Evento debate papel da educação para pessoas surdocegas

A partir das atividades educacionais sobre surdocegueira que vêm sendo desenvolvidas e as necessidades de estudos na área, realizou-se no último dia 13, o 1º Seminário Nacional de Surdocegueira de Cascavel, uma parceria com o Programa Institucional de Ações Relativas às Pessoas com Necessidades Especiais (PEE) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

No evento estavam presentes cerca de 280 pessoas com surdocegueira, familiares, professores da rede estadual de ensino de Cascavel e região, guias-intérpretes, profissionais da educação, pessoas com deficiência, estudantes, profissionais da assistência social e da saúde.

De acordo com a professora de Pedagogia e integrante do PEE, Lucia Terezinha Zanato Tureck, um dos pontos que marcaram o encontro foi a presença do diretor geral da Associação Brasileira de Surdocegos (ABRASC), Carlos Jorge Wildhagen, que é surdocego e trouxe a possibilidade de o público observar a comunicação dele enquanto surdo cego com seu guia interprete. “Essa comunicação é algo novo para nós na região porque ainda não temos uma convivência constante com pessoas surdocegas. Por esse motivo, a presença do Carlos foi excelente, pois ele possibilitou na mesa redonda uma exposição em libras que foi traduzida para o público oralmente. Além disso, o convidado também tratou da sua trajetória de vida, sobre seu enfrentamento com a surdo cegueira e algumas questões que foram difíceis em determinados momentos, por exemplo, a resistência do uso da bengala”, aponta Lucia Tureck.

Outra convidada que trouxe novas experiências foi a professora e assessora técnica de Educação em Deficiência da Áudio Comunicação, Shirley Rodrigues Maia, que fez uma exposição pedagógica bem didática sobre as manifestações da surdocegueira apresentando as técnicas e materiais. Mas, de forma geral o seminário superou as expectativas tanto da comissão organizadora quanto dos próprios participantes que se manifestaram. O evento foi rico com informações muito importantes e bem esclarecedor.

“Nós tivemos sucesso absoluto em um trabalho com iniciativa do grupo de Pessoas Surdocegas de Cascavel e Região (GRUSCAR), acho muito importante em ver como esse grupo tem um comprometimento com a questão e conseguir aglutinar o poder público junto a Prefeitura, os serviços públicos e a Unioete. Nós da Instituição tivemos a possiblidade, com apoio da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) e do Edital da Fundação Araucária, de colaborar para a realização do evento com recursos financeiros e somos gratos a isso”, acrescenta a professora Lucia.

Além disso, os participantes debateram sobre o papel da educação para as pessoas surdocegas enquanto uma condição para que estas tenham acesso aos bens culturais produzidos historicamente, bem como - com base em uma perspectiva de sujeitos com capacidades e possibilidades de aprender e se desenvolver, dadas a partir das condições objetivas de existência às quais estão submetidas - contribuir para o conhecimento da sociedade a respeito das pessoas surdocegas e das instituições educacionais, no sentido de criar condições de educação e de formação de professores para essas pessoas.

Com a disposição do Grupo GRUSCAR o seminário foi organizado em parceria com o PEE da Unioeste e Prefeitura de Cascavel, por meio da Assessoria de Políticas Públicas para a Inclusão Social da Pessoa com Deficiência (APPIS), Associação Cascavelense de Pessoas com Deficiência Visual (ACADEVI), Conselho de Administração de Pessoa (CAP)Estadual e a APP-Sindicato.