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Banco de Leite do Huop completa 20 anos com atividades

O Banco de Leite Humano do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop) completou 20 anos de existência no último dia 26. Em razão disso, esta semana (dia 27) foi realizado um evento em comemoração a data. O evento contou com um café da tarde, exposição de fotos das doadoras e uma mesa de honra com alguns convidados.

No dia 26 foi realizada uma sessão de fotos para as mães doadoras com suas famílias, fotos essas, que foram expostas no auditório. O intuito foi unir algumas das mulheres que contribuíram com o Banco de Leite durante todos esses anos. Participaram da comemoração mães doadoras e beneficiadas, crianças, representantes de outras instituições e funcionários do Banco de Leite.

Anelise Vieczorek é enfermeira do Banco de Leite e conta que no ano de sua criação, 1999, ainda era no antigo hospital regional. “Para a comemoração dos 20 anos, quisemos trazer uma homenagem as mães que doaram e as mães que receberam, então nós reunimos essas mulheres de várias idades e as crianças. Nós celebramos dessa forma, mostrando de certa maneira aquilo que a gente já propiciou para essas crianças e tantas já passaram por aqui, até porque não atendemos só o Huop, como também a Policlínica, o São Lucas e outros hospitais.”, explica.

Rodrigo Suzuki, diretor administrativo do Huop fala que além da importância para sociedade, esse crescimento do Banco de Leite é fundamental para o próprio hospital. “São 20 anos de história de construção, temos que ressaltar principalmente que esse processo é uma ação que vem de fora para dentro. O Banco de Leite hoje supera nossas expectativas no atendimento à população e o mais importante de tudo é saber que estamos fazendo o bem principalmente para quem precisa. A história demonstra que ações como essa, onde a comunidade se engaja, dão mais certo”.

O Rotary Club dá apoio ao Banco de Leite desde sua criação demonstrando ser uma parceria de sucesso. Eliani Maria Liberali Cervo, presidente do Rotary Club Cascavel Leste marcou presença no evento e ressaltou a importância da implementação do Banco de Leite e a alegria de fazerem parte desse projeto desde o início. “Nós juntamos recursos e fazemos vários projetos na comunidade e 20 anos atrás eles tiveram a ideia de realizarem um projeto com recurso do Rotary Internacional para criar um Banco de Leite. Todo dia as crianças têm uma necessidade diferente e é uma imensa alegria poder comemorar junto com vocês esse grande sucesso que o Rotary implantou e o hospital conseguiu manter”, finaliza.

Desde sua criação, foram coletados 45.600 litros de leite de aproximadamente 25.000 doadoras. Em torno de 21.000 crianças receberam leite e mais de 40.000 mulheres foram atendidas nesse período. Mensalmente são arrecadados em torno de 300 litros pasteurizados.

Rede Brasileira

O Banco de Leite faz parte de uma rede brasileira que visa tentar diminuir o índice de mortalidade infantil, morbimortalidade e doenças, principalmente para os prematuros que estão na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) neonatal. Essa rede foi criada na década de 1980 e a partir disso começou a crescer. Hoje é a maior rede de bancos de leite do mundo. Além disso, exporta tecnologia para outros lugares, inclusive países da Europa que já estão aderindo à tecnologia brasileira que é acessível, mais barata, mais fácil de ser implementada e traz excelentes benefícios.

Anelise Vieczorek afirma que é muito importante que o bebê receba como primeiro alimento sempre o leite humano visto que dessa forma ele possui uma chance de sobrevida muito maior do que a criança que recebe uma fórmula infantil, então isso, faz diferença para vida toda. “Normalmente por não estarem amamentando, as mães da UTI neonatal, possuem uma redução na produção de leite, então dificilmente elas vão conseguir sustentar os seus bebês com seu próprio leite. Essas doadoras fazem um ciclo virtuoso de generosidade e solidariedade doando aquilo que elas têm de mais precioso que é o leite nesse e período da maternidade.”

Luciane Mazurek Correa conta que seu filho já precisou de doação e hoje ela faz sua parte contribuindo para o Banco de Leite. “Eu senti a necessidade de doar também, tenho bastante leite e acho bem importante ajudar outras crianças”.

Já Jaqueline Oliveira Santos de Lima relata que por produzir muito leite, foi orientada a doar. É a segunda vez que contribui para o Banco. Na primeira, há 9 anos em sua primeira gravidez e agora com seu bebê de 2 meses. “Eu me sinto muito satisfeita, doar o leite é a mesma coisa que doar sangue, a gente contribui para salvar uma vida.”, finaliza.

Mariê Louidette Noel conta que foi beneficiada pelo Banco de Leite. Seu filho nasceu de seis meses e ficou 70 dias na UTI Neonatal. Ela não tinha condições de visitá-lo todos os dias, além de não produzir leite suficiente. “Esse banco é muito importante, meu nenê nasceu prematuro e eu não podia ir até o hospital todos os dias e mesmo depois de ganhar alta, ele continua utilizando o leite daqui porque meu leite não está sustentando. Senão tivesse essa iniciativa eu teria que dar o outro leite para ele.”

A enfermeira Maria José foi quem coordenou o Banco de Leite em 1999, quando foi fundado. Ela conta que foi um momento muito difícil porque não se constrói algo assim apenas com projeto e boa intenção, mas que os funcionários sempre se empenharam nessa causa que além de salvar vidas, é um trabalho puramente científico e humano. “Eu vejo que foi uma semente bem plantada com muita dedicação, ciência e esforço de uma equipe que nunca se perdeu. Foi um canteiro bem cultivado que germinou e está produzindo os frutos que estamos vendo hoje.”, finaliza.

Karina Vivian é a enfermeira coordenadora do Banco de Leite e conta que a importância da doação é aumentar as chances das crianças prematuras ou de baixo peso se recuperarem. “Ajuda na proteção contra infecções, diarreias e alergias. No caso, das crianças que estão nas UTI’s muitas vezes não conseguem se alimentar nos seios das próprias mães, por isso é tão importante a doação do leite, uma vez que o produto é pasteurizado e fornecido via sonda nasogástrica aos pequenos bebês, para garantir a alimentação”, finaliza.

Para doação do leite materno é necessário um cadastro prévio, que pode ser feito por telefone. Dessa forma uma funcionária do Banco de Leite vai até a casa dessas doadoras fazer a coleta, cada bairro do município tem um dia específico de visita.

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Luciane e família

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Jaqueline e sua filha.

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Mariê e seu filho.

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Fotos: Andréa Pasquetti

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