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Centro de Reabilitação Física: professora da Unioeste recebe homenagem da Câmara Municipal de Cascavel

A professora Carmen Lúcia Rondon Soares, do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), recebeu na sexta-feira (17) o voto de Louvor e Congratulações da Câmara Municipal de Cascavel, proposto pelo vereador Pedro Sampaio, em reconhecimento ao atendimento no Centro de Reabilitação Física (CRF) da Universidade.

A homenagem levou em conta o atendimento prestado ao Benício, criança portadora da Síndrome de Fanconi (doença que provoca a eliminação exagerada de glicose, bicarbonato, potássio, fosfatos e determinados aminoácidos na urina. Pode causar má formação dos ossos), que fez com que ele recebesse um prognóstico de que não iria caminhar. Mas com o atendimento médico, junto com o Centro de Reabilitação Física, deu seus primeiros passos com um ano e cinco meses, e hoje, cinco anos depois, segue caminhando sem apoio nenhum.

O CRF da Unioeste, valoriza o atendimento humanizado e o estudo dos casos. Mesmo a síndrome de Benício sendo rara e Carmen nunca ter atendido alguém com ela, aceitou o desafio e deu continuidade ao auxílio. Carmen conta que é gratificante receber o voto, e que o mérito não é dela, mas sim da Universidade. “Sou extremamente grata pela confiança depositada em toda equipe da Unioeste desde o início do atendimento do Benício. É uma alegria poder seguir acompanhando o desenvolvimento dele ao longo do tempo ao lado dos meus alunos”.

Carmen atua na Unioeste há quase 21 anos, e destaca a importância que tem para ela de ter contato tanto com os alunos, quanto com os pacientes, valorizando a dualidade em ensinar e atender. “Eu tenho a oportunidade na Unioeste, tanto de estar com o aluno quanto estar com os pacientes, isso para mim é muito importante, então onde eu consigo isso? Na Unioeste. E essa dualidade é muito importante porque você não só ensina, mas também atende. Eu fico feliz por saber que meus alunos também fizeram parte dessa história. Eu amo o que faço, eu gosto de estar em contato com as crianças e alunos, eu acho que existe uma troca muito gratificante”, diz a fisioterapeuta.

Para que a homenagem acontecesse, quem correu atrás dos trâmites foi a mãe de Benício, Ieda Araújo, ela reforça que não poderia deixar de reconhecer os profissionais que atuaram no caso do filho. “A professora Carmen foi fundamental, por isso teve essa homenagem na câmara de vereadores, da qual eu sou eternamente grata, porque eu sempre quis que esses profissionais fossem reconhecidos pelo que fizeram”.

Caso do Benício

Em 2019, a professora e fisioterapeuta Carmen começou a atender o Benício, que tinha cinco meses, porque ainda não tinha o domínio motor que uma criança da idade deveria ter. Depois de uma avaliação, Carmen recomendou à Ieda, mãe de Benício, uma ida ao ortopedista, pois percebeu que ele era flexível demais. E ao fazer um Raio-X de quadril, foi descoberto que ele não tinha o acetábulo, osso que liga o fêmur ao quadril, uma condição extremamente rara. “O prognóstico era de que o Benício jamais ficaria em pé porque ele não tinha essa ligação entre os ossos”, diz Ieda.

A mãe de Benício conta que a partir daí, buscou vários médicos procurando uma resposta e um diagnóstico para o filho. Diante disso, apenas a médica Thaisi Estralioto de Souza Campos, da Unidade de Saúde Familiar do bairro Maria Luiza, que também foi homenageada, se dispôs a estudar o caso de Benício, ao mesmo tempo em que era atendido na Unioeste. “Enquanto isso, na CRF eram feitos todos os atendimentos possíveis para que o Benício tivesse a estimulação necessária, para que o cérebro dele entendesse que ele precisava ficar em pé. Então ele fazia, hidroterapia, fisioterapia, acupuntura a laser, virou estudo de caso da professora Carmen e dos acadêmicos, os melhores meios de estimulação para que o cérebro dele entendesse a importância que tinha desse osso se desenvolver”, conta a mãe.

Com quase um ano de atendimento, a doutora Thaisi diagnosticou Benício com Síndrome de Fanconi, que faz com que o rim dele excrete tudo o que é desnecessário para o organismo, mas também os sais minerais, e tudo aquilo que é responsável pela calcificação, por isso não teve a formação do osso. Depois de descoberto, foi necessária a correção medicamentosa em Benício. Mas Ieda explica que se ele não tivesse tido toda a estimulação do caminhar, ficar em pé, do cérebro dele, do que teria que ser feito, o osso não teria se desenvolvido e não teria um tempo hábil, pois ele já tinha um ano.

“O papel do CRF foi fundamental, porque assim que começou com a interação medicamentosa, como ele veio com toda essa estimulação intensa, maciça, de todos os profissionais, o corpo já sabia como era o procedimento, o que teria que ser feito. Então com um ano e um mês o Benício engatinhou, isso após a medicação, que é um bicarbonato para regular o Ph do organismo dele, algo muito simples. Mas sem essa estimulação toda, isso não teria ocorrido”, explica Ieda.

Atualmente, Benício caminha normalmente, sem apoio e segue com os atendimentos no CRF da Unioeste.

 

 


Texto: Maria Luiza De Marco
Fotos: Câmara Municipal de Cascavel/Acervo Pessoal

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