Unioeste: Engenharia Civil do Campus de Cascavel celebra 30 anos de implantação
O curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), do Campus de Cascavel, celebra 30 anos de criação. A graduação implantada em 1995 foi resultado do trabalho de representantes do Sindicado da Indústria da Construção Civil do Oeste do Paraná, juntamente com a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Cascavel, Fundação Paranaense para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria da Construção e de colaboradores espontâneos da comunidade profissional e acadêmica de Cascavel. Este grupo de profissionais, atendendo a solicitação da Direção da Unioeste, à época, entregaram em 04 de novembro de 1994 o documento contendo a proposta para elaboração da grade curricular do curso de Engenharia Civil da Unioeste.
A partir daquele documento, a Unioeste prosseguiu com os trâmites internos de criação e implantação e, em fevereiro de 1995, o curso foi autorizado pela Resolução Nº 10/1995 do Conselho Universitário – COU e o Projeto Político Pedagógico – PPP aprovado pela Resolução Nº 10/1995 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CEPE. A implantação do curso de Engenharia Civil, campus de Cascavel, está vinculada ao processo de expansão previsto no reconhecimento da Unioeste, pela Portaria Ministerial Nº 1.784-A/MEC de 23 de dezembro de 1994.
O coordenador do curso, professor Ricardo Lessa, comenta que o “curso de Engenharia Civil da Unioeste atinge suas primeiras décadas desde a implantação, em um momento de consolidação no cenário universitário brasileiro, acompanhando o que também se verifica com a própria Unioeste. Ao longo desses trinta anos, centenas de profissionais formados pelo curso têm ocupado posições de destaque, seja em construtoras e outras empresas do ramo da indústria da construção civil, como também em instituições de pesquisa e universidades. Pessoalmente, prestes a completar 18 anos na Instituição e no curso, onde ocupo atualmente a coordenação, me sinto muito orgulhoso por participar desse momento especial para todos nós”.
O reitor da Unioeste, professor Alexandre Webber, também parabeniza o curso pelo sua trajetória de sucesso. “Temos que dar os parabéns ao curso de Engenharia Civil que ao longo desses 30 anos vem formando uma série de profissionais importantes com ocupação no setor público e privado. É um curso de extrema excelência que precisamos comemorar, um curso que veio com a Odonto e Medicina e se consolidou rapidamente e é extremamente envolvido com a profissão. O que nos deixa ainda mais contentes é encontrar tantos egressos ocupando diversos espaços na sociedade e muitos deles voltando para nossa Universidade como docentes ou agentes universitários”, frisou
Para celebrar a data o curso preparou uma série de atividades que iniciam no dia 8 de agosto. Mais informações quanto às atividades do evento podem ser conferidas no site Evento Técnico-científico em Engenharia Civil - Ciclo 30 anos.
O curso
Uma análise do crescimento dos cursos de Engenharia Civil no Estado do Paraná identifica quatro períodos, o curso da Unioeste surgiu no terceiro período. Até o fim da década de 70, primeiro período, o Estado contava com apenas um curso na Universidade Federal do Paraná – UFPR, em Curitiba. Na segunda fase (1975-1995) com a interiorização do ensino superior no Estado e com o surgimento de uma rede pública estadual de ensino superior foram criados quatro novos cursos, três em instituições públicas: UEL – Universidade Estadual de Londrina; UEM – Universidade Estadual de Maringá, UEPG – Universidade Estadual de Ponta Grossa e um em instituição privada, na PUC - Pontifícia Universidade Católica em Curitiba.
No terceiro período, considerado como a de fase de expansão gradual a moderada, foi implantando o curso de Engenharia Civil da Unioeste e até o ano de 2007 totalizaram 15 cursos no Paraná, com predominância em instituições públicas. A partir 2008, a quarta fase de expansão foi caracterizada por uma grande ampliação dos cursos de Engenharia Civil no estado e com inversão e consolidação de predominância da rede privada.
As atividades da graduação iniciaram, logo após a aprovação de sua implantação pelo COU e o primeiro vestibular para ingresso foi realizado ainda no início do ano letivo de 1995. O curso foi autorizado a oferecer 40 vagas anuais, em período integral e no sistema seriado anual (sistema adotado pela Unioeste à época). O primeiro PPP proposto pelo grupo de estudo e implantado no primeiro semestre letivo de 1995 definia o curso de Engenharia com ênfase em Engenharia de Produção, organizado de forma a oferecer uma formação básica para atuação do “Engenheiro Civil Pleno”, acrescida de uma formação gerencial possibilitando a ênfase em “Engenharia de Produção”.
