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Diretora quer criar políticas para aumentar a participação feminina em cargos de liderança

Eleita para conduzir o Campus de Toledo pelos próximos quatros anos a nova diretora, professora Patrícia Sala Battisti, diz que irá trabalhar com transparência para que ocorra uma consonância e confluência para se obter resultados positivos em médio e longo prazo. Outro ponto citado pela diretora é quanto promover políticas que incentivem a participação feminina em cargos de liderança.

1.Chegamos ao início de uma nova gestão e a senhora chega como a primeira mulher a dirigir o campus de Toledo; quais as prioridades para o campus neste primeiro ano? 

É com um sentimento enorme de gratidão e de responsabilidade que assumo a Direção Geral do Campus de Toledo. Sou imensamente grata aos homens e mulheres (estudantes, agentes e docentes) que depositaram, de forma bastante representativa, tanta confiança ao me elegerem para exercer um cargo de tamanha complexidade e que exige muita dedicação. 

O primeiro ano de gestão é um ano de pôr em prática iniciativas acolhidas pela gestão anterior, desde que alinhadas ao nosso plano de trabalho; e de honrar os compromissos já assumidos, dando continuidade, com os recursos disponíveis, a projetos, obras e reformas empenhadas. É também um ano de alinhamento e adaptação com a equipe dos servidores que compõem o campus. Este alinhamento partirá das questões já levantadas no ano de 2023, por ocasião da elaboração conjunta do plano de trabalho, o que possibilitará o planejamento e ação em várias frentes. É também um período para captar e transmitir com transparência as principais prioridades do Campus, por meio de uma comunicação efetiva, para que as partes interessadas trabalhem em consonância e confluência para obter resultados em médio e longo prazo. 

Sob a perspectiva feminina, é importante considerar a promoção da igualdade de gênero, o fortalecimento da inclusão e diversidade, o apoio ao desenvolvimento acadêmico e profissional das mulheres na universidade, assim como a implementação de políticas que incentivem a participação feminina em cargos de liderança. Além disso, a melhoria da infraestrutura, a ampliação do acesso à educação e o estímulo à pesquisa e inovação também podem ser focos relevantes para o desenvolvimento do campus.

 2. Pensando em longo prazo, qual o projeto para o campus?  

De um modo geral, o grande desafio da Universidade, e do Campus, é a revitalização dos cursos de Graduação. Estamos enfrentando um esvaziamento em alguns cursos, não só na Unioeste, não só no Brasil, desde a baixa procura no processo de entrada e, depois, evasão dos estudantes. Não há solução simples para isso, e ela deverá ser perseguida pela comunidade toda e não só pela Direção. No entanto, inicialmente, a reflexão e a pesquisa sobre este fenômeno podem dar início a ações estruturadas nesse sentido, e que perpassem nossa maneira de ensinar e aprender e de como nos relacionamos com os estudantes que estão na Universidade. Pensando nisso, temos três principais eixos de orientação para a gestão 2024-27.

A comunidade acadêmica, de uma forma geral, construiu em conjunto uma concepção de universitária cada vez mais viva, inclusiva, conectada com a sociedade e inovadora. Para perseguir estes objetivos, vamos trabalhar para que consigamos aumentar o número de pessoas interessadas em tudo aquilo que temos a oferecer no ensino, na pesquisa e na extensão. Pretendemos, primeiramente, fortalecer os cursos existentes, buscando melhorar a infraestrutura e a capacidade de manutenção dos estudantes e de lhes fornecer uma formação cada vez melhor. Pretendemos também trabalhar para que os cursos recém-implantados, como Psicologia e Tecnologia em Aquicultura, e outros que, porventura, possam ser criados, tenham condições de florescer com excelência.

Para isso, visualizamos a criação de uma Clínica Psicossocial que seja capaz de dar conta dos estágios necessários para o Curso de Psicologia, mas que também abarque conhecimentos de cursos já bem experientes que trabalham as questões sociais e que possam dar atendimento à sociedade de forma multidisciplinar, como é o caso do Curso de Serviço Social, Filosofia e das Ciências Sociais. Esse espaço a ser construído prevê ainda incluir outros projetos e atividades do Campus, para melhor atender a comunidade interna e externa, tornando a Universidade mais inclusiva e colaborando com a sociedade em demandas bastante solicitadas pelo município. É o caso do Numape (Núcleo Maria da Penha) e do PEE (Programa Institucional de Ações Relativas às Pessoas com Necessidades Especiais) e também do NEDDIJ (Núcleo de Estudos e Defesa de Direitos da Infância e da Juventude), que está em fase de implantação no Campus de Toledo. 

