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Para entender a Assessoria Pedagógica...

No processo de adaptação ao ambiente universitário Santos (Et al, 2022) destaca que os acadêmicos passam por um processo de “filiação” que se refere as aprendizagens que estes precisam se apropriar e compreender no que tange as questões  de interação frente  ao pedagógico e as relações pautadas na organização estrutural.  A partir destas interrelações o acadêmico constitui o “hábitos de estudante”. (SANTOS,Et. Al,  2022).

A mudança de organização estrutural do ensino médio para o superior – em que a lógica das interações entre docente e aluno, aluno e aluno, instituição e aluno,  pode ocasionar dificuldades de adaptação as atividades acadêmicas. Essa dificuldade por sua vez pode se expressar em forma de stress, angustia, desistência, desempenho aquém do almejado, conflitos internos quanto ao que deseja para si, desorientação na organização da rotina de atividades diárias e de estudos.  A repercussão no estado psicológico e nas questões pedagógicas podem ser inúmeras, tanto quanto a diversidade humana. Cada ser possui uma história de existência singular (LEONTIEV, (1978); MARTINS (2013); VIGOTSKI (2022). Cada um compreende e interage com as conquistas, frustrações, dificuldades, desafios de modo particularizado. Isso significa que os acadêmicos vão paulatinamente constituindo o “hábitos de estudante” – neste contexto. Permanecem posturas, compreensões, interpretações, relações interpessoais singulares, com modelos de comportamentos e posturas comuns, conforme hábitos estabelecidos socialmente nos ambientes universitários.

 Xavier (2022) no artigo “Questionário de Vivências Acadêmicas (QVA-r): avaliação do ajustamento dos estudantes universitários” apresenta uma ferramenta para identificar questões relacionadas ao insucesso e a evasão que ocorre no Ensino Superior, com objetivo de pensar e realizar ações preventivas no ambiente universitário. O instrumento possui dois questionários, um relacionado a questões pessoais e outro a questões institucionais. Deste modo, compreende-se que o processo de “filiação” possui influências pessoais e outras institucionais.  Ambas correlacionadas a situações micro e macro em termos de instituição e conjuntura socioeconômica.

A análise para compreensão deste contexto considera motivos da escolha do curso, a mudança de moradia com os pais para morar sozinho em outra cidade; forma de manutenção ao morar sozinho; compreensão do método de relação entre docentes e alunos, colegas de turma, forma de exposição de aulas, dentre outras situações que influenciam a permanência, a evasão, o insucesso e o sucesso dos acadêmicos. (SANTOS, Et al, 2022; XAVIER (2002).

Compreender a conjuntura social e institucional a qual os acadêmicos estão imersos para constituir proposições de políticas institucionais são imprescindíveis.  As ações precisam proporcionar acolhimento para que se sintam pertencentes ao espaço universitário; substanciar os acadêmicos para que consigam se identificarem como sujeitos no processo ensino e aprendizagem em sua formação acadêmica. Paut, nos estudos supramencionados,  algumas questões que influenciam a motivação/desmotivação e o desempenho do acadêmico:

- Mudança de cidade.

- Morar sozinho.

- Manutenção – financeira para viabilizar sua existência e seus estudos.

- Realizar atividade remunerada.

- A universidade em que está matriculado foi elencada como primeira opção. .

- O curso que está fazendo é a primeira opção.

 

Aspectos psicológicos (ansiedade, depressão, Transtorno de Pânico, Transtorno de toque, Sexualidade, aceitação de deficiência/necessidades educacionais especiais; stress, variação de humor).

- Ajuste das atividades diárias da vida pessoal e os estudos.

- Estabelecimento de amizades com colegas em sala e extraclasse.

- Interação social em sala e extraclasse.

- Acompanhamento da dinâmica da sala de aula (ritmo de explicação do professor e da participação dos colegas.

- Envolvimento com atividades acadêmicas para além do conteúdo programático do curso.

- Comunicação entre docente e acadêmico adequados em termo de emissão e recepção para compreensão do conteúdo.

