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O impacto do fim do PDA para a Unioeste

 

 

O Plano de Desenvolvimento dos Agentes Universitários (PDA) foi uma política de qualificação, ampliação e fortalecimento das atividades administrativas aplicada pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) de 2013 a 2017.  

O objetivo do PDA era desenvolver práticas administrativas, por meio da execução de projetos, que visassem maior qualidade nos serviços prestados pela Unioeste, além de enaltecer os Agentes Universitários que tiveram a oportunidade de valorizar ainda mais suas atividades cotidianas com os conhecimentos adquiridos na sua área de formação e as habilidades adquiridas ao longo de suas atuações profissionais dentro da Instituição.



Para receber o benefício do PDA, os Agentes Universitários contemplados dedicaram-se exclusivamente à Unioeste nos últimos quatro anos. Com regime de trabalho de 40 horas semanais, os servidores desenvolveram mais de 200 projetos vinculados ao Plano de Desenvolvimento Institucional, ao Projeto Político Pedagógico Institucional ou à Avaliação Institucional de forma que as necessidades da comunidade acadêmica e da sociedade estivessem efetivamente em debate dentro da Instituição.

A implantação do PDA foi inédita no país e foi pensada pela Instituição a fim de racionalizar e otimizar os recursos necessários para o desenvolvimento das atividades meio da Unioeste. Nesse sentido, os projetos desenvolvidos pelo PDA uniformizaram as rotinas administrativas, implantaram sistemas de gestão que agregassem informações necessárias às tomadas de decisões de gestores, de cuidado com a saúde do servidor e para diminuir os eventuais casos de absenteísmo. Desse modo, o Plano de Desenvolvimento dos Agentes Universitários possibilitou redução de custos e captação de recursos dos órgãos de fomento estaduais e federais.

O PDA se encerrou em dezembro de 2017 e, assim, muitos projetos desenvolvidos dentro dele também foram finalizados por falta de recursos humanos. No campus de Cascavel, um dos projetos que se destacou foi coordenado pela servidora Márcia Cruz, intitulado “A voz da Comunidade Acadêmica do Campus de Cascavel, ouvidoria presente”. Neste projeto, toda a comunidade acadêmica tinha a possibilidade de fazer reclamações, sugestões e elogios aos serviços prestados dentro dos setores da Instituição como uma forma de retorno sobre o trabalho realizado dentro do campus.

Segundo Márcia, servidora da Unioeste há nove anos, o projeto trouxe inúmeros resultados. As caixinhas e fichas da Ouvidoria foram confeccionadas pela equipe do projeto e ficavam em pontos estratégicos como na Biblioteca, na Clínica de Odontologia e no Audiovisual para receber comentários destinados a esses setores. Ela explica também que hoje a Unioeste conta com uma Ouvidoria padrão de órgãos públicos, enquanto o projeto desenvolvido durante o PDA focava especificamente no cotidiano da Unioeste.

A servidora ainda relata que, apesar das dificuldades, um dos objetivos do grupo é retomar a atividade e construir um espaço físico para que o projeto fosse institucionalizado nos cinco campi, além de informatizar a Ouvidoria para facilitar o acesso à comunidade externa e acadêmica.

Outro importante projeto do PDA foi o “Feira das Profissões e Novas Tecnologias”, coordenado pelo servidor Selmo José Bonatto, que apresentava à comunidade externa as profissões para as quais os estudantes da Unioeste são formados. Esse projeto foi uma importante ferramenta de marketing para a Instituição, uma vez que demonstrava as inúmeras possibilidades dentro dos cursos de graduação ofertados gratuitamente pela Universidade. “O projeto surgiu de uma necessidade da instituição que muitas vezes não estava presente em feiras de profissões como as universidades particulares”, explica Selmo, funcionário da Unioeste há 22 anos.

