de idade. Para esse estudo, realizamos uma pesquisa qualitativa, de cunho bibliográfico, fundamentada nas obras da Teoria Histórico-Cultural, tendo como principais referências os textos de L. S. Vigotski, seus colaboradores, estudos da psicologia e educação soviética. Também, utilizamos as contribuições de pesquisadores contemporâneos, que realizam suas investigações a partir dos autores clássicos desta Teoria. Desse modo, iniciamos o texto apresentando algumas pesquisas realizadas no Brasil, em nível de Mestrado e Doutorado na área da Educação, que abordam a formação a partir deste referencial teórico. Na sequência, buscamos identificar o contexto histórico e surgimento da Teoria Histórico-Cultural, assim como seus fundamentos teóricometodológicos. Nessa perspectiva, abordamos brevemente o processo de desenvolvimento psicológico humano, em específico, o desenvolvimento da criança de 4 a 6 anos de idade. Posteriormente, procuramos entender os estágios de formação do conceito pelos quais as crianças passam (sincréticos, complexos, conceitos) e a formação da ação mental. Nesse processo, cabe destaque ao papel do docente como responsável pelo planejamento de ensino e pela atividade pedagógica, para promover as bases da formação dos conceitos científicos nas crianças. Em seguida, refletimos sobre as relações entre a formação dos pseudoconceitos e os conceitos potenciais ainda na idade préescolar. Também analisamos o desenvolvimento psíquico por meio da atividade principal e da ação mental. Desta maneira, consideramos que o processo de ensino deve abordar as experiências da criança em idade pré-escolar, onde a compreensão dos fenômenos está no estágio dos pseudoconceitos. Porém, por meio da organização sistemática das estratégias de ensino, precisamos orientá-la a abstrair os atributos e propriedades essenciais dos fenômenos estudados, com o intuito de promover a internalização destes conhecimentos em forma de conceitos potenciais. Nessa trajetória, compreendemos que a organização do ensino com o objetivo de formar conceitos, pode ser desenvolvido pela formação das etapas da ação mental. Durante a atividade de ensino, se faz necessário contemplar a brincadeira, pois esta é a atividade guia da criança com 4 a 6 anos de idade, sendo a que governa as mudanças mais relevantes nos processos psíquicos neste período. Concluímos que nesse curso de desenvolvimento, o docente possui papel fundamental, já que é o responsável pela organização do ensino sistematizado, na instituição escolar.
http://tede.unioeste.br/handle/tede/4482
- Dificuldades de aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental: análise dos encaminhamentos escolares à equipe multidisciplinar da educação
Autora: Patrícia Aparecida Stürmer
Essa pesquisa faz parte das realizadas no Grupo de Pesquisa sobre Ensino, Aprendizagem e Teoria Histórico-Cultural (GEPEAThc). Está inscrita na linha de pesquisa Cultura, Processos Educativos e Formação de Professores, que investiga as inter-relações entre cultura e educação, formação de professores, processos educativos formais e não formais em suas dimensões teórico-práticas, sócio-políticas e pedagógicas. Nossa pesquisa é um estudo de caso das escolas de ensino fundamental da rede municipal de ensino de Maravilha/SC. Seu objetivo é a sistematização e a análise dos dados provenientes da avaliação dos professores no momento dos encaminhamentos de crianças com indicativos de dificuldades de aprendizagem. A ênfase está nos motivos utilizados pelos professores ao encaminharem as crianças dos primeiros, segundos e terceiros anos do ensino fundamental para avaliação com a equipe multidisciplinar. A necessidade de compreender esses encaminhamentos surge essencialmente pela quantidade recebida nos anos de 2016 e 2017. Acreditamos que por meio dos motivos apresentados pelos professores, identificaremos qual a compreensão destes em relação às dificuldades de aprendizagem. Para alcançarmos os objetivos propostos, utilizamos como aportes teóricos os fundamentos da Teoria Histórico-Cultural, por