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Odontologia da Unioeste atende crianças no bairro Cascavel Velho

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Os acadêmicos de Odontologia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Cascavel, há mais de dois anos vêm executando o projeto de extensão intitulado ‘TRA - Tratamento Restaurador Atraumático’, que atende crianças da Escola Municipal Irene Rickli, localizada no bairro Cascavel Velho em Cascavel - Paraná.

Em 2017, um levantamento epidemiológico quanto às condições bucais dos alunos do Colégio apontou um grande índice de componente cariado, ou seja, cavidades de cárie que demandavam tratamento odontológico. Realidade esta que também pode ser observada na mesma pesquisa em âmbito nacional em crianças de 5 a 12 anos de idade, onde os tratamentos necessários ultrapassam os atendimentos recebidos.

O projeto ‘Tratamento Restaurador Atraumático no Controle da Cárie em escolares do Cascavel Velho – PR’ contempla crianças de 4 a 12 anos do período vespertino matriculadas. Para que as atividades pudessem ser concretizadas, os alunos da 20ª e 21ª turma de Odontologia organizaram um trote solidário, com os calouros, com objetivo de arrecadar recurso financeiro para a compra dos kits de saúde bucal (20 porta-escovas coletivos e 400 individuais) necessários para o desenvolvimento do projeto.

O professor do curso de Odontologia, André Terreri, é o subcoordenador do projeto e explica que, tendo em vista as limitações da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Cascavel Velho e a grande demanda por tratamento odontológico, optou-se por desenvolver um projeto de extensão que pudesse somar com os trabalhos odontológicos já ofertados pela UBS. Este, inseriu no âmbito de suas atividades, técnicas que pudessem ser realizadas no ambiente escolar e que não necessitasse dos equipamentos odontológicos (cadeira odontológica e equipo) para sua execução.

Foram desenvolvidas atividades coletivas em saúde bucal (escovação supervisionada e bochechos fluoretados) e o Tratamento Restaurador Atrau-mático (TRA). A coordenadora do projeto, professora Daniela Pereira Lima esclarece que “o TRA é considerado uma técnica indolor, rápida, eficiente, pautada nos princípios da odontologia minimamente invasiva e ajuda na aproximação entre crianças e dentistas, o que favorece o crescimento de adultos sem medo de enfrentar um atendimento odontológico”.

Desde o início do projeto, em 2017, até o ano passado, 426 crianças foram contempladas com atividades de orientação em saúde bucal, higienização bucal supervisionada, evidenciação da placa bacteriana, distribuição de kits de higiene bucal e aplicação tópica de flúor. No que se refere ao procedimento TRA, o mesmo já foi realizado em 72 crianças até o final de 2018, sendo que, esse número irá aumentar e mais crianças serão beneficiadas devido a continuidade do projeto.

O professor André considera que “o alto número de crianças com necessidade de tratamento torna de extrema importância a continuidade do projeto com a finalidade de somar com os trabalhos odontológicos já ofertados pela UBS”.

Dessa forma, toda criança selecionada para participar do projeto tem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) encaminhado aos pais ou responsáveis, para que autorizassem, ou não, o tratamento. O professor André explica que “esses termos são entregues aos cuidados da diretora da escola para que repasse aos pais dos alunos triados para que possam garantir a autorização. O atendimento aconteceu em locais bem iluminados nas dependências (ginásio e refeitório) da escola, utilizando-se de carteiras, bancos, mesas, colchonetes e o que mais se fez necessário, e possível, para a melhor acomodação dos envolvidos”. 

Além de aplicar essas metodologias, foram usados os recursos já disponíveis aos alunos da rede municipal: “Todo início de ano do projeto as crianças recebem um kit de saúde bucal contendo um porta escova individual e escova dentária que fica armazenado na escola, em um porta-escova coletivo. Neste momento, as crianças foram orientadas e a atividade de escovação bucal supervisionada foi realizada juntamente com a aplicação tópica de flúor”, explica a coordenadora do projeto.

Para a coordenadora, professora Daniela Pereira Lima, o projeto desenvolve na criança a capacidade de se tornar um agente multiplicador, contribuindo para a promoção da saúde bucal e mudanças de comportamentos no ambiente familiar, escolar e desmistificando o medo do dentista.

Os docentes da disciplina de Odontologia em Saúde Coletiva acreditam que o desenvolvimento de projetos de extensão em áreas mais carentes, são de extrema importância, pois, além de motivar as crianças em fase escolar para mudanças de hábitos, estimulando as mesmas para o cuidado com sua saúde bucal, pode-se aumentar a cobertura de serviços restauradores.