As disciplinas do curso que abrangiam matérias do currículo pleno do curso de Engenharia Civil eram ministradas até o 1º semestre da 4ª série, o segundo semestre da 4ª série era reservado exclusivamente para a realização do Estágio Supervisionado de 240 horas e na 5ª série estavam concentradas as disciplinas de matérias complementares para a formação na ênfase em Engenharia de Produção e o Trabalho de Conclusão de Curso com 120 horas. No primeiro PPP, já eram previstas as atividades acadêmicas complementares com 180 horas. Em setembro de 1995 o curso recebeu a visita de peritos do Conselho Estadual de Educação para fins de autorização de funcionamento da graduação e em seu relatório destacavam: o nível de engajamento dos diversos segmentos da sociedade da região na implantação do curso e o grande interesse do corpo docente e discente no sucesso do curso e foi favorável à continuidade do processo de implantação desde que ligado ao cumprimento do plano diretor apresentado pela Unioeste. Após o parecer, foram feitas adaptações com a inclusão dos recursos humanos, materiais e bibliográficos necessários para a continuação da sua implantação. Em março de 1996, a Câmara de Ensino Superior opinou favorável à implantação do curso de Engenharia Civil na Unioeste, convalidou os vestibulares e os estudos realizados pelos acadêmicos aprovados até aquela data.
Os anos seguintes à implantação foram caracterizados pelo empenho da equipe docente existente e, principalmente, dos acadêmicos em buscar a sua efetiva Implantação e consolidação. Preocupados em garantir o reconhecimento do curso quando da formatura da primeira turma de ingressantes, em 23 de setembro de 1998, os acadêmicos do curso, acompanhados dos acadêmicos de Engenharia Agrícola entregaram ao reitor da Unioeste reivindicações de investimentos e paralisaram suas atividades até 25 de setembro de 1998. As solicitações dos acadêmicos de necessidades financeiras para a implementação da infraestrutura laboratorial foram encaminhadas pelo reitor a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior.
No ano de 1999, o curso recebeu a visita da Comissão Verificadora para fins de reconhecimento. No momento da visita eram 185 matriculados nas 200 vagas ofertadas desde o primeiro vestibular, dando um indicativo da baixa evasão e o efetivo aproveitamento das vagas pela sociedade. A perícia da Comissão Verificadora concluiu que o curso de Engenharia Civil da Unioeste atendia aos objetivos estabelecidos e recomendou o seu reconhecimento.
O relatório da perita indicou a necessidade de algumas adequações no PPP, destacando-se a necessidade de discriminação separada da carga horária prática e teórica nas disciplinas teórico-práticas, a necessidade de revisão de sobreposição de conteúdos em disciplinas da área de Construção Civil e adequação da carga horária e ementário para as disciplinas da área de Estruturas.
Em 01 de dezembro de 1999 é publicado o Decreto Nº 1599 do Governo do Estado do Paraná que reconhece o curso de Engenharia Civil ofertado pela Unioeste, com 40 vagas anuais, turno integral, regime seriado anual. A primeira turma de formandos em Engenharia Civil, com 16 acadêmicos colou grau em 04 de fevereiro de 2000. Devido a implantação na Unioeste a partir do ano 2000 do regime anual com matrícula por disciplina, ainda no ano letivo de 1999 o curso de Engenharia Civil definiu e aprovou os pré-requisitos e co-requisitos de sua grade curricular. Em setembro de 2001, foi realizado o I Fórum sobre o Projeto Político Pedagógico do Curso de Engenharia Civil com o objetivo de analisar o PPP junto com a comunidade acadêmica e profissional e definir diretrizes para a elaboração de um novo projeto. O novo PPP implantado a partir do ano de 2003, diferenciava-se do primeiro, em vários aspectos, sendo os mais relevantes: a eliminação da ênfase em Engenharia de Produção e a oferta das especialidades do curso em disciplinas optativas, a realização do Estágio Supervisionado no 2° semestre da 5ª série e a carga horária das disciplinas definidas em módulos de 17 horas em vez de 15 horas como no primeiro PPP. Pode-se dizer que a primeira alteração do PPP, ocorrida em 2003 foi a de maior impacto na grade curricular do curso. Em seguida, o PPP sofreu novas alterações nos anos de 2008 e 2014, motivadas, principalmente, para a adequação nas legislações vigentes. Em 2020, o curso de Engenharia Civil completou 25 anos de existência, contabilizando 671 egressos das 840 vagas abertas desde a sua criação.
