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Cesta Básica: Pelo segundo mês consecutivo café da manhã está mais caro no Sudoeste

A pesquisa da cesta básica realizada mensalmente pelo Dieese, constatou, para o mês de setembro aumentos nos preços médios em 11 capitais pesquisadas e diminuições em outras seis. No Sudoeste do Paraná, a pesquisa do custo da cesta básica de alimentação é desenvolvida pelo GPEAD (Grupo de pesquisa em Economia, Agricultura e Desenvolvimento, afeto ao curso de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Oeste Paraná (Unioeste), campus de Francisco Beltrão) e instituições parceiras. Em setembro, o custo médio da cesta básica de alimentos se ampliou em Francisco Beltrão (4,42%) e em Pato Branco (3,51%), enquanto que em Dois Vizinhos apresentou leve redução (-0,36%). Em termos monetários, o aumento em relação ao mês anterior foi de R$ 22,25, em Francisco Beltrão e de R$ 17,04, em Pato Branco. Em dois Vizinhos, a queda relativa a agosto foi de R$ -1,87.
Os produtos da cesta básica de alimentação que apresentaram variações de alta na maioria das capitais pesquisadas pelo Dieese foram: o açúcar, o café em pó, o óleo de soja, o pão francês, o leite integral, a manteiga e a carne bovina de primeira. Por outro lado, o arroz e o feijão apresentaram comportamento de retração de preços.
Nas cidades pesquisadas pelo GPEAD, em setembro (Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e Pato Branco), o comportamento dos preços, tanto nas elevações quanto nas retrações foi semelhante ao observado pelo Dieese nas capitais. A exceção ficou por conta do leite e da carne, cujos preços reduziram em ao menos 02 dos municípios pesquisados na região. Para além do referido, há que se acrescer ao rol dos produtos cujos preços aumentaram, o tomate e a batata, cuja elevação foi também significativa em 02 dos 03 municípios pesquisados.
Em setembro, o preço médio do quilo do açúcar aumentou em Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e Pato Branco as altas foram de (2,24%), (4,46%) e (2,91%), respectivamente. Para o Dieese, tal variação resultou principalmente da “oferta restrita de cana-de-açúcar, por causa do clima seco e da falta de chuvas”.
O preço do café apresentou elevação de preço em 16 capitais. Em Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e Pato Branco as elevações nos preços foram de (5,62%), (9,54%) e (7,46%), respectivamente. O real desvalorizado, os efeitos do clima na oferta e a demanda aquecida, sobretudo no mercado externo, auxiliam no entendimento de tais variações.
O preço do óleo de soja se elevou em setembro em 15 capitais pesquisadas e também nos três municípios do Sudoeste do Paraná pesquisados pelo GPEAD (vide tabela 01). Demandas externa (China em especial) e interna (produção de biodiesel) elevadas, explicam as altas, como destaca o Dieese.
Já o preço médio do leite teve elevação em 11 capitais pesquisadas. Nos municípios do Sudoeste do Paraná pesquisados o comportamento foi de alta em Dois Vizinhos (3,92%) e de redução em Francisco Beltrão (-7,38%) e Pato Branco (-3,21%). A alta nos custos de produção decorrente dos efeitos do clima nas pastagens e da maior necessidade de ração, somados à demanda elevada das indústrias por matéria prima são indicativos da redução da oferta do leite e do aumento do preço.
As primeiras justificativas acima apontadas para a alta do preço do leite servem para o entendimento das elevações ocorridas nos preços da carne bovina de primeira em 11 das 17 capitais. Nos municípios do Sudoeste do Paraná o comportamento foi de alta em Francisco Beltrão (1,57%) e de queda em Dois Vizinhos (-1,62%) e Pato Branco (-2,15%).
Os preços da batata do tipo inglesa e do tomate graúdo apresentaram ampliação em pelo menos 02 dos 03 municípios pesquisados na região. Os efeitos do clima na produção auxiliam na compreensão da elevação do preço do produto no varejo.
Os preços do arroz parboilizado e do feijão preto se retraíram na maioria das capitais pesquisadas pelo Dieese e ao menos 02 dos 03 municípios pesquisados do Sudoeste do Paraná. As altas ocorridas nos meses precedentes e a retração da demanda em função da perda de poder aquisitivo das famílias explicam as variações nos preços.
O cálculo do valor gasto com a alimentação básica para uma família de tamanho médio (02 adultos e duas crianças – considerando que 02 crianças correspondem a 01 adulto) exige a multiplicação do valor monetário da cesta básica individual por 03. Os valores da cesta básica de alimentação familiar, as diferenças de tal valor com relação ao salário mínimo bruto (R$ 1.100,00) e líquido (R$ 1.017,50) e ainda, o salário mínimo necessário referente ao mês de setembro para as localidades pesquisadas.
O salário mínimo necessário, é importante esclarecer, expressa o quanto monetariamente seria preciso para que os trabalhadores residentes nas cidades pesquisadas pelo GPEAD ou pelo Dieese, pudessem satisfazer, em setembro, a integralidade das demandas familiares previstas constitucionalmente, quais sejam: “moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social”.
Considerando os dados apurados, é possível observar que o salário mínimo nacional, tanto o bruto quanto o líquido, mostraram-se, em setembro, insuficientes para assegurar a aquisição da cesta básica de alimentação familiar, tanto para as cidades pesquisadas pelo GPEAD quanto para as demais localidades selecionadas. Se observada a determinação legal, para a manutenção de uma família de quatro pessoas, ou seja, se consideradas as necessidades básicas para além da alimentação, o salário mínimo deveria ter sido, em setembro, de: R$ 4.383,56, em Dois Vizinhos; R$ 4.415, 38, em Francisco Beltrão e R$ 4.224,04, em Pato Branco.
Com base na cesta básica mais cara do país que, em setembro, foi a de São Paulo, R$ 673,45, e considerando a determinação constitucional, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças, deveria corresponder a R$ 5.657,66, valor este que representa 5,14 vezes o mínimo bruto vigente de R$ 1.100,00 e 5,56 vezes o mínimo líquido vigente de R$ 1.017,50.
Ao se comparar o valor da cesta de setembro de 2021 com a de setembro de 2020, se constatou um aumento de 20,57%, em Dois Vizinhos; de 20,68%, em Francisco e de 20,47 % em Pato Branco. No acumulado dos nove primeiros meses de 2021, o valor da cesta básica apresentou aumento de custo em Dois Vizinhos (8,21%); Francisco Beltrão (6,37%) e, em Pato Branco (3,83%).
A jornada de trabalho necessária para adquirir a cesta básica é proporcional às variações do valor mensal desta. Em setembro de 2021, o tempo médio necessário para adquirir a cesta básica individual foi de 104h21, em Dois Vizinhos; de 105h07, em Francisco Beltrão e de 100h33 em Pato Branco. Quando se compara o custo da cesta individual e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), o trabalhador de Dois Vizinhos, Francisco Beltrão ou Pato Branco, remunerado pelo piso nacional, comprometeu com a aquisição da cesta básica individual a seguinte proporção da sua renda, 51,28%, 51,65%, e 49,42%, respectivamente

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