Universidade trabalha para desenvolvimento social de haitianos

Estudantes dos cursos de Engenharia Civil, Enfermagem, Medicina, Ciências Biológicas, Fisioterapia, Odontologia e Ciências Econômicas do campus de Cascavel, estão buscando formas de promover o desenvolvimento social da comunidade haitiana residente na cidade.

O projeto “Enactus Unioeste Cascavel”, vinculado ao Núcleo de Pesquisas Avançadas em Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas, é resultado de uma parceria entre a Unioeste de Cascavel e a Associação de Líderes para o Desenvolvimento Sustentável.  O grupo, que é coordenado pela professora Maria da Piedade Araújo do curso de Ciências Econômicas, tem como objetivo desenvolver subprojetos dentro do conceito de empreendedorismo social que sejam economicamente sustentáveis, a fim de empoderar comunidades em situação de risco e vulnerabilidade social, como é o caso dos imigrantes haitianos.

Com esse fim, o subprojeto Bonjour tem como meta propiciar o desenvolvimento social da comunidade haitiana por meio de ações em diversas áreas, que visem oportunizar o progresso pessoal e profissional dos indivíduos, principalmente, pelo aprendizado da língua portuguesa. Para os participantes do subprojeto, essa é uma forma de fortalecer a comunidade haitiana e de possibilitar uma maior interação entre a população cascavelense (principalmente do bairro Universitário) e os haitianos.

O subprojeto Bonjuor desenvolveu suas ações a partir das diversas dificuldades relatadas pela própria comunidade haitiana, como o preconceito, a falta de informação, obstáculos na carreira profissional ou em encontrar um novo emprego e as dificuldades em se comunicar por não conhecerem o idioma. Dessa forma, a intenção do projeto é, principalmente, a redução da marginalização dos haitianos e, consequentemente, a geração de renda e autonomia para a comunidade, qualificação profissional e a melhora no relacionamento com os cascavelenses.

As ações organizadas pelo grupo para alcançar os objetivos do projeto, se constituem de mini-cursos, palestras, encontros, etc, em que os estudantes promovem aos haitianos conhecimentos básicos em informática; conscientizam os participantes sobre seus direitos e deveres enquanto residentes no Brasil, apresentam aspectos culturais e legais brasileiros, orientam quanto aos hábitos de higiene e saúde, ensinam a língua portuguesa; auxiliam no desenvolvimento de negócios autônomos e na inserção no mercado de trabalho e também buscam criar condições para a "autonomia" da mulher haitiana. 

Segundo os estudantes de Economia, o projeto é a oportunidade de executar os conhecimentos obtidos em aula. Mudar, ajudar, e transformar a comunidade ao redor da Universidade, e aplicar com êxito o pilar da extensão que é proposto pela Instituição. A acadêmica de Enfermagem, Carolina Pasinatto relata: “é uma nova experiência de extensão como universitária. Podendo usar da minha formação acadêmica para contribuir para o projeto. Através da extensão poder levar para comunidade haitiana um pouco da universidade, tanto do conhecimento quanto da estrutura”.

Guilherme Dhionei Pereira, aluno de Fisioterapia diz que, a oportunidade de estar num projeto que visa o empreendedorismo do estudante é algo que conecta o estudante com a vida fora da universidade; é construção e amadurecimento do jovem acadêmico. Adriana Cunha, de Engenharia Civil e Eduardo Bastos, de Ciências Biológicas apreciam os novos conhecimentos, e citam a busca pelo empoderamento do grupo que está sendo trabalhado. “Novos aprendizados que fazem com que nossas ideias sejam moldadas e melhoradas para ajudar a alcançar o objetivo do projeto”, explica Eduardo.

O projeto quer permitir que os alunos que fazem parte da organização passam a enxergar oportunidades onde os outros veem somente dificuldade. Por meio da extensão, visitam comunidades e transformam realidades, além de praticarem o trabalho em equipe e a gestão organizacional.