Segundo o servidor, no decorrer do projeto, a equipe visitava de 25 a 30 escolas anualmente para apresentar os cursos da Unioeste, além de receber na instituição escolas públicas e privadas que tinham interesse em conhecer a Universidade e sua estrutura. Em 2017, o projeto atendeu cerca de 1.100 alunos de escolas públicas e privadas de Cascavel. Neste ano, já há visitas agendadas e o projeto continua mesmo sem a gratificação.

No Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop) outros diversos projetos do PDA foram realizados nos últimos quatro anos.  Foi o caso da iniciativa coordenada pela servidora Josefa Braz da Silva, “Educação em Saúde para Crianças e Adolescentes em Desintoxicação por uso de Drogas, internadas no Huop”, que forneceu formação e acompanhamento para os jovens em processo de desintoxicação e para suas famílias durante o período de internação. “Nós começamos a perceber a dificuldade em relação aos meninos que eram internados na Desintoxicação, pelo fato deles estarem fora da Escola, estarem com a vida totalmente exposta, e aí surgiu essa ideia de nós trabalharmos a questão de educação, da saúde e da higiene desses meninos. ”, explica Josefa, servidora da Unioeste há 9 anos. 

O projeto funcionava uma vez por semana, quando a equipe de 5 pessoas reunia os meninos pacientes e debatia as temáticas de maior dificuldade em grupo. Segundo a servidora, os debates faziam diferença no tratamento dos pacientes e depois da alta, pois eles saiam do Hospital com uma noção de risco, de perigo e de cuidado totalmente diferente de quando foram internados. 

Na Reitoria, um projeto que se destacou entre estudantes e servidores foi o coordenado pela servidora Laura Cristina Chaves, intitulado Libras Básica no Serviço Público - Superando os Limites da Comunicação, que ofereceu aulas de Libras aos servidores da reitoria. “O projeto veio à tona devido à necessidade que nós tínhamos de nos comunicar um servidor contratado que é surdo e também com um estagiário que nós tínhamos, então, nós precisávamos de um método eficaz de comunicação. Essas pessoas têm competência e nós precisávamos respeitar a diversidade humana”.

A iniciativa foi desenvolver um curso de uma hora por semana, que ensinasse a linguagem de sinais e as expressões faciais e corporais utilizadas na comunicação dos surdos. A primeira turma foi realizada em 2013, mas o projeto continua, mesmo sem a gratificação do PDA, pois a Instituição está em contato com docentes, estudantes, servidores e cidadãos surdos e precisa garantir a essas pessoas o acesso a seus serviços. Desde 2013, já foram abertas 10 turmas para o curso que formaram mais de 150 pessoas. Os alunos do curso também realizaram apresentações culturais de música em Libras para a comunidade acadêmica e externa.

A pedido da comunidade acadêmica, os alunos do projeto “Libras Básica no Serviço Público - Superando os Limites da Comunicação” também desenvolveram uma cartilha com sinais de básicos da Libras que foi distribuída para toda a Instituição. Além disso, os participantes do projeto também publicaram um artigo sobre a necessidade de aprimorar o processo de inclusão num livro que apresentou diversos projetos do PDA. Atualmente, o projeto conta com turmas na Reitoria e no Hospital Universitário.

No Campus de Foz do Iguaçu, um dos projetos de destaque foi o intitulado “Cota Social: Um elo entre a Universidade e a Escola Pública”, coordenado pela servidora Claudete Conceição de Abreu, funcionária da Unioeste há 23 anos, que debateu com a comunidade externa a importância das cotas para o acesso dos estudantes de escolas públicas à Universidade Pública. “Quando eu trabalhava na Secretaria Acadêmica, as escolas iam até nós pedindo que alguém falasse sobre o processo de seleção. Quando surgiu a ideia do PDA, outra servidora me procurou para desenvolver um projeto nessa linha. Nós íamos às escolas para falar sobre os processos de seleção e já aproveitávamos para falar sobre as cotas sociais”, explica Claudete.

Segundo a servidora, o trabalho era importante pois muitos estudantes das escolas públicas não sabiam que a Unioeste também era pública e perguntavam quanto custava para realizar os cursos da Instituição, por isso, na ocasião, a equipe aproveitava para fazer uma distinção entre universidades públicas e privadas, qual a função da universidade pública e o que fazia da Unioeste uma universidade.

