•  
  • Português
  • English
  • Español

Central de Notícias

Unati visita Aldeia Tekoha Ocoy durante a 23ª Semana Cultural Indígena Guarani

No dia 3 de abril, a Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati), programa de extensão da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Foz do Iguaçu, promoveu uma visita à Aldeia Indígena Tekoha Ocoy, em São Miguel do Iguaçu. A atividade integrou a programação da 23ª Semana Cultural Indígena Guarani, celebrando as tradições, saberes e modo de vida do povo Avá-Guarani. 

Durante a visita, os 93 alunos da Unati foram recebidos com muita hospitalidade e puderam participar de uma rica programação cultural que incluiu apresentações sobre a história da aldeia, danças tradicionais, exposição de grafismos indígenas, explicações sobre o uso de plantas medicinais, além de saborear alimentos e conhecer de perto o artesanato produzido pela comunidade. 

A subcoordenadora da Unati, professora Dra. Cecília Leão Oderich, destacou a importância da atividade como forma de aprendizado e valorização da cultura indígena. “Foi muito interessante a visita técnica. Fiquei feliz por ter aprendido mais sobre a cultura guarani e por acompanhar a turma da Unati, super animada. Destaco especialmente a sala na qual eles apresentavam a linha do tempo da aldeia. Também gostei do artesanato diversificado e inspirado na natureza, e de conhecer a simbologia do grafismo indígena. Foi uma experiência repleta de novos aprendizados para os participantes”, afirmou. 

Para os alunos da Unati, a visita foi uma experiência marcante. Elisette Boff Nandi ressaltou a emoção de vivenciar a cultura guarani: “Foi uma experiência incrível! A dança, a cultura, o carinho e o amor entre os índios, e o artesanato — é tudo feito com muito amor e carinho”. 

Lauricia Delgado Rodrigues destacou o impacto emocional e inspirador da atividade: “A visita na aldeia foi um momento muito especial! A história, as danças, as cores do artesanato, enfim, toda a cultura do povo indígena ali presente nos trouxe alegrias e reflexões. Foi uma tarde incrível!” 

A visita também despertou memórias e sentimentos profundos na aluna Elvira Insauralde, que dedicou um poema emocionado à ocasião. Na composição, ela relembra suas origens e conta uma história familiar ligada às tradições indígenas e ao uso de plantas medicinais. Em seus versos, narra com sensibilidade como a sabedoria de uma indígena ajudou sua mãe a realizar o sonho da maternidade — e como hoje, na terceira idade, pôde reviver essas memórias por meio da Unati. 

“Saímos de Foz do Iguaçu, 

Nossa linda cidade  

Fomos a São Miguel do Iguaçu, 

Visitar uma comunidade. 

De índios Ava-guaranis 

Pelo governo reconhecida. 

Observamos em seus perfis 

Que a Unati, foi bem-vinda. 

Em 251 hectares 

Vivem e trabalham ali, 

Respirando o frescor dos ares, 

Na aldeia Tekoha ocoy. 

Artesanato de sementes 

Por eles são fabricados, 

Raízes e chás para doentes  

Também são cultivados. 

Recordei nesse momento, 

Vendo as ervas, ali  

Do meu nascimento  

Sem as quais, não  estaria aqui. 

Após dez anos de casados 

Meus pais filhos não tinham, 

Meus avós  chateados 

Porque os netos não vinham, 

Com uma Índia falaram, 

E pediram uma garrafada, 

Todos se animaram, 

Não podiam fazer mais nada. 

Minha mãe então bebeu 

Garrafadas com raízes, 

A esperança se estabeleceu  

Estavam muito felizes. 

Após um ano, então  

A primeira filha nasceu, 

Mas que desilusão, 

Com três meses faleceu. 

Com o passar dos anos  

Mãe engravida novamente, 

Esquecendo os desenganos, 

Estava bem contente. 

Desta vez deu certo, 

Nasce Zuleica, querida, 

Sempre com ela por perto, 

Mãe segue sua lida. 

Após três anos então  

Veio a filha segunda, 

Estavam em união, 

Numa alegria profunda. 

Após mais três anos  

Chega a filha número três,  

Que agora, neste plano, 

Escreve pra vocês. 

Passaram três anos mais, 

E veio a filha número quatro, 

Eles não imaginavam, jamais, 

Que ocorreria esse fato. 

Meu pai, falou brincando, 

Que a Índia procurou, 

Pois as filhas iam chegando, 

E não foi bem isso que sonhou. 

Como ela havia falecido, 

Não pode fazer nada, 

Estava estabelecido... 

Aguentar a "meninada". 

Hoje na terceira idade, 

A UNATI me fez recordar 

Com muita felicidade, 

O que estou a relatar.” 

A atividade antecede o Dia dos Povos Indígenas, celebrado em 19 de abril, reforçando o compromisso da Unati com o respeito, a valorização e o reconhecimento dos povos originários.  

Texto: Mohammad Ali Fayad 

Publish the Menu module to "offcanvas" position. Here you can publish other modules as well.
Learn More.