acreditar ser essa a que melhor explica o desenvolvimento humano e principalmente como as relações sociais medeiam esse processo, assim como compreendemos que a aprendizagem deixa de ser um simples comportamento e passa a ser a chave do desenvolvimento. Nossa fundamentação teórica baseia-se na compreensão do processo de aprendizagem, assim apresentamos o que a literatura traz sobre o que são dificuldades de aprendizagem e o que são transtornos de aprendizagem. Na busca desse entendimento realizamos uma entrevista semiestruturada com nove professores que fizeram encaminhamentos nos respectivos anos. Frente aos resultados obtidos observamos que o professor, muitas vezes, não está preparado para lidar com as dificuldades de aprendizagem. Muitos destes não levam em consideração os aspectos do desenvolvimento da criança, bem como não consideram o seu papel nesse desenvolvimento, por ainda considerarem apenas o desenvolvimento biológico. Contudo, para ocorrer um desenvolvimento omnilateral precisamos do outro, por meio das relações estabelecidas com os mais experientes portadores da cultura. Diante disso, enfatizamos estar diante de um sistema educacional que não está atento a criança e nem ao professor. Na atual sociedade existem relações sociais de produção que fragilizam o ser humano cada vez mais, maltrata-o, provocando sofrimento. Por isso, não culpabilizamos as crianças, tampouco o professor pelas dificuldades de aprendizagem, mas sim um sistema que não os prepara para esse processo, assim como não os oferece as condições mínimas de trabalho. Nesse caminho da pesquisa chegamos essencialmente a conclusão de que a criança não apresenta uma dificuldade de aprendizagem, mas sim ela a enfrenta, por ser um sujeito ativo durante o processo. Assim, acreditamos que nossa pesquisa tem uma relevância social, pois trata de um problema que cresce a cada dia e dificulta o processo de desenvolvimento e aprendizagem de diversas crianças. Bem como relevância educacional, pois, ao compreender o fenômeno e entender a sua problemática conseguiremos, por meio da formação continuada, auxiliar esse professor no processo de conhecimento acerca do assunto.
http://tede.unioeste.br/handle/tede/4406
A presente pesquisa tem como objeto de estudo o processo de significação a partir de uma atividade coletiva. Nosso estudo organizou-se a partir das problemáticas: como se dá a construção das significações em uma atividade coletiva? É possível desencadear um processo de significação por meio do gênero discursivo instrucional manual de instruções? Partindo disso, traçamos nosso objetivo da pesquisa: identificar indiciadores do processo de significação de ações da atividade de ensino por meio do gênero discursivo instrucional manual de instruções. Elegemos a Teoria Histórico-cultural, a Teoria da Atividade e a Atividade Orientadora de Ensino como fundamentos teóricos e metodológicos que sustentaram a pesquisa bibliográfica e análise dos dados. Desenvolvemos um experimento didático-formativo, a partir de uma história virtual e um jogo, com uma turma do 4° ano do ensino fundamental I – Anos Iniciais, em uma escola da rede pública de Francisco Beltrão. Participaram da pesquisa 21 crianças, entre 8 a 9 anos de idade. Os resultados apontam que a tarefa de ensino desenvolvida por nós possibilitou a apropriação do conceito gênero discursivo instrucional manual de instruções e que, neste processo de resolução do problema, emergiram atos de significação novos, por meio da análise e generalização, visto que cada grupo produziu seus manuais de instrução, um diferente do outro. O trabalho coletivo mostrou-se fundamento para a solução do problema da tarefa, em que os estudantes tornaram seu problema o da personagem da história. A linguagem escrita e sua especificidade foram elementos importantes para a conclusão da atividade.
Palavras-chave: Teoria Histórico-Cultural. Teoria da Atividade. Atividade Orientadora de Ensino. Ensino da Língua Portuguesa. Processo de significação.
Artigos completos publicados em periódicos