Na perspectiva da inovação, pretendemos apoiar projetos de docentes que caminhem nessa direção. Como exemplo, a implantação da primeira Incubadora de Empresas da Unioeste em Toledo, a Unihub, que surge para colaborar com o ecossistema de inovação na universidade e estimular a sinergia entre seus atores, com o apoio da AGEUNI. Por meio do fomento à inovação, a Direção Geral apoia essa iniciativa na medida em que auxilia a comunidade interna e externa a iniciar negócios, fortalecer o empreendedorismo e aumentar a empregabilidade. Além disso, ela consegue unir, de forma multidisciplinar, cursos ligados à compreensão de mecanismos das empresas, como Secretariado Executivo Trilíngue, Ciências Econômicas com os Cursos de Engenharias e Ciências Exatas, por exemplo, fortalecendo parcerias entre a universidade, a sociedade, as empresas e indústrias da região.

Um outro ponto que merece atenção especial são os cursos de licenciatura, dados os desafios por ele enfrentados, para além das dificuldades comuns aos demais. Incentivaremos discussões e apoiaremos iniciativas nesse sentido, trabalhando junto com os cursos e com as demais instâncias da Universidade.

Do ponto de vista administrativo, não só a sociedade, mas também a universidade está em rápida transformação, e isso impõe um conjunto de novas atividades e demandas impostas à atividade laboral dos agentes, docentes e gestores. Os órgãos reguladores estão a cada ano aumentando a exigência de registros de toda ordem nas universidades e na criação de sistemas cada vez mais complexos para a gestão. Na luta para aumentar o quantitativo de agentes universitários, também há a necessidade de conscientização sobre a necessidade de utilizar ferramentas de gestão para facilitar os registros exigidos pelos órgãos governamentais.

  1. Qual a sua visão a respeito do papel que a Unioeste tem hoje na sociedade regional e também em âmbito nacional?

A Unioeste, como toda universidade, ainda mais sendo pública, tem um papel central na região e no país. Por ser pública e gratuita, ela cumpre a função de acolher a todos que querem estudar e se formar, dando oportunidade aos menos favorecidos. Nesse sentido, ela cumpre o papel no âmbito da justiça e equidade sociais.

Por ser pública e laica, ela promove os valores mais universais da humanidade, aceitos por todos e que estão acima de particularidades de toda ordem.

Em razão de sua qualidade e de seu bom ranqueamento, ela produz, promove e divulga o saber e a cultura. Por ser inclusiva, dá oportunidade para portadores de necessidades especiais estarem na Universidade e luta para tornar visível e combater ativamente as barreiras que dificultem seu caminho.

No âmbito formativo, ela capacita pessoas em praticamente todas as áreas e as habilita a exercer múltiplas atividades e a ter uma visão de mundo mais completa e capaz de trazer respostas aos complexos desafios da atualidade.

Em razão da valorização da inovação e da área tecnológica, a Unioeste tem o papel de refletir sobre os facilitadores e inibidores desses processos, levando em conta as questões de sustentabilidade, por meio de suas pesquisas, bem como na formação de profissionais que se voltem para novas áreas e que possam trazer inovações tecnológicas com responsabilidade social.   

  1. Para finalizar, quais são as suas expectativas de trabalho junto ao reitor e vice, diretores de centro e pró-reitores?

A expectativa é das melhores, em razão de já haver um trabalho coletivo sendo feito e da existência de um clima de cooperação em todos os níveis administrativos da Unioeste. Nossa intenção é trabalhar em conjunto, pensando o Campus, mas, sobretudo, a Universidade como um todo. É verdade que o Campus de Toledo tem particularidades que devem ser consideradas, no entanto, a concepção da Universidade que queremos só é possível com uma parceria próxima e alinhada entre reitoria, direção geral, direção de centro e coordenadores de cursos e que essas instâncias estejam ainda mais alinhadas com nossos agentes e nossos estudantes, razão de existir da nossa universidade.

 

Currículo

A professora Patrícia Sala Battisti é a nova diretora-geral do campus de Toledo da Unioeste. Ela é formada em Secretariado Executivo Bilíngue pela Unioeste, mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutora em Administração pela Universidade Positivo. Foi assessora pedagógica da Direção Geral do campus de Toledo (gestão 2016-2019) e diretora do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) do campus de Toledo (gestão 2020-2023).

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