Evento incentiva projeto de reforma agrária popular

A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Cascavel, realizou nesta segunda-feira (02), a Jornada Universitária em Defesa da Reforma e da Democracia. O evento objetivou trazer à sociedade o Projeto de Reforma Agrária Popular proposto pelos Movimentos Sociais Populares do Campo.

De acordo com a organização do evento, o projeto de reforma agrária implica em reivindicar terras para produção de alimentos saudáveis, sem uso de agrotóxicos, voltados a população brasileira. Pois, segundo os promotores do evento, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Em média o brasileiro consome 5,2 litros de agrotóxicos por ano, enquanto isso a média na região Oeste é de 12 litros por habitante, quase três vezes a média nacional. O Paraná é o 3º maior consumidor de agrotóxicos do País. Enquanto a média de intoxicações no Paraná é de sete pessoas por 100 mil habitantes, no Oeste do Paraná o índice chega a 53,5 por 100 mil.

Por esse motivo, durante a programação da Jornada foi lançada a Feira Agroecologia da Unioeste, parceria entre a Pró-Reitoria de Extensão da Instituição com os Movimentos Sociais. A feira é um ambiente de aquisição de alimentos saudáveis, fruto das áreas de reforma do Oeste do Paraná. O pró-reitor de Extensão, Rosalvo Shutz, explica que a feira está à disposição da comunidade interna e externa da Universidade e ocorrerá todas as quartas-feiras no período matutino, com a exposição de produtos agroecológicos, produzidos pelos Movimento dos Trabalhadores Rurais e no período vespertino serão expostos produtos artesanais. 

Ainda, o evento cotou com debates sobre a defesa da educação pública de qualidade e a defesa da Reforma Agrária, pois são bandeiras articuladas em prol da construção de um projeto popular para o país. Também, os movimentos que estavam presentes, junto com a sociedade, discorreram sobre a contrariedade das universidades públicas brasileiras contra toda prática de criminalização dos movimentos sociais populares, a legitimidade das lutas de ação direta dos movimentos em defesa da qualidade da alimentação dos brasileiros e da democratização da terra, da educação, da cultura e da comunicação.

A Jornada Acadêmica teve apoio da Pró-Reitoria de Extensão, Centro de Biociências e Saúde, Núcleo de Estudos Interdisciplinares (NEI), Grupos de Pesquisas em Políticas Sociais (GPPS), APP Sindicato, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).