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Externa

1. ANATOMIA EXTERNA

1.1 LAGARTA

A lagarta do bicho-da-seda apresenta o corpo segmentado do tipo euriforme1 e dividido em cabeça, tórax e abdômen (Figura 1). Possui treze (13) anéis segmentares, os três primeiros a partir da cabeça constituem o tórax, e os demais o abdômen. Quando recém-eclodida a lagarta possui coloração escura e o corpo recoberto de pelos, durante seu desenvolvimento a lagarta vai ficando cada vez mais clara e surgem manchas pretas e marrons (ornamentações)  na região dorsal do corpo. Tais manchas são denominadas ocular, meia lua e estelar, localizadas respectivamente no 2°, 5° e 8° segmentos do corpo. A mancha ocular tem forma e ocupa uma posição que dá a impresão de ser os olhos da lagarta; enquanto as demais recebem os respectivos nomes devido a forma que apresentam. Na altura do 11° segmento abdominal, a lagarta tem ainda uma protuberâncea cutânea cônica denominada chifre caudal, onde parece não ter uma funçao específica.

A cabeça é globular, onde ocorrem seis olhos simples ou ocelos2, dispostos em semicírculo do lado de cada antena. Os órgãos sensoriais, com funções táteis, são constituídos de um par de antenas curtas, ao lado da mandíbula. O aparelho bucal serve para mastigar e expelir a seda, utilizada como a matéria prima para a construção do casulo.

Figura 1 – Anatomia externa de lagarta de B. Mori de 5º instar.Anatomia Externa da lagartaFonte: Fonte: Costa et al., 20203.

Nota: Imagem capturada de uma lagarta no quinto instar onde cada letra corresponde a uma estrutura: Cabeça (C), Tórax (T), Abdômen (A), Anel segmentar (AS), Perna torácicas (PT), Perna abdominais (PA), Pernas caudais (PC), Espiráculo (E), Ornamentação em meia lua (O) e Chifre caudal (CC).
 

O tórax apresenta três pares de pernas, que servem para segurar o alimento. O abdômen apresenta dez (10) segmentos, os urâmeros membranosos. Nos 3°, 4°, 5° e 6° segmentos ocorrem quatro pares de pernas abdominais ou falsas pernas, uma vez que existem apenas na fase larval. O 10° segmento apresenta um par de pernas anais ou caudais, essas pernas tem forma de ventosas com funções de fixação nos ramos ou folhas, auxiliando na alimentação e locomoção. Lateralmente, em cada segmento do corpo, exceto o 2°, 3° e 12°, ocorrem nove pares de aberturas externas, os espiráculos responsáveis pela respiração.

1.2 PUPA

A pupa ou crisálida apresenta o corpo com forma ovóide, dividido em cabeça tórax e abdômen. A cabeça é pequena e apresenta 2 olhos compostos e grandes, além de um par de antenas em desenvolvimento. No tórax encontra-se um par de asas, também em desenvolvimento. O abdômen é constituído por segmentos que sofreram fusão durante o desenvolvimento do inseto. Cada segmento apresenta lateralmente os espiráculos. A coloração da pupa varia de amarelo claro a escuro conforme o seu desenvolvimento. Na fêmea existe uma fenda longitudinal que divide o segmento da extremidade ventral do abdômen, e no macho ocorre um ponto escuro na margem posterior do mesmo segmento (figura 2).

Figura 2: Pupas de B. mori.
Pupas de BSFonte: Costa et al., 20203.


1.3 MARIPOSA

A mariposa possui a cabeça pequena, olhos compostos grandes e antenas bipectinadas, o aparelho bucal é atrofiado e as pernas são robustas. Possuem dois pares de asas, sendo as anteriores maiores que as posteriores. Os machos são mais ativos e movem as asas de forma contínua, porém tanto macho como fêmea perderam a habilidade de vôo devido a domesticação (Figura 3).

Figura 3 – Mariposa macho sobre vários ângulos.Mariposa macho sob vários ângulosFonte: Costa et al., 20203.

Nota: Mariposa de Bombyx mori. Em A o inseto adulto visto de frente, observar os detalhes das antenas bipectinadas e a envergadura das asas. Em B, vista lateral, os 3 pares de pernas e os 2 pares de asas na região do torax. Observar o abdômen curvado. Em C, o ânus na extremidade do abdômen que se apresenta afilado.  Em D, observar a inserção das asas na região do abdômen em vista superior.
 

As fêmeas possuem o abdômen maior e mais largo que o macho, ao passo que o macho possui antenas maiores (Figura 4A). Tanto o corpo como as asas das mariposas são cobertos por escamas brancas. O tórax é formado por três segmentos e há três pares de pernas torácicas, um par em cada segmento, o 2° e o 3° segmentos possuem as asas (Figuras 3B, 3D e 4B).

Figura 4 – Mariposas copulando e mariposa macho após emergência.Mariposas copulandoFonte: Costa et al., 20203.

Nota: Nota-se com facilidade o dimorfismo sexual das mariposas de B. mori. A imagem capturada em A, denota o momento da cópula em que à esquerda se encontra a mariposa fêmea, evidenciada por um abdômen avantajado. É possível a visualização dos ovos amarelo claro no interior do abdômen da fêmea através das regiões translucidas entre os segmentos de seu abdômen. À direita da imagem, posiciona-se o macho com antenas mais desenvolvidas e abdômen delgado. Em B, uma mariposa macho, observar os três pares de pernas e o par de asas inseridos na região torácica.
 

2. LITERATURA RECOMENDADA

Bombyx mori Emerged. Disponível em: <http://gigglejelly.blogspot.com/2010/08/bombyx-mori-emerged.html>. Acesso em: 18 jul. 2019.

BORROR, D. J.; DELONG, D. M. Estudo dos Insetos. 7 ed. São Paulo: Editora Cengage Learning, 2011.

BRANCALHÃO, R.M.C. Bicho-da-Seda. Curitiba-PR: Secretária da Agricultura. 2005. Disponível em: <http://www.agricultura.pr.gov.br/arquivos/File/complexo_da_seda/b_mori.pdf>. Acesso em 08 set. 2014.

CIFUENTES C. A. C. Manual Técnica de Sericultura: Cultivo de lamorera y cría del gusano de seda en el trópico. Colômbia: Editora SENA y el CDTS, 1998.

HANADA, Y.; WATANABE, J. K. Manual de Criação do Bicho-da-seda. Curitiba: Cocamar, 1986.

HANADA, Y.; WATANABE, J. K. Manual de criação do bicho-da-seda. Curitiba: Cocamar, p.224, 1986.

PEDROSO, R. B. et al. Atividade das esterases em larvas de B. mori L. CONGRESSO NACIONAL DE GENÉTICA (Anais Águas de Lindóia), v. 48, p. 146, Águas de Lindóia, 2002.

SOUSA, E. S. Borboletas e mariposas. Disponível em: <https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG01_81_911200585235.html>. Acesso em: 18 jul. 2019.

WATANABE, J. K.; YAMAOKA, R. S.; BARONI, S. A. Cadeia produtiva da seda: diagnósticos e demandas atuais. Londrina: Editora IAPAR, 2000.

 

3. REFERÊNCIAS

1Euriforme: corpo cilíndrico, cabeça desenvolvida e distinta do corpo, pernas torácicas e falsas pernas abdominais.
2Ocelos: Olhos primitivos de alguns insetos, constituídos por células receptoras (RUPPERT, FOX, BARNES, 2005).
3Laboratório de Biologia Celular, Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Cascavel.

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