Treliça parafusada é desenvolvida como projeto de conclusão de curso
A acadêmica, Daniele Filippini, do curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), apresentou um projeto de treliça parafusada, nesta quinta-feira (11), como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro Civil.
A atividade nominada “Projeto, construção e teste de tesoura de telhado em escala real e em madeira nas condições do latem/leme”, projetou, construiu e ensaiou uma treliça em tamanho real, feita a partir da madeira de espécie pinus sp., com 6,90 metros de vão livre e ligações parafusadas. Assim, a ação identificou o comportamento quanto a resistência, à rigidez e o modo de ruptura frente à carregamentos de ordem semelhante àqueles que ocorreriam na realidade de uma cobertura.
Daniele explica que devido à larga utilização da madeira como material para confecção de estruturas de cobertura no Brasil é cada vez maior a necessidade de conhecimento sobre o comportamento destas estruturas em condições reais. “Partindo dos princípios de sustentabilidade, uma das maneiras de continuar construindo com esses sistemas sem causar prejuízos para o meio ambiente é utilizar madeiras provindas de reflorestamento. Dado o fato que ainda não é usual a pré-fabricação ou industrialização deste tipo de material para estruturas treliçadas usadas em coberturas, a execução das mesmas se dá geralmente por meio de construções artesanais in loco”.
Em seu projeto, Filippini discorre que a madeira é um dos mais importantes materiais da indústria da construção civil, especialmente utilizada em estruturas de cobertura treliçadas. Tais estruturas ganham espaço no mercado por serem econômicas e suportarem grandes cargas. Para a execução de treliças, leva-se em conta a importância das ligações que são responsáveis por transferir os carregamentos entre as peças, por isso, se o dimensionamento ou o padrão não forem bem executados, as estruturas treliçadas tendem a romper ou serem corroídas nas uniões entre as peças.
As ligações parafusadas entram como opção viável nesse quesito por se tratarem de ligações com alto grau de flexibilidade, e se, seguindo as diretrizes da NBR 7190 (1997), forem executadas com perfeição, seja na pré-furação ou na aplicação dos pinos propriamente dita, tende a responder bem aos esforços à qual será solicitada. “Por esse motivo, há a necessidade de um maior número de pesquisas do comportamento desse tipo de estrutura em madeira, especialmente se considerado o ensaio de estrutura em dimensões reais”, esclarece Daniele.
O trabalho de conclusão de curso é orientado pelo professor e doutor, Alfredo Petrauski, e ele comenta que a atividade apresentada foi excelente e superou as expectativas quanto a resistência, à rigidez e ao modo de ruptura de carregamentos. “A carga normal da proposta é de 2 mil quilos e nesse caso superou três vezes mais, ou seja, a treliça parafusada aguentou mais de 6 mil quilos de ruptura, se ela estivesse em serviço duraria de 20 a 30 anos. Isso mostra que a Daniele, e os outros 10 alunos envolvidos na elaboração do trabalho, fizeram uma ótima tarefa”, afirma Petrauski.