Palestra diminui barreiras entre profissionais do HUOP e haitianos

As barreiras entre a culturas haitiana e brasileira foram diminuídas na noite de ontem (12) em uma palestra promovida pelo Serviço Social do HUOP.

Um debate entre os profissionais da saúde do hospital e um casal de haitianos, Jalines Joseph e Roselene Casseus. Eles vivem em Cascavel e tiveram aqui filhos gêmeos, nascidos no HUOP.

Como a maioria dos atendimentos é de gestantes haitianas, a maior parte da dúvida sobre a diferença técnica e cultural nos procedimentos durante e após o parto.

Jalines Joseph, que é pai dos pequenos gêmeos, contou que uma das principais diferenças é que lá a preferência sempre é do parto normal, sendo a cesária realizada somente quando o médico determina.

Outra diferença é a alimentação. Quando uma mulher dá a luz no Haiti, por exemplo, ela tem um cardápio mais pesado, como se fosse necessário repor o “vazio” deixado pelo bebê. Diferente da prática adotada no Brasil, de servir refeições mais leves às mães.

O repouso é outro aspecto que diferencia muito a cultura haitiana e brasileira após o parto. Roselene Casseus contou que logo após o nascimento do filho, a mãe fica em repouso absoluto por quatro dias, ficando a maior parte dos cuidados do bebê na responsabilidade de familiares.

O evento contou com a participação do professor da Unioeste, Paulo Porto, e também do reverendo da Igreja Anglicana, Luiz Carlos Gabas.

Na palestra, foram mostrados dois vídeos: um que mostra o contexto histórico, político e econômico do Haiti e também um documentário produzido por acadêmicos de Jornalismo chamado o Haiti é Aqui.

Ao fim da palestra, foi definido que outra barreira que precisa ser derrubada é a do idioma. Foi dado encaminhamento da necessidade de viabilizar uma cartilha com tradução português-crioulo de expressões cotidianas e que facilitem a comunicação entre os profissionais do HUOP e os pacientes haitianos.