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Desenvolvimento motor em bebês é referência no Estado

Projeto já foi apresentado em Congresso Internacional de especialidades Pediátricas

prematuro 3

O desenvolvimento motor em bebês parece ser algo simples e natural, porém algumas vezes esse processo torna-se complexo, como acontece com bebês prematuros. A Unioeste, realiza desde 2003, o projeto de extensão Mensuração do Desempenho Motor em Bebês, coordenado pela professora e Fisioterapeuta Helenara Salvati Bertolossi Moreira, em parceria com o curso de Medicina.

Os bebês que fazem parte do projeto são rastreados no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop), após receberem alta da UTI são encaminhados a um ambulatório de acompanhamento ao prematuro. “Os bebês que têm problema e precisam dar continuidade ao tratamento são acompanhados no Centro de Reabilitação da Unioeste”, afirma a coordenadora do projeto.

O projeto é realizado no campus de Cascavel, pois é o único que oferece o curso de Fisioterapia, porém atende bebês da 10ª Regional de Saúde, que engloba 26 munícipios, entre eles: Iguatu, Ramilândia, Céu Azul e Guaraniaçu.  Ainda de acordo com Helenara “40% dos que nascem no Hospital Universitário são de fora e acabam vindo, porque nós somos um serviço de referência. Às vezes é difícil para eles fazerem a terapia toda semana, então vêm de tempo em tempo para reavaliarmos”.

Murilo Michel de Souza Sales é filho de Meridiana Aparecida de Souza, hoje ele tem quatro anos e faz o acompanhamento desde os cinco meses. A mãe explica o diagnóstico do filho e reafirma os resultados do projeto. “O Murilo nasceu com 30 semanas, ele ficou 47 dias em observação e só depois de um tempo após deixarmos a UTI que foi constatado o diagnóstico de que ele tem paralisia cerebral, desde então, nós temos vindo aqui. Vemos muito resultado no desenvolvimento e tem sido muito gratificante”.

Em média são atendidos 150 bebês por dia, eles são estimulados a diversas funções, como a parte sensorial e motora. “Nós fazemos a fisioterapia motora, a intervenção direcionada aos bebês, para que consigam andar, rolar, engatinhar no tempo esperado. Temos também a fisioterapia aquática, que é de um modo lúdico, então os bebês não sentem a intervenção. Já a terapeuta ocupacional vê a função das mãos, a fonoaudiologia trabalha a fala e nós temos também a psicóloga, que ajuda as mães, porque geralmente elas são muito protetoras, pelo fato de quase terem perdido o filho”, explica Helenara.

Milena Vitória dos Santos também faz parte das crianças atendidas pelo projeto, nasceu prematura de 25 semanas (cinco meses), após a mãe, Eleni Ferreira de Souza, cair. “A Milena nasceu com 820 gramas e 30 centímetros, os órgãos dela não funcionavam sozinhos. Eu permaneci 5 meses e 17 dias dentro do Huop com ela. Meu bebê recebeu alta e veio para casa com 1,950kg, dois dias depois voltou e ficou mais 22 dias internada. Desde então tem acompanhamento com o ortopedista, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga, fisioterapeuta”, conta Eleni. Hoje, Milena tem quatro anos.

Não há idade máxima para os bebês deixarem o acompanhamento, Helenara esclarece que eles são acompanhados até desenvolverem todas as aquisições necessárias. “Esse acompanhamento é feito para que eles possam ter o mínimo de sequelas possíveis da prematuridade, temos casos de acompanhamentos há 18 anos”.

Nicole Krensiglova Abhaão tem cinco anos e recebe o acompanhamento desde o útero da mãe, Inove Krensiglova. “Foi visto que ela tinha o pé congênito, com quatro meses ela ficou na UTI com a perna engessada e com oito meses ela fez uma cirurgia. Nós frequentamos aqui (Instituição), duas vezes por semana. A Nicole desenvolveu bem mais rápido do que eu imaginava, nós tínhamos medo de que ela não fosse andar”, afirma a mãe.

O projeto e a Universidade são referências no Estado, em 2015, a Instituição apresentou o trabalho de follow up (acompanhamento), em um Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas, realizado pelo Hospital Pequeno Príncipe.

A coordenadora esclarece que a motivação para criar o projeto se deu por conta de que os bebês chegavam muito tarde, foi vista então uma necessidade de detectar mais precoce. O projeto tem como diferencial duas escalas de medição, já validadas no Brasil. “Uma foi desenvolvida no Canadá, a escala Alberta, em que é possível acompanhar o prematuro até um ano e meio. Também utilizamos a escala TIMP (Teste de performance motora para prematuros), essa escala validada por uma ex-professora da Instituição e nós fomos o primeiro município do Estado a utilizá-la. Com essas escalas nós temos uma pontuação específica para cada bebê, para assim direcionar o tratamento adequado e pontuar se está evoluindo ou não”.


Texto: Milena Lemes 
Foto: Arquivo Unioeste

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