Já em 2021 houve uma alteração de PPP relativo as aulas práticas do curso e no ano 2023 com as exigências legais atuais foi elaborado um novo Projeto Político Pedagógico do curso, atendendo as Novas Diretrizes de Engenharia e a Curricularização da Extensão foi um marco para o curso o qual hoje se encontra no terceiro ano de implantação progressiva com novos conteúdos programáticos, metodologias de ensino e espaços de ensino voltados ao futuro da Engenharia, um marco para o curso e uma das mudanças mais significativas incluindo laboratório de Projetos com metodologia BIM e laboratórios de ensino de Hidráulica.
As alterações foram motivadas pelas novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Engenharia, estabelecidas pela Resolução CNE/CES nº 2, de 24 de abril de 2019, que trazem mudanças significativas na formação dos futuros engenheiros, buscando um perfil mais completo e adaptado às demandas do mercado e da sociedade.
No Programa de Extensão Curricular do curso temos hoje dois projetos o Projetek (Escritório de Projetos da Unioeste na 2 etapa) no âmbito estadual e a UP Engenharia (Empresa Júnior sob gestão dos acadêmicos e professores)
Hoje totalizamos 812 egressos desde a criação do curso.
Histórias de Sucesso
Ricardo Rocha Oliveira que compõe o quadro de professor/fundador e primeiro coordenador do curso de Engenharia Civil e vem acompanhando ao longo desses 30 anos toda a trajetória de sucesso da graduação conta um pouco dessa história. “Queria destacar um pouco do início da Engenharia Civil da Unioeste, primeiro, chegamos em 94, eu e a professora Ana, que fizemos um trabalho de preparação do projeto político pedagógico com a participação muito firme da sociedade através da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Cascavel e o Sinduscon Oeste Paraná. O curso de uma forma muito intensa se relacionando com o mercado, buscou ter um projeto político pedagógico que formasse profissionais preparados e, naquela época, se recorreu a uma chamada ênfase de produção onde se discutia qualidade formas de gestão mais interessantes, e também queria destacar que depois passamos por um processo de concurso público onde algumas vagas existiam, inicialmente três para profissionais engenheiros eu, a professora Ana Maria e Marta, e a arquiteta Solange que atenderam não só Engenharia Civil como Engenharia Agrícola. Esses professores se somaram a alguns que já existiram no curso de Engenharia Agrícola e implementaram esse currículo que eu mencionei, e isso, a gente sempre enfatiza o grande apoio da sociedade civil organizada, prefeitura, políticos da região, mas especialmente essas duas entidades que a gente sempre relembra com seus presidentes na época, o Eduardo Sciarra, João Luiz Broch e vários outros presidentes tanto do Sinduscon quanto a Associação que ajudaram de uma forma intensa e acompanharam o curso. Quero registrar também a intensa luta que é você iniciar do zero um curso que não existia, um curso que precisava da implementação do seu projeto político pedagógico e cada ano se acrescentava novas disciplinas, necessidade de novos professores, novos laboratórios e no início, como primeiro coordenador do curso, realmente foi uma fase de novos e grandes desafios de muita dedicação, eu gosto de abordar que minha vida pessoal e da professora Ana Maria, que somos casados, sempre se envolveu muito. A Ana uma pessoa muito dedicada chegou a deixar nossas filhas, com febre, doente para poder dar aula, com o compromisso que se teve, e essa é uma ênfase que eu gostaria de dizer, a participação da sociedade, compromisso de professores que atuaram nesses primeiros anos, depois foram ocorrendo concurso, muitos outros que fazem o corpo docente atual da Unioeste, professora Giovanna Gava, professora Sandra Petrauski, professora Ligia Rachid que já se aposentou, o professor Paulo Sérgio Wolf, o Cascá, que também foi reitor, que era professor da Matemática e depois se transferiu, o professor Júlio Monteiro que é da área de exatas e vários outros que passaram e contribuíram muito e eu vejo que hoje continuam esse compromisso. Esse compromisso me parece muito presente ainda hoje no corpo docente, todos os professores que