Unioeste: Pesquisa constata que café é um dos vilões da Cesta Básica

O valor da cesta básica aumentou em março de 2025 para os moradores das cidades de Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e Pato Branco, segundo o Grupo de Pesquisa em Economia, Agricultura e Desenvolvimento (GPEAD) , do curso de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Francisco Beltrão. A pesquisa comprovou que em Dois Vizinhos a cesta subiu 6,70%, em Francisco Beltrão 2,47% e em Pato Branco 1,67%.
Os produtos que apresentaram maior elevação acumulada em 12 meses foram: o café em pó (98,18%), em Dois Vizinhos; (90,59%) em Francisco Beltrão e (104,65%) em Pato Branco; e o tomate, com alta de 43,78% em Dois Vizinhos, 45,77% em Francisco Beltrão e de 171,03% em Pato Branco. Entre fevereiro e março, a Cesta Básica de maior valor médio foi a de Francisco Beltrão, R$ 683,37 seguida por Dois Vizinhos, R$ 674,25 e, a de menor valor, foi a de Pato Branco R$ 645,20. Em valores acumulados entre março de 2024 e março de 2025, o valor da cesta básica aumentou em Dois Vizinhos (11,42%), Francisco Beltrão (13,39%), e em Pato Branco (5,20%).
Os produtos da Cesta Básica de Alimentação cujos preços médios apresentaram aumento em março na maioria das capitais pesquisadas pelo Dieese foram: o café em pó, o tomate e o leite. Em relação à retração nos preços médios, destacam-se: a carne bovina de primeira, o arroz agulhinha e o óleo de soja. Nas localidades pesquisadas pelo GPEAD, a variação de alta e queda de preços dos itens mencionados foi semelhante, com exceção do leite em Pato Branco e Francisco Beltrão e da carne bovina e do óleo de soja em Dois Vizinhos.
O preço médio do quilo do café em pó apresentou alta em todas as capitais pesquisadas. Os aumentos variaram entre (3,92%), em São Paulo, e (14,48%), em Belém. Nas cidades do Sudoeste, as altas no preço médio do café em pó foram de 11,55% em Dois Vizinhos, (7,61%) em Francisco Beltrão e (6,63%) em Pato Branco. A alta no preço que vem se repetindo há alguns meses, é reflexo dos baixos estoques mundiais, que influenciaram a alta do café em pó no varejo.
O preço médio do quilo do tomate se elevou em 13 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. As altas mais significativas foram verificadas nas capitais do Sul: Florianópolis (61,13%), Curitiba (52,13%) e Porto Alegre (49,68%). As quedas foram registradas em Natal (-19,39%), João Pessoa (-18,61%), Recife (-15,89%) e Aracaju (-12,08%). Nas cidades pesquisadas no Sudoeste do Paraná, a alta no preço do tomate ocorreu em todas, (53,34%) em Dois Vizinhos, (49,62%) em Francisco Beltrão e (85,55%) em Pato Branco. A explicação para A alta no preço médio do tomate, na maior parte das cidades, é a menor oferta da safra de verão.
O preço médio do leite tipo integral apresentou alta em 10 das 17 capitais pesquisadas, as variações ficaram entre (0,14%), em Salvador, e (9,05%), em Vitória. O preço ficou estável em Campo Grande e diminuiu em outras seis capitais, com destaque para João Pessoa (-2,28%). Nas cidades pesquisadas no Sudoeste do Paraná, a alta no preço do leite foi observada em Dois Vizinhos (4,71%). Em sentido oposto, houve redução de valores em Francisco Beltrão (-0,34%) e em Pato Branco (-1,14%). A constatação de alta de preço em algumas cidades decorre do período da entressafra, que reduziu a oferta ao mesmo tempo em que a demanda seguiu firme.
O preço da carne bovina de primeira baixou em 15 capitais, entre fevereiro e março de 2025. As reduções oscilaram entre (-4,18%), em Aracaju, e (-0,60%), em São Paulo. As elevações ocorreram em João Pessoa (2,09%) e Recife (0,12%). Nas cidades do Sudoeste, as reduções no preço médio da carne foram observadas em Francisco Beltrão (-4,05%) e em Pato Branco (-8,56%). Já em Dois Vizinhos ocorreu alta de (0,85%). De acordo com o Dieese, “a maior oferta interna de carne, apesar da resistência dos produtores em reduzir o preço, resultou em queda de valor na maior parte das capitais brasileiras”.
O preço médio do arroz agulhinha retraiu em 15 das 17 capitais pesquisadas. As variações de queda nos preços ficaram entre (–7,21%), em Fortaleza, e (-0,17%), em Porto Alegre. As altas ocorreram em São Paulo (4,65%) e Florianópolis (2,12%). Nas localidades pesquisadas no Sudoeste do Paraná, houve redução no preço do arroz do tipo parbolizado em Dois Vizinhos (-4,20%); em Francisco Beltrão (-5,59%) e em Pato Branco (-9,23%). O comportamento de queda é explicado pela queda do preço do arroz importado e a maior oferta.
O preço médio do óleo de soja apresentou redução em 13 das 17 capitais pesquisadas. As reduções oscilaram entre (-6,17%), em Fortaleza, e (-0,25%), em Vitória. A maior alta ocorreu em Campo Grande (1,16%). No Sudoeste do Paraná, houve redução no preço do óleo de soja em Francisco Beltrão (-2,46%) e em Pato Branco (-11,25%); já em Dois Vizinhos ocorreu alta de preços (1,31%). “A perspectiva de uma safra positiva explica a queda de preços do óleo no varejo, apesar da forte demanda pelo produto bruto, tanto para o setor alimentício quanto para a indústria de biocombustíveis”, conforme exposição do Dieese.
Por sua vez, as reduções acumuladas mais expressivas ocorreram nos preços médios da batata (-45,45%) em Dois Vizinhos, (-52,16%) em Francisco Beltrão e (-55,97%) em Pato Branco. E para o feijão tipo preto (-27,47) em Dois Vizinhos, (-31,60%) em Francisco Beltrão e (-37,10%) em Pato Branco.