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Fórum 4.0 de Educação na 1ª Technovação e 10ª InnovaCities

O processo de inovação decorrente da revolução tecnológica 4.0 vem afetando sobremaneira a forma em que as ações do dia a dia são executadas. Atualmente, fala-se em Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (Internet of Things – IoT), Big Data Analytics, Blockchain, realidade aumentada, linguagens de programação, impressora 3D, dispositivos eletrônicos, nível de automação da indústria, dentre outros avanços que têm nos conduzido a um mundo mais interativo.

 Ajustando-se à revolução tecnológica, a educação também está em processo de mudanças. Definitivamente, a sala de aula não é mais a mesma, seja pelo uso de tecnologias diversas ou pela mudança de perfil dos alunos, que chegam mais preparados e conhecedores dessas novidades, de modo que se busca desenvolver um modelo 4.0, que atenda as necessidades que se apresentam diante das novas ferramentas.

Arthur Schuler da Igreja, co-fundador do Triple A Academy, plataforma de inovação, defende que é preciso haver “complementariedade”. É essencial um ambiente integrado, preparado para absorver essa geração “digital”, uma vez que a maioria dos professores e das instituições de ensino se encaixam na geração “analógica”.

Nesse contexto, a inteligencia artificial é uma das tecnologias que vem provocando discussões sobre o futuro da educação. Tome-se como exemplo o programa de IA, “Todai Robot Project”, dirigido por Noriko Arai, no Japão, em que um robô passou em 60% dos processos de admissão das universidades, com conhecimento embarcado especialmente nas habilidades e competências que se acredita serem adquiridas apenas pelo homem e através do processo de ensino escolar, tais como matemática, ciências sociais e naturais, inglês e japonês, no caso. Noriko explicou que o robô não lê a pesquisa que faz na internet ou em sua memória, ele realiza análise e estatísticas do resultado da pesquisa, chegando no resultado mais correto. Diante do resultado, a diretora do projeto assinala que há necessidade preemente de discussão de ações para o enfrentamento dessas mudanças e de como lidar com o crescimento das tecnologias e de como aplicá-las na educação.

A fim de discutir e explorar os temas relacionados à inovação, em 18 de maio de 2018, em Cascavel/PR, foi realizada a 10ª edição da Innova Cities Internacional e a 1ª Technovação 2018. O evento foi organizado pela Prefeitura Municipal de Cascavel, através da Fundação para o Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (FUNDETEC), em parceria com a Associação Brasil Internacional de Inventores Cientistas e Empreendedores Inovadores (ABIPIR), a International Federation of Inventors Associations (IFIA), a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), dentre outras instituições de ensino do Estado do Paraná como a Universidade Latino Americana (UNILA), a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) e o Sistema Regional de Inovação do Programa Oeste em Desenvolvimento (SRI).

O evento contava com o  Fórum 4.0 de Educação, sendo o primeiro no Estado do Paraná e o segundo no Brasil, idealizado com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento do ensino inovador, em um ambiente que congrega universidades, professores, alunos, empresas e o Poder Público em todos as suas instâncias. O Fórum permitiu às universidades públicas e privadas, escolas de ensino fundamental, ensino médio, ensino técnico e institutos federais, exporem os principais desafios e oportunidades que a revolução tecnológica requer dos atores desse processo.

Discutindo sobre o Ensino Básico, a Prof.ª Ma. Marcia Aparecida Baldini, Secretária de Educação de Cascavel, destacou os “Desafios Contemporâneos no Processo de Ensino”. Apresentou o Programa Escola Feliz, da rede municipal de ensino, que tem por objetivo revitalizar escolas e Centros Municipais de Educação Infantil – CMEIS, para que sejam ambientes mais agradáveis, possibilitando melhores condições para o aluno, professores e toda a comunidade escolar. Expôs questões relacionadas com o Currículo e Diretrizes para a Educação em Tempo Integral, visando garantir a função social da escola na transmissão dos conhecimentos cientificos, artísticos, filosóficos e tecnológicos. Cada projeto em contraturno possui sua própria identidade, mas todos possuem a criatividade, tecnologica e inovação em comum.

1 programa escola feliz

Acrescentando ao debate sobre os desafios e oportunidades do Ensino Básico, as Professoras Daniele Franchini de Lemos e Tamara Thaiane Grauer do Municipio de Céu Azul, apresentaram o Projeto Delícias Saudáveis, que tem o objetivo de estimular a alimentação saudável e desenvolver o comportamento empreendedor. No projeto, os alunos criam um “produto”, geralmente um tipo de comida, para venderem na “Feira do Empreendedor da Escola” e participam de todo o processo de execução do negócio. Além disso, eles criaram uma moeda própria.

