Personagens do cotidiano: Banca do HU tem 36 anos de história

Alvará foi assinado na época do ex-prefeito Fidelcino Tolentino

A porta de entrada do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) não tem olhos humanos, porém por ali perpassaram e passam muitas e muitas histórias de dor, da superação dos que vencem problemas graves de saúde, da agonia de quem está lado de fora dos leitos e, em especial, da alegria dos salvos pela saúde pública, dos que nascem, ou seja, daqueles que ganham a “ alta” e voltam para suas casas, com seu maior bem, a vida.

Um dos personagens cotidianos que mais conhece dessa história é o comerciante Carlos Toazza, dono da banca que funciona há 36 anos no mesmo lugar, bem em frente o estacionamento principal da unidade hospitalar. O ponto era de Diamantino Ferreira dos Reis, que o vendeu há dois anos grande amigo, Carlos Coazza, porque luta contra o câncer. No dia 15 de cada mês, seu Diamantino visita o amigo Carlos, a quem passou tanto a banca, como a “patente” de ser escuta aos atendidos pelo hospital, vindos de Cascavel e de toda a região.

Ele diz, sorrindo, que é uma alegria, uma emoção quando ele vê um familiar atravessar o percurso de quem acompanha o doente, desde o desespero da fase crítica até o alívio da cura, pois o Pronto Socorro atende urgências e emergência, pessoas com risco de morte. Enquanto vende, doces, salgados, refrigerantes, entre outros, ele ouve histórias, lamentos e acompanha o processo de alta médica, que leva dias ou até meses.

Texto: Mara Vitorino

Foto: Mara Vitorino