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Projeto Ecológico de Longa Duração da Unioeste é aprovado pelo CNPq

A Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste – conquistou um feito inédito, o financiamento de um Projeto Ecológico de Longa Duração – PELD - apoiado pelo Centro Nacional de Pesquisas (CNPq). O projeto intitulado: Monitoramento Ambiental Integrado e Potencialidades do Maior Remanescente de Mata Atlântica de Interior do Brasil-Parque Nacional do Iguaçu foi elaborado pelos cursos de graduação e pós-graduação de Ciências Biológicas da Unioeste.

No Paraná apenas da UEL e UEM – tinham aprovados PELDs. E no Brasil existem 52 PELDs vigentes. Neste ano, foram submetidas 108 propostas de PELDs. Nesta sexta-feira (6) a publicação do resultado foi divulgada e a Unioeste foi uma das instituições escolhidas para desenvolver o projeto. “Essa é uma grande conquista para a nossa universidade e para o curso de Biologia, para nosso mestrado e doutorado em conservação e manejo. E esse espaço do Parque Nacional do Iguaçu realmente precisa ser conservado e estudado. Com muita alegria recebemos essa notícia pois é resultado da dedicação do nosso corpo docente e alunos”, declarou o reitor da Unioeste, Alexandre Almeida Webber.

O projeto de médio e longo prazo será desenvolvido dentro do Parque Nacional do Iguaçu e no entorno. Ao todo serão quatro eixos principais: o primeiro será investigar e monitorar a biodiversidade do Parque Nacional do Iguaçu, avaliando padrões e processos espaciais e temporais, além de potencialidades biotecnológicas; o segundo será diagnosticar e monitorar a matriz ambiental (solo, água e ar) e biológica no que se refere a variáveis físicas, químicas e biológicas; o terceiro será investigar a respeito dos aspectos históricos, arqueológicos, econômicos e socioculturais que envolvem o Parque Nacional do Iguaçu, buscando contribuir para a preservação do patrimônio cultural, a gestão sustentável da Unidade de Conservação e a economia dos municípios lindeiros; e por fim o quarto será promover a educação ambiental e a divulgação científica através de iniciativas de educomunicação que integrem as comunidades lindeiras e tradicionais no entorno do Parque Nacional do Iguaçu, visando fortalecer o senso de pertencimento, auxiliar na resolução de conflitos e sensibilizar sobre a conservação ambiental, bem como divulgar e disseminar os dados científicos gerados no âmbito do PELD Iguaçu.

Além disso, o PELD fará o monitoramento tudo que envolve medi terrestre em parceria com o MTBio. O MTBIO é um outro projeto que envolve toda a mata atlântica.

“Para desenvolver o projeto, o CNPq irá repassar o valor de R$ 550 mil para os quatro anos e a Fundação Araucária, parceira do PELD vai dar um incentivo de R$ 300 mil. Os valores não são grandes, visto que o projeto é de longa duração, mas a importância para os desenvolvedores é o que este trabalho vai representar para a Instituição e para o Parque Nacional do Iguaçu’’, explicou o professor coordenador do PELD, Nelcir Szinwelski.

Para o desenvolvimento do PELD da Unioeste participaram da produção do projeto 13 Instituições de Pesquisa e mais de 60 acadêmicos.  A cada quatro anos, a equipe pode receber renovação de apoio, desde que atenda os critérios estabelecidos pelo CNPq.

O Analista Ambiental do ICMBio, responsável pelo eixo temático de Ciência e Pesquisa e Chefe Substituto do PARNA Iguaçu, Marius Belluci, explicou que a  criação de um sítio de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração é uma demanda antiga da gestão do Parque, nasceu de uma parceria justamente com a Unioeste, de um projeto de pesquisa para aprofundar o conhecimento do território denominado como zona intangível do Parque, considerada a área mais protegida dele e de toda a Mata Atlântica remanescente. Esta será a primeira vez que o CNPq implanta um sítio PELD na região.

O trabalho dentro do Parque vai acontecer em diversas frentes, capitaneadas pelas instituições que compuseram a proposta submetida ao CNPq, divididas em inúmeras linhas de pesquisa. Percebendo que a necessidade de dados ultrapassava os limites da proposta original, baseada no monitoramento da diversidade biológica, o programa foi construído para abarcar outros eixos, como o levantamento de aspectos históricos, arqueológicos, culturais, socioeconômicos e de serviços ambientais, como o papel da área protegida na fixação de carbono, influência no clima, no regime de chuvas e sua potencialidade biotecnológica”, explicou Marius Belluci.

O projeto impacta diretamente no curso de Ciências Biológicas que passará a ter o PELD como um trabalho de conhecimento prático que poucas instituições podem oferecer.