Como resultado do projeto foram verificados: maior interesse dos alunos pelas aulas; melhora considerável no rendimento e no comportamento; a participação das famílias e melhora na alimentação dos alunos e de suas famílias.

2 Projeto Delícia Saudáveis

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Em relação ao Ensino Médio, coube ao Prof. Fred Ganem Filho, do Colégio Bertoni de Foz do Iguaçu, explanar sobre o “Desenvolvimento de Habilidades e o Ensino Bilingue”, auxiliado pela Prof.ª Dilce Maria Simões Santos, Prof. Paulo Roberto Takada, ambos do Núcleo Regional de Ensino de Cascavel, além da Prof.ª Esp. Carolina Cleidi Moreira do Colégio SESI Internacional, moderados pelo Prof. Dr. Marcos Augusto Francisco Borges – Unicamp.

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O Prof. Fred Ganem Filho – Colégio Bertoni, palestrou sobre a importância do “Desenvolvimento de Habilidades” no processo de aprendizagem dos alunos. Expôs as mudanças no cenário mundial e no Brasil, destacando as relacionadas à natureza do emprego, relações do trabalho, serviços disruptivos, mercado global, vestibular, a nova base curricular e habilidades socioemocionais. Para o professor, as habilidades a serem trabalhadas são: soluções de problemas complexos, trabalho em equipe, orientação para servir, inteligência emocional, comunicação, pensamento críticio, criatividade, intuição e liderança. Por fim, citou pertinente frase do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama: “Podemos ter os mais dedicados professores, os mais apoiadores pais e as melhores escolas do mundo e nada fará diferença a não ser que vocês cumpram com as suas responsabilidades” – que significa que o papel de cada ator desse processo de integração da educação com as demandas tecnológicas deve ser levado a sério, caso contrário, os objetivos de se chegar a uma educação inovadora e interativa não serão atingidos.

A Prof.ª Dilce e o Prof. Roberto, do Núcleo Regional de Educação, destacaram que a  evolução tecnológica e as demandas apresentadas pelas novas gerações, exigem da educação contemporânea muito mais versatilidade, competência, habilidade, pesquisa e proatividade.

Nesse contexto, a Prof.ª Carolina, destacou que no SESI Internacional, o aluno tem contato com o idioma e a cultura estrangeira, o que enriquece tanto a sua vida acadêmica quanto a pessoal, além de abrir portas para vivências em outros países.

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No Ensino Médio Técnico, houve a participação da Nara Regiane Reinheimer Pick do SEBRAE, que destacou questões relacionadas ao “Empreendedorismo e o Ensino Técnico”, auxiliada pelo Prof. Patrick José Cardoso do SENAI e Prof. Me. Helder José Costa Carozzi – CEEP, moderados pelo Prof. Dr. Marcelo Vivacqua.

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A Coordenadora de Empreendedorismo do SEBRAE, Nara Pick, reforçou a necessidade de incorporar o uso das tecnologias no processo de ensino-aprendizagem, estimular o protagonismo docente e discente, fazer uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem para o desenvolvimento de competências diferenciadas. Destacou que a missão da escola, além de preparar os estudantes para o mercado de trabalho, é formar cidadãos críticos e conscientes, que possam contribuir como agentes de mudança na sociedade. Preparar o indivíduo para aprender a aprender, aprender a desaprender e aprender a reaprender continuamente.

O Prof. Helder – CEEP, observou que, atualmente, a maioria dos equipamentos eletrônicos como gravadores de áudio, aparelhos telefônicos e computadores cabem no bolso. Explicou o processo de “Desmonetização”, que é a ação ou efeito de desmonetizar, diminuir ou cessar a circulação de dinheiro (moeda), promovendo uma quebra de paradigma nos processos de pagamentos. Nota-se que as tecnologias crescem de forma exponencial e nunca presenciada, pelo que é fundamental promover formas de aprendizagem que atendam à demanda por novos profissionais e profissões que surgirão em decorrência disso.

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No Ensino Superior coube ao Prof. Dr. Ryon Braga da Faculdade Uniamérica de Foz do Iguaçu apresentar o “Ensino Superior e a Educação 4.0 – Matriz Curricular Estruturada por Competências”, auxiliado pelo Prof. Dr. Cassio Frederico Moreira Druziani da Unioeste e Prof. Marcio Luiz Modolo do IFPr, moderados pelo Prof. Dr. Marcos Augusto Francisco Borges da Unicamp.