Já em Francisco Beltrão, o projeto coordenado pela servidora Zelinda Bedenaroski Correa, “Olhares e cliques para a Construção da Memória Fotográfica da Unioeste - Campus de Francisco Beltrão: História em Movimento” se destacou por fazer um resgaste histórico da Instituição da Unioeste na cidade. “O projeto surgiu da nossa vivência na Universidade como uma forma de registrar visualmente para que os momentos da universidade não se perdessem no tempo” explica Zelinda, servidora da Instituição há 15 anos. A servidora relata que conforme o projeto foi sendo divulgado, a comunidade acadêmica começou a procurá-la para que os acontecimentos da Unioeste de Francisco Beltrão fossem registrados. O projeto durou dois anos.  

Em Marechal Cândido Rondon, o projeto “Implantação e Manutenção de Horto de Plantas Medicinais e Aromáticas em Escolas Municipais” foi responsável por debater com estudantes e professores das escolas de Marechal Cândido Rondon os benefícios das plantas medicinais. A iniciativa foi coordenada pelo servidor Wagner Luchtenberg. O servidor explica que contou com a ajuda da professora Marinelva Kurt que trabalhava com plantas medicinais. Juntos, eles levaram as plantas a dez escolas municipais e implantaram 4 hortos, dos quais eles fizeram a manutenção por cerca de um ano. Posteriormente, as escolas mantiveram o projeto. “Inclusive, em uma delas, a Escola Municipal Criança Feliz, a direção criou o Dia do Chá em que os alunos faziam chá das plantas medicinais para acompanhar as refeições”, relata Wagner.

Em Toledo, o servidor Marcos Rogério Sisti desenvolveu o projeto "Corrente Contínua" que realizava consertos e manutenção da rede elétrica do Campus. Marcos relata que o projeto surgiu da dificuldade que Instituição tinha para trocar lâmpadas e reatores, visto que, com o serviço terceirizado, a troca demorava de 5 a 8 dias e durante esse período a instituição ficava sem a iluminação necessária.

Com o projeto de Marcos, as equipes de funcionários da instituição trocavam as lâmpadas e reatores num prazo muito menor (8 horas a 1 dia). Além disso, o projeto realizou um estudo para viabilizar outro sistema de iluminação para a Unioeste que utilizasse luzes de led. “Além de consumirem mais energia, as luzes fluorescentes causam danos ao meio ambiente pois contêm substâncias tóxicas, como o mercúrio, o que dificultava até mesmo o descarte dessas lâmpadas. ”, explica o servidor. Ele ainda relata que a equipe fez um estudo piloto e trocou as lâmpadas fluorescentes de uma sala por lâmpadas de led. Nesse estudo, além de consumir menos energia, as lâmpadas de led ofereceram uma iluminação melhor ao ambiente. “As lâmpadas de led duram mais de cinco anos, isso significa que nós teríamos também uma economia de mão de obra. E nós percebemos que as lâmpadas fluorescentes duravam pouco mais de um ano”, relata. Marcos também afirma que, se o PDA continuasse, a equipe conseguiria trocar gradativamente toda a iluminação da Unioeste de Toledo para Lâmpadas de LED.

 

Alguns projetos continuam sem o benefício

Devido à relevância de seus projetos, alguns servidores continuaram com seus projetos mesmo depois do fim do Plano de Desenvolvimento dos Agentes Universitários (PDA). De maneira voluntária, os serviços continuam sendo prestados.

É o caso do projeto “Exames Preventivos de Câncer de Mama Periódicos Para Servidoras do HUOP”, coordenado pelo servidor Alex Sandro Martins. Nessa situação também se encontra o projeto organizado pela servidora Anelise Ludmila Vieczorek, “Assistência ambulatorial em aleitamento materno à puérperas egressas da maternidade do Huop”, que presta assistência e fornece todas as informações necessárias às mães internadas no Hospital Universitário.

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