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Núcleo de Desenvolvimento Regional Lança 5ª edição do Boletim de Conjuntura Econômica

Núcleo de Desenvolvimento Regional Lança 5ª edição do Boletim de Conjuntura Econômica

O Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) campus de Toledo, em parceria com a Associação Comercial e Empresarial de Toledo (ACIT), lançou a 5ª edição do Boletim de Conjuntura Econômica. A publicação é feita a cada trimestre e analisa os dados econômicos e sociais de Toledo e de municípios selecionados da região Oeste do Paraná. Nesta edição são abordados temas como a quebra do milho safrinha na região, o impacto do auxílio emergencial, a movimentação financeira e o emprego formal.

O Boletim chama a atenção para o aumento de financiamentos imobiliários em Cascavel, no período entre junho de 2020 e janeiro de 2021, na ordem de 1,17%, o que indica a busca por compra de imóveis e o endividamento da população com este tipo de operação. Em contrapartida, as aplicações em poupança caíram 0,5% no período e os depósitos a prazo caíram 3,8%. Em Toledo a situação é semelhante. Os financiamentos imobiliários subiram 12%, mas as poupanças tiveram aumento de 0,71% e os depósitos a prazo também subiram, com alta de 6%.

O coordenador do Boletim de Conjuntura Econômica, professor Jandir Ferrera de Lima, explica que os imóveis são vistos como um investimento seguro, que tende a se valorizar a longo prazo, em contrapartida, o capital fica imobilizado, o que dificulta em casos de emergência. “O imóvel é uma proteção (os investidores buscam o imóvel por uma proteção por conta das turbulências na economia, que vem mostrando desequilíbrios e os investidores buscam investimentos mais atrativos e, também, mais seguros, que garantam o seu capital) e, além disso, o Brasil estava com uma taxa de juros relativamente baixa frente à inflação, e isso fez com que muitas pessoas, muitos investidores, muitos consumidores buscassem

financiamento antes que a taxa de juros Selic aumentasse, o que de fato ocorreu nos últimos meses”, completa Lima. O professor ainda lembra que os investidores da região Oeste do Paraná têm um perfil mais conservador, em especial os ligados ao agronegócio. “Como a safra de milho e de soja foi muito boa em 2020 e os preços também, isso fez com que os produtores rurais tivessem muita liquidez e buscassem os imóveis como um porto seguro para fazer reserva de valor”, expõe Lima.

De acordo com o Boletim, o baixo volume de chuvas ao final de 2020 atrasou a safra de soja (plantada entre a primavera e o verão), o que resultou no consequente atraso na safra de milho seguinte (cultivada entre o verão e o outono). A expectativa era de uma colheita de 30 milhões de sacas na região, mas com o atraso no período de chuvas e as fortes geadas em junho, estima-se que as perdas podem ser de 60%. Ainda de acordo com a publicação, a safra abaixo do esperado pode contribuir para a alta de preços de milho e derivados, dado que a região é consumidora do produto e precisa importar para suprir a necessidade.

O pesquisador Valdir Antonio Galante, que também participa do projeto, avalia que a quebra da safrinha de milho atinge a população de diversas formas, a depender de sua conexãona cadeia produtiva e de consumo do milho. De acordo com o professor, a maior parte da população está ligada ao consumo e, por consequência, à escassez do produto (seja como consumidor do milho como alimento, como pecuarista – onde o milho é utilizado na alimentação dos animais – ou como consumidor de carne), o que os faz sofrer com a alta dos preços de milho e derivados. “Caso incluamos a condição do preço da soja (muito importante na pauta de consumo humano e animal, e alternativa ao milho em diversas ocasiões), que também foi afetada por problemas climáticos, percebemos que os efeitos se somam. Caso acrescentemos a questão do câmbio, que facilita as exportações para outros mercados, o crescimento da demanda externa decorrente de mudança de hábitos, pandemia dentre outros, percebemos a dimensão que a situação toma”, argumenta Galante.

A publicação fala sobre o impacto que o auxílio emergencial teve na região Oeste, onde mais de 280 mil pessoas receberam o benefício, o que totalizou cerca de 200,3 milhões de reais na economia local. A cidade com maior número de beneficiários foi Foz do Iguaçu, com 72.843 pessoas, o que equivale a 36% da população adulta, que receberam cerca de R$ 52,8 milhões. Em segundo lugar vem Cascavel, com 61.938 pessoas, que representam 23% dos adultos, que receberam aproximadamente R$ 43,8 milhões. Em terceiro vem Toledo, com 21.478 pessoas, o que representa 18% da população adulta da cidade, que receberam cerca de R$ 15 milhões.

Lima, explica que, no início da pandemia de covid-19 houve restrições à circulação de pessoas em diversos municípios, o que levou muitos trabalhadores (principalmente do comércio e da prestação de serviços) a ficarem em casa e outros a perderem empregos. “Naquele momento, o auxílio emergencial foi uma guarida para aqueles trabalhadores e prestadores de serviços que ficaram desamparados. E esse auxílio emergencial contribuiu para manter o ritmo de consumo na economia local”, analisa o professor.

No quesito empregabilidade, o Boletim aponta para uma recuperação da economia local após a queda em 2020. Um dos setores com destaque neste aspecto é o da indústria, puxada pelo setor agroalimentar e construção civil, que apresentaram resultados significativos na região. Em Toledo, a indústria gerou 745 postos de trabalho, ao passo que em Cascavel, foram geradas 2.168 vagas. Em dados gerais, Cascavel foi a cidade que teve maior saldo positivo de empregos gerados (diferença entre contratações e demissões) com 5.149 vagas. Toledo ficou na segunda posição, com 3.123, e Foz do Iguaçu foi a terceira, com 953 empregos. A íntegra do Boletim de Conjuntura Econômica pode ser conferida no link https://acit.org.br/servicos/area-de-download .

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