O Prof. Ryon Braga – Uniamérica, defendeu a Matriz Curricular estruturada com base nas competências técnicas e comportamentais necessárias à formação integral do estudante (pessoal e profissional), sem a tradicional divisão por disciplinas. Sustentou a importância das atividades em sala focadas em elementos colaborativos, desafios práticos e problemas reais, colocando o estudante como protagonista do aprendizado, sem as tradicionais aulas expositivas, bem como a necessidade de salas de aula diferenciadas, construídas com base nas metodologias ativas de aprendizagem, que favorecem o trabalho em grupo. Destacou a participação do professor como orientador e preceptor, além da integração com a prática laboratorial e projetos sustentados em problemas reais. Somando-se a isso, o ensino do idioma inglês inserido na matriz curricular, para que o estudante alcance fluência verbal em, no máximo, quatro semestres, rompe com o paradigma de que a “teoria vem primeiro e a prática depois”, determinando uma mudança significativa do aprendizado, em que o aluno já sai preparado para enfrentar os desafios reais da profissão.

 

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 Complementando, o Prof. Marcio Luiz Modolo do IFPr, falou sobre a necessidade de preencher os estágios formativos construídos nos processos básicos da formação humana, privilegiando as vertentes do trabalho, do conhecimento universalizado e da inovação tecnológica, registrando, sistemazindo, compreendendo e utilizando o conceito da tecnologia, para dele fazer elemento de ensino, pesquisa e extensão.

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Por fim, o Prof. Dr. Cassio Druziani da UNIOESTE, comentou sobre o conceito de Learning by doing, ou seja, aprender fazendo. Esse conceito traz a ideia de que todas as pessoas – principalmente quem está na escola hoje – aprendem e irão aprender coisas diferentes e de maneiras diferentes, por meio de experiências, projetos, testes e muita “mão na massa’’. Ressaltou que para preparar o aluno para o futuro, os desafios são: dar ênfase nas habilidades digitais e ao empreendedorismo na escola; saber lidar com pessoas de forma colaborativa; desenvolvimento de competências socioemocionais criativas; participação em projetos interdisciplinares, que utilizam conhecimentos de diversas disciplinas para um objetivo comum e o uso da empatia com inteligência.



Conclusões

Durante o evento, os participantes tiveram condições de expor suas iniciativas e interagiram entre si, colocando seus pontos de vista e trocando experiências. Resulta do Fórum, em integração com o texto de Noriko Arai, uma pergunta a ser respondida: Como coexistir com a Revolução Tecnológica? A resposta deve ser buscada com cuidado, pois não há modelo pronto.

Outro ponto é: como andar na mesma velocidade ou diminuir a desproporção entre o desenvolvimento tecnológico e a sua aplicação de forma prática, para a maioria dos seres humanos? É necessário quebrar paradigmas de uma educação que anda a passos lentos, ou vamos ficar para trás e sofrer as consequências?

Para o Prof. Dr. Cássio da Unioeste, para enfrentar os principais desafios, um bom ponto de partida é a criação de ambientes inovadores, propícios para o desenvolvimento de projetos que aproximem os alunos dessa nova realidade. Espaços em que os alunos aprendam fazendo - learning by doing -  e testando infinitas possibilidades. É essencial incentivar uma cultura voltada para a inovação, a invenção, a resolução de problemas, a programação, a colaboração e a cultura maker.

O Prof. Roberto e a Prof.ª Dilce do Núcleo Regional de Educação, colocam as seguintes questões a serem analisadas: Como estamos formando nossos alunos? Para que estamos formando? Por que estamos formando? Para que tipo de trabalho? Qual a relação entre o mundo do trabalho e o mercado de trabalho? Que escola temos? Que escola queremos? Que ensino temos? Que ensino queremos? Que alunos temos? Que alunos queremos e precisamos?

As questões devem ser respondidas para que o futuro da educação não seja incerto. A revolução do conhecimento atualmente se dá em virtude da revolução tecnológica, mas, em meio à busca pela integração da tecnologia com a educação, não se pode perder de vista que a formação do SER é a condição para o desenvolvimento.

Destaca-se a participação importante dos moderadores Prof. Dr. Marcelo Vivacqua da DATACI de Cachoeiro do Itapemirim, do Prof. Dr. Marcos Augusto Francisco Borges da Unicamp e da Prof.ª Debora Denise Dias Garofalo, mestranda da USP e uma das defensoras da Educação 4.0, pela eximia condução das palestras e contribuições para o enriquecimento e desenvolver dos debates.

Os conteúdos transcritos dos vídeos serão traduzidos em diversos idiomas e serão disseminados por meio da plataforma da “International Federation of Inventors  Associations (IFIA)”.

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