estão aí agora depois de alguns anos a professora Jackeline Tatiane Gotardo atuando na área de Saneamento por exemplo, é um marco porque passou um conjunto de professores que foram alunos e depois retornaram atuando como professores do curso. Temos hoje o professor Jorge Wissmann da área de estruturas o professor Guilherme Venson de Geotecnia, assim, todos muito comprometidos nas suas áreas se dedicando e vários ai que eu até esqueci de citar, uns dos primeiros lá que ainda estão até hoje o professor Décio Cardoso além de outros. Houve um grande esforço compromisso da sociedade, um grande compromisso de professores que se dedicaram ao curso e também gostaria uma outra menção de um grande envolvimento de alunos que se entendiam dentro de um curso que eram parceiros que queriam crescer e participar de projetos de pesquisa e ensino, se dedicaram ai em muitos concurso públicos e hoje podemos ver um conjunto de egressos se destacando em grandes empresas da construção civil, montando construtoras em Cascavel, sendo secretários de Obras, funcionários de órgãos públicos, dando grandes contribuições. Poderia citar tantas outras coisas, mas um dia eu tive um enorme orgulho, de chegar no aeroporto de Cascavel e ver uma placa de inauguração onde o projeto e execução dessa bela obra, foi grande parte dos profissionais, na minha conta ali passava da metade talvez cerca de 70% dos engenheiros civis eram egressos da Unioeste. Há excelentes exemplos de profissionais que se formaram e a gente vê essa consolidação do curso, por mais que hoje eu esteja em um outro cargo, estou na Secretaria de Ciência e Ensino Superior coordenando alguns projetos, inclusive o Projetek que é um envolvimento da Secretaria com o curso de Engenharia Civil, e eu sempre me apresento e não deixo de dizer que eu sou professor da Unioeste, eu tenho e mantenho o vínculo, por mais que nos últimos anos eu não tenho dado aula diretamente no curso, mas eu nunca deixei de ter essa marca, esse orgulho e sempre deixar a todos a minha origem e agradecer, se eu me dediquei fiz muita coisa ao curso eu também agradeço a tudo que a Engenharia Civil trouxe para minha vida pessoal e profissional”, finaliza.
Ricardo Lora que hoje ocupa o cargo de diretor da Federação das Indústria do Estado do Paraná (Fiep) e coordenador do Conselho Setorial de Indústria da Construção Civil de Cascavel, formado pelo curso de Engenharia Civil da Unioeste , enfatiza a honra de ter estudado na Instituição. “Eu me sinto muito honrado de verdade e orgulhoso de ter feito a graduação na Unioeste, tanto que hoje quando eu preciso apresentar meu currículo para qualquer órgão, pra qualquer situação, entrevista, eu ressalto que foi na Unioeste que eu me formei, isso tem haver com a qualidade dos alunos que saíram da Instituição. A Unioeste realmente se destaca a gente percebe isso por todos os egressos inclusive aqueles que trabalham conosco que são nossos colegas de profissão, que a qualidade que a Unioeste entrega, a exigência e a própria peneira na época para entrar em uma faculdade pública é muito diferente. A Unioeste em si, baseada nessa peneira inicial e mais a competência do corpo acadêmico, de todos os professores, que eu me lembro até hoje do quanto eles exigiam, e por isso a gente se empenhava tanto e trabalhava tanto, são histórias que a gente lembra até hoje e conta. Eram dias e dias, semanas, quinze dias estudando pra uma prova, pra todo mundo tirar, 2, 3, 0 e no nano seguinte, ter que fazer de novo e estudar 20 dias para uma prova, isso nos preparou, eu tenho a certeza que foi muito importante, fez muita diferença. Segunda coisa, a Unioeste diferentemente de muitos amigos, de outros colegas de outras faculdades, ela forma família eu percebo que os grupos que se formaram independente de que ano estudaram em Civil ali na Unioeste mantém o contato até hoje, são todos muito amigos, trocam informações, contatos e principalmente confraternizam juntos, então, isso eu acho muito legal, ela reuniu a gente, por ser um curso integral, manhã, tarde, principalmente curso à noite, a gente convivia mais com esses colegas que com a nossa própria família durante esse tempo, então isso é muito relevante”.