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Projeto da Unioeste estuda potencial energético de resíduos sólidos

 

A última conferência do clima da ONU, a COP-21, terminou com um acordo histórico em que quase todos os países do mundo se comprometeram em reduzir as emissões de gases na atmosfera. “A tendência é o controle sobre a produção dos gases. É o futuro. A tendência futura é a produção limpa”, explica a professora Mônica Sarolli Silva de Mendonça Costa do curso de Engenharia Agrícola, do Campus de Cascavel da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

Por isso, ela, que é responsável por dois laboratórios de Análises de Resíduos Agroindustriais, lidera um grupo de 15 alunos da graduação e pós-graduação em um projeto que estuda os resíduos sólidos orgânicos. “O potencial poluente do resíduo antes e depois que ele é tratado, o valor agronômico desse adubo e a energia que ele pode produzir, o potencial energético que ele tem. Essa é uma atribuição do engenheiro agrícola, que estuda isso na disciplina de  ‘Tratamento de Resíduos Sólidos e Poluentes Atmosféricos de Atividades Agroindustriais’”, diz Mônica, que coordena o projeto. “Aqui a gente caracteriza química, física e microbiologicamente o resíduo ‘in natura’ e depois que ele passou por um dos processos de estabilização: ou a compostagem, ou a vermicompostagem ou a biodigestão anaeróbia. O antes e o depois”, fala Mônica. Depois disso, o adubo que resulta dos processos volta para o solo, onde também é pesquisado. “A reciclagem se completa assim, quando quase todo o material que sobrou de uma atividade serve para sustentar a outra”, diz.

 

Mas afinal, o que é o resíduo sólido orgânico? É aquilo que sobra na produção industrial e o que você descarta na sua casa. E, se essa é mesmo a tendência, a professora tem ainda um outro bom motivo para continuar as pesquisas. “A produção de lixo vai ser cada vez maior”, justifica. Para se ter uma ideia, só no Paraná, são geradas 20 mil toneladas de lixo diariamente, segundo dados do Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE). Hoje, boa parte destes resíduos sólidos vai parar em aterros.

 

A atual linha de pesquisa da professora engloba as características dos resíduos sólidos orgânicos da cadeia produtiva do frango de