A aluna Brenda Rex Machado que ingressou no projeto TRA quando estava no 1º ano do curso de Odontologia (atualmente no 3º ano), diz que foi uma vivência sensacional. “Ao iniciar fiquei em choque quando percebi crianças que nunca tinham ido ao dentista, pois todos os dentes atacados pela doença cárie, não tinham sido tratados. Diante disso, ao fazer ainda que uma única restauração na criança, mudava o dia dela por completo, e isso não há palavras para explicar o quão é gratificante. Levar esse acesso odontológico a quem não tem, sobretudo, às crianças, é uma experiência singular. O TRA é um projeto belíssimo e tenho orgulho de fazer parte dele”.

A coordenadora Pedagógica da Escola Municipal Irene Rickli, Edina Maria dos Santos, reitera a importância do projeto: “Uma das grandes dificuldades na aplicação é a conscientização principalmente das famílias quanto à importância da saúde bucal. Contudo, as crianças conseguiram obter retornos positivos após as visitas dos acadêmicos de Odontologia”.

Sobre o TRA – Tratamento Restaurador Atraumático

Em paralelo, é realizado um levantamento epidemiológico com o objetivo de triar e identificar os alunos que se adequavam aos critérios de inclusão para o TRA.  Todas as informações dos exames realizados são anotadas em fichas clínicas, preparadas especialmente para esse projeto.

Cursos de Odontologia nas Universidades

Unioeste – Atualmente, a Unioeste conta com 200 acadêmicos do curso de graduação, as assistências às comunidades da região de Cascavel são todas manejadas pela 10ª Regional de Saúde. Os atendimentos – Dentística, Prótese, Odontopediatria, Cirurgia, Endodontia, Periodontia, Saúde Coletiva, Atendimento Odontológico a Gestantes, Ortodontia, Radiologia, Patologia, Estomatologia, Semiologia, Implantodontia e Oclusão e Disfunção Temporomandibular - são exclusivamente realizados pelo SUS.  No Hospital Universitário do Oeste do Paraná são realizadas: Cirurgia e Odontologia em Saúde Coletiva IV e Residência em Cirurgia), Uoppecan (Odontologia em Saúde Coletiva IV e Estomatologia) e na Unidade Básica de Saúde do bairro Nova Cidade é desenvolvida a disciplina de Odontologia em Saúde Coletiva IV).

Também em duas escolas municipais são realizados procedimentos educativos, preventivos e curativos além do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), com especialização nas áreas de Endodontia, Cirurgia, Prótese Periodontia, Pacientes com Deficiências, Diagnóstico e Tratamento de Câncer Bucal e Ortodontia.

A Unioeste oferta ainda cursos de especialização lato sensu e stricto sensu nível mestrado em Materiais Dentários; residência em Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial; e residência em Prótese Dentária.

UEL – Os atendimentos são conveniados ao SUS, 24 horas por dia, livre demanda para procedimentos de urgência e emergência. O curso conta com 311 alunos de graduação e 32 de pós-graduação. As especialidades de pós-graduação em mestrado e doutorado são residentes/especializadas em Odontologia, Periodontia, Radiologia, Prótese, Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial e Ortodontia.

No Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), onde são realizados procedimentos de Odontopediatria, Periodontia, Radiologia, Prótese Dental, Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial, Endodontia e Estomatologia.

UEM – Na Universidade Estadual de Maringá – UEM, são 195 alunos de graduação, 23 de mestrado, 28 de doutorado, 4 de pós-doutorado, 12 de especialização em Ortodontia e 30 de residências (sete cursos: Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial; Endodontia; Odontopediatria; Periodontia; Prótese Dentária; Radiologia Odontológica e Imaginologia; Saúde Coletiva e da Família). Os atendimentos são via SUS na Clínica Odontológica da UEM. No último ano, 10.984 pacientes foram atendidos e mais de 170 mil procedimentos foram realizados.

UEPG – A Universidade Estadual de Ponta Grossa atualmente tem 295 alunos, e dispõe de sete clínicas odontológicas de atendimento à comunidade. Às atividades amparam cerca de seis mil pacientes, totalizando aproximados 10 mil atendimentos anuais. A UEPG conta também com cursos stricto sensu, sendo nível mestrado e doutorado. Ainda, como projeto de extensão, a UEPG atende às comunidades rurais da região de Ponta Grossa, projeto esse executado principalmente pelos acadêmicos do 5º período de Odontologia.

UENP – Com mais de oito mil atendimentos no primeiro ano de funcionamento da Clínica Odontológica da UENP, a Universidade Estadual do Norte do Paraná, tem 197 alunos de graduação que prestam à população os seguintes serviços: Dentística, Prótese, Cirurgia, Periodontia, Pediatria, Endodontia, Ortodontia Preventiva e algumas interceptivas, Clínica de Estomatologia e Implante Demonstrativo. Os atendimentos são todos realizados pelo SUS.

Texto: Amanda Alves

Foto: Divulgação


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