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Projeto em Aquicultura ganha destaque no Show Rural

Projeto em Aquicultura ganha destaque no Show Rural

A água que é a base da produção de peixes também é usada para irrigar plantações, hortaliças e produções frutíferas e mais, com a qualidade exigida pelos padrões de sustentabilidade ambiental e a legislação nacional para o setor. Esse feito é realizado por meio de uma pesquisa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), em Toledo, no Oeste paranaense, com recursos oriundos de um projeto aprovado junto ao Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), uma empresa pública brasileira de fomento à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O projeto será executado em parceria com o setor produtivo envolvendo produtores e empresas e executado na Estação de Pesquisa em Aquicultura Ambiental (EPAA antigo InPAA) da Unioeste Campus Toledo.

Sob a coordenação do professor doutor Altevir Signor, esse inovador projeto será desenvolvido com coletas amostrais de água e efluentes em viveiros de produção de peixes e em rios que se localizam nas Bacias dos rios São Francisco Falso, na região de Toledo e no São Francisco Verdadeiro, em Santa Helena, na microbacia do Rio Marreco em Toledo. Além desses rios, o trabalho estende-se para 40 pontos de coletas em viveiros escavados nos municípios de Toledo, Santa Helena, Ouro Verde do Oeste, Assis Chateubriand, Marechal Cândido Rondon e São Miguel do Iguaçu.  Em resumo, serão coletadas amostras de água, peixes e ração para análises físico-químicas de pisciculturas e entrepostos de processamento em pontos que representem os rios mapeados.

O projeto está exposto no Show Rural da Coopavel, um dos maiores eventos da área tanto no Brasil como no exterior. A Unioeste tem papel essencial na área e protagonista em muitas ações de inovação que proporcionou o desenvolvimento da piscicultura. "A importância do show rural é mostrar para os produtores que ali passarem os projetos que existem no uso racional da água para a produção aquícola, vislumbrando futuras parcerias para a área”, frisa o pesquisador.

O professor elucida que o crescimento da piscicultura brasileira é reflexo do uso de tecnologias e inovações que o setor tem passado e vem experimentando no setor produtivo, o que trouxe como efeito colateral a enorme preocupação com o consumo e uso racional da água, geração de resíduos sólidos e efluentes nos processos produtivos.

As normativas nacionais sobre sustentabilidade do setor identificaram que há áreas bastante críticas quanto ao uso de recursos hídricos.  “Na região oeste do Paraná acendeu um alerta vermelho para a busca de pesquisas e tecnologias para a produção sustentável do pescado, dado o aumento de demanda e de crescimento da cadeia produtiva, com estudos e ações extensionistas, aliada à formação acadêmica em diversos níveis tanto pela Unioeste como por instituições parceiras temos condições de evoluir com ciência e sustentabilidade”, comentou o pesquisador.

Com essas ações, a Unioeste ao colocar em prática sua função de ser protagonista no desenvolvimento de estratégias, com respaldo científico, para desenvolver pesquisas científicas e gerar inovações tecnológicas que possam ser utilizadas para minimizar os impactos gerados pelo efluente se consolida como instituição formadora de recursos humanos altamente qualificados.   Entre as espécies produzidas na região está a tilápia, que reúne fatores como carne de sabor agradável, proteína de alta qualidade, preço competitivo e de fácil preparo que, pela sua rusticidade no cultivo conquiste espaço a nados largos e, até 2030, deve responder por 80% da produção nacional, segundo previsão da Peixe BR (Associação Brasileira de Piscicultura). A expectativa é que o Brasil assume o posto de terceiro maior produtor mundial de tilápias, dentro de três ou quatro anos.

Hoje, o país está na quarta posição, com 8,4% do volume global, atrás apenas de China, Indonésia e Egito, mas tem potencial, condições e características para estar entre os dois principais produtores de pescados a nível global. Em 2022, foram produzidas 550.060 toneladas de tilápias em águas brasileiras, volume que representa 63,93% da produção nacional de peixes de cultivo. O número é 3% maior que o alcançado em 2021 (534.005 toneladas), e a tendência é que essa expansão continue, segundo pesquisas na área. Vale destacar que a região oeste do paraná produz aproximadamente 20% da tilapicultura brasileira.

Ao elencar, mais detalhadamente os objetivos do projeto, o pesquisador diz: “entre os objetivos está  Conhecer as reais condições da indústria de pescados na produção de efluentes e geração de possíveis contaminantes, fazer um prognóstico da disponibilidade de água em volume e qualidade para o setor produtivo e de transformação do pescado, desenvolver pesquisas científicas para o uso racional da água e seu reuso em outras cadeias produtivas, conhecer e estruturar mecanismos que levem ao correto manejo de efluentes gerados na produção do pescado desenvolvendo alternativas para integrar seu uso em outras cadeias produtivas, gerar inovações tecnológicas que venham de encontro as demandas do setor produtivo e possibilitar a estruturação de políticas públicas que atendam o desenvolvimento sustentável das cadeias produtivas da piscicultura que possa ser um modelo de desenvolvimento sustentável”

Local de pesquisa

Estação de Pesquisa em Aquicultura Ambiental (EPAA antigo InPAA) é uma unidade de pesquisas com atividades de ensino, pesquisa e extensão do curso de graduação de Engenharia de Pesca e da Pós-graduação em Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca - PREP, conta também com a participação de docentes e discentes de outros cursos como Engenharia Química e Química.

A Estação de Pesquisa antes era uma unidade do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), muito importante para a piscicultura do Estado, construído no final da década de 70 e, desde então, promoveu o fomento da piscicultura, o desenvolvimento da aquicultura e ações relacionadas à preservação do meio ambiente.

O terreno que abriga A Estação de Pesquisa tem 120 mil m2 de área, sendo dez mil m2 de área construída, numa estrutura que inclui laboratórios, salas de aula, auditório e refeitório". Localizado na estrada da Usina Km 5, em Toledo, o Instituto foi repassado formalmente para a Unioeste em 2010.

Mara Vitorino

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