“O projeto PELD-Iguaçu reune professores, pesquisadores, especialistas, alunos de graduação/pós-graduação e técnicos da Unioeste, do Mestrado em Conservação e Manejo de Recursos Naturais e do Curso de Ciências Biológicas em torno da área do Parque Nacional do Iguaçu nas mais diversas áreas da Biologia. A participação dos estudantes é fundamental para o conhecimento da área e para o treinamento dos alunos que participarão de equipes multidisciplinares, essencial para sua formação profissional”, reforçou a coordenadora do curso de Ciências Biológicas (bacharelado) da Unioeste, professora Norma Catarina Bueno.

O PELD tem como vice coordenadora, a professora doutora, Nédia de Castilhos Ghisi, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR. A professora reitera que há bastante tempo ela e o professor Neucir tinham o objetivo em comum de desenvolver um projeto como este.

Nédia, vai atuar dando suporte ao professor coordenador, tanto na questão logística, quanto técnica e científica. “Na parte científica, minha equipe será responsável pela determinação de efeitos de microplásticos em peixes do Rio Iguaçu, que serão nossos bioindicadores - ou seja, indicam a qualidade ambiental. Para mim, foi de extrema importância a aprovação deste PELD, pois com isso podemos proporcionar novas oportunidades para capacitação de recursos humanos a nível de graduação, mestrado e doutorado. Neste projeto será oportunizado aos alunos a participação em um grande projeto em rede, com envolvimento de pesquisadores de diversas instituições nacionais e internacionais. Destaca-se também o grande volume de conhecimento a ser gerado sobre o Maior Remanescente de Mata Atlântica de Interior do Brasil (Parque Nacional do Iguaçu), que será disponibilizado e difundidos de forma irrestrita à sociedade. Em suma, este projeto é de grande relevância para o Paraná, em nível Nacional e global”, explicou Nédia Ghisi.

Para o diretor da Unioeste, campus Cascavel, Geysler Rosis Flor Bertolini, “o projeto demonstra a capacidade e a seriedade dos professores dos nossos cursos. Um projeto desta importância para as agências de fomento, demonstra a capacidade tanto para o CNPq quanto para a Fundação Araucária que nós temos a capacidade e a condição de desenvolver um projeto que poucas instituições têm condições de executar. Os nossos professores estão de parabéns. E isso mostra que a Unioeste está sempre na frente, mostrando que estamos prontos para desenvolver projetos nesta natureza” frisou o diretor do campus.

SOBRE O PARQUE

O Parque Nacional do Iguaçu é um dos mais importantes patrimônios naturais do mundo. Criado em 1939, o parque abrange uma área de aproximadamente 185 mil hectares e é reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Mundial Natural desde 1986. Sua principal atração são as Cataratas do Iguaçu, um conjunto de 275 quedas d’água que se estendem ao longo do rio Iguaçu, na fronteira entre Brasil e Argentina. O parque também abriga uma rica biodiversidade, sendo lar de centenas de espécies de fauna e flora, incluindo animais ameaçados de extinção, como a onça-pintada e o papagaio-de-peito-roxo.

Além da importância ecológica, o Parque Nacional do Iguaçu é um destino turístico de grande relevância, atraindo visitantes do mundo inteiro. Suas trilhas e passeios permitem que os visitantes explorem a exuberância da Mata Atlântica, com opções que vão desde caminhadas tranquilas até emocionantes passeios de barco próximos às quedas. O parque também desempenha um papel fundamental na conservação ambiental e na conscientização sobre a preservação dos ecossistemas.

APOIAM O PROJETO ECOLÓGICO DE LONGA DURAÇÃO

Apoiam o projeto da Unioeste:  Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus de Dois Vizinhos, Santa Helena, Toledo, Francisco Beltrão); Universidade Federal Fronteira Sul (Campus Realeza); Universidade Federal da Integração Latino-Americana; Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Universidade Positivo; Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade; Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho; Universidade Federal do Paraná (Setor Palotina, Setor Curitiba);Associação para Conservação dos Carnívoros Neotropicais; Universidade Federal do ABC; Universidade Estadual de Maringá; Instituto Claravis; Universidade Federal de Viçosa; Universidade Federal de Alagoas; San Diego State University; Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; NARA Institute of Science and Technology; Kyoto Prefectural University.

SOBRE O PELD

O Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração existe no Brasil desde 1999 e visa incentivar pesquisas científicas com foco na ecologia de ecossistemas. Por meio do CNPq – Centro Nacional de Pesquisas – que realiza a seleção dos projetos, são repassados incentivos para a geração de conhecimento qualificado sobre os nossos ecossistemas e a biodiversidade. Essas pesquisas são de longa duração e precisam investigar as relações entre a biodiversidade, funcionamento dos ecossistemas, saúde pública e o bem-estar humano. O PELD integra a Rede Internacional ILTER (Intertional Long Term Ecological Research), que tem o objetivo de facilitar a cooperação internacional entre pesquisadores envolvidos com pesquisa ecológica a longo prazo.

Texto: Liliane Dias 

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