- Utilização de metodologia ativa em que o acadêmico é sujeito no processo de ensino e aprendizagem.

- Relação de respeito entre docente e acadêmico.

- Trabalho colaborativo entre os colegas de trabalhos acadêmicos de sala de aula.

Faz algum tempo que as universidades brasileiras estão sangrando com a evasão de acadêmicos nos cursos de graduação. Estudos como  “Gestión Universitaria Integral del Abandono “Estudio sobre Políticas Nacionales sobre el abandono en la  Educación Superior en los países que participan en el Proyecto ALFA GUIA”, publicado em 2014, em que países da América e Europa participaram – “Argentina, Brasil, Chile, Colombia, Cuba, Ecuador, Espana, Francia, Itália, México, Nicaragua, Panamá, Paraguay, Portugal, Uruguay y Venezuela” (ARRIAGA, CASARAVILLA, BURILLO, 2014), demonstram a preocupação com este cenário nas universidades.

ALFA es un programa creado por la Comisión Europea en 1994 con el objetivo de “promover la educación superior en América Latina como medio para contribuir al desarrollo económico y social de la región”. El proyecto Gestión Universitaria Integral del Abandono (GUIA), denominado ALFA-GUIA es uno de los proyectos del programa ALFA III que inició en 2011 con tres objetivos: 1) Mejorar la eficiencia de las inversiones en la ensenanza superior; 2) mejorar las expectativas del éxito acadêmico en la ensenanza superior para los estratos menos favorecidos de la sociedad; y 3) fortalecer las relaciones entre instituciones de educación superior de América Latina y Europa . Participan 20 instituciones de educación superior que representan a 16 países (cuatro de Europa y doce de Latinoamérica) y la. (ARRIAGA, CASARAVILLA, BURILLO, 2014, p.i).

Essa pesquisa revela a relevância de refletirmos sobre o abandono nas universidades. Para tanto, o termo abandono está sendo considerado como: “El término abandono se define como el alumno que ingresó a la educación superior, no concluyó los estudios y no realizó nueva matrícula. De acuerdo con datos del Ministerio de Educación el índice de abandono en educación superior fue de 28,8% en 2011” (ARRIAGA, CASARAVILLA, BURILLO, 2014, p.46). Esses dados estão atrelados a questões psicológicas, como o fator de decepção da carreira elencada para exercício da profissão; sociais em virtude de fatores financeiros e institucionais. (ARRIAGA, CASARAVILLA, BURILLO, 2014).   

Apesar do estabelecimento de Políticas voltados para minimizar o abandono em cursos de graduação por meio de Programas e Financiamentos o processo de abandono tem se ampliado. Cita-se ações desta natureza:

Programa IES-MEC/BNDES, Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (PROIES), Bolsas de estudo em instituições privadas para estudantes de baixa renda (PROUNI), Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES), Programa de Educação Tutorial (PET), Programa de Bolsa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID) y el Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). ((ARRIAGA, CASARAVILLA, BURILLO, 2014,p.47).

A ampliação do abandono em cursos de nível superior se mantém. Mediante esse contexto socioeconômico e educacional outras pesquisas foram realizadas com cunho de pensar possibilidades para minimizar o abandono em cursos de graduação.  A publicação - Caderno de Formação Pedagógica/2022 apresenta uma série de artigos que realizam reflexões sobre o contexto universitário frente a pandemia e pós-pandemia desencadeada pelo Covid. Dentre as reflexões está a necessidade das universidades repensarem o processo ensino e aprendizagem – processos avaliativos, práticas, desenho universal de aprendizagem, metodologias ativas, impactos no planejamento do ensino e na avaliação na modalidade presencial e remota,   contribuição da neurociência para compreensão de como os acadêmicos se apropriam de conhecimentos; depoimento de acadêmicos frente as dificuldades psicológicas e institucionais.  Estes estudos e pesquisas revelam a necessidade do ensino superior se reinventar para desencadear processos de enfrentamentos da evasão neste nível de ensino. (XAVIER, OLIVEIRA, RIBEIRO, 2022).

Como  em contextos nacionais e internacionais, a  Unioeste também enfrenta situações de evasão/abandono em cursos de graduação. A pesquisa realizada por Santos (Et. AL, 2022), expressa por meio do artigo intitulado “Evasão na Universidade Estadual do Oeste do Paraná: análise através de registros administrativos”, toma o termo evasão como: “a interrupção ou a suspensão do processo formativo da graduação antes de sua conclusão.” (SANTOS, Et. Al, 2022).

Nesta perspectiva, a Assessoria Pedagógica do Campus e da Reitoria, objetivam, por meio de atividades de formação continuada à docentes e, atividades de apoio pedagógico aos acadêmicos, contribuir com a superação das dificuldades apresentadas no processo ensino e aprendizagem do cotidiano universitário. Dos fatores eminentes a serem refletidos junto aos docentes, se destacam:

- Demandas postas pelos docentes.

- Reflexão sobre processos metodológicos e avaliativos.

- Relação interpessoal docente e acadêmico.

- Estrutura física para desenvolvimento das atividades acadêmicas.

 

Quanto aos acadêmicos:

-  Apoio pedagógico na organização da vida acadêmica.

- Estudo de disciplinas que apresentam diviculdades.

- Estratégias de estudo.

- Orientações quanto a mecanismos para melhorr a atenção, concentração e memorização.

- Estudos para melhorar a interpretação, análise de conteúdos e, escrita.

- Relação interpessoal entre acadêmicos e docentes; acadêmicos e colegas de turma.

Atividades desenvolvidas pela Assessoria Pedagógica:

1.         Oficina – Relações Interpessoais na Universidade: respeito à diferença.

2.         Orientações a docentes e acadêmicos.

3.         Projeto Universidade Sustentável.

4.         UNIOFEST

5.         Encontros de acolhimento e escuta ao acadêmico

6.         Apoio pedagógico ao acadêmico.

7.         Projeto Justiça restaurativa

8.         Atividades de formação continuada aos docentes.

 

Referências

ARRIAGA, J. L.; CASARAVILLA, A.; BURILLO, V. (Coords.). Documento de Sintese del Proyecto Gestión Universitaria Integral del Abandono (GUIA). Proyecto ALFA GUIA DCI-ALA/2010/94, Mayo 2014. Disponível em: https://nanopdf.com/download/documento-

LEONTIEV, Alexis.  O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa/PT. Editora Horizonte, 1978.

MARTINS. Ligia Marcia. O Desenvolvimento do Psiquismo e a Educação Escolar - contribuições à luz da psicologia histórico-cultural e da pedagogia histórico-crítica. Autores Associados:  Campins/SP, 2013.

SANTOS, Alessandra dos. Et. Al. Evasão na Universidade Estadual do Oeste do Paraná: análise através de registros administrativos. Faculdade de Educação de São Paulo – Universidade de São Paulo. Revista Educação e Pesquisa, 2022. (no prelo). 

Vigotski, Lev Semionovich. Obras Completas - Tomo Cinco: Fundamentos de Defectologia. Tradução do Programa de Ações Relativas às Pessoas com Necessidades Especiais (PEE); revisão da tradução por Guillermo Arias Beatón. 2ª ed. Cascavel, PR: EDUNIOESTE, 2022..

XAVIER, Amanda Rezende Costa, OLIVEIRA, Edna de, RIBEIRO, Luciana Maria Oliveira (organizadoras). Caderno de formação pedagógica: 2o volume  -Alfe ALMEIDA, Leandro S.; SOARES, Ana Paula C.; FERREIRA, Joaquim Armando. Questionário de Vivências Acadêmicas (QVA-r): avaliação do ajustamento dos estudantes universitários. Aval. psicol.,  Porto Alegre ,  v. 1, n. 2, p. 81-93, nov.  2002 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712002000200002&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  19  out.  2022.nas ; Poços de Caldas - MG : Editora Universidade Federal de Alfenas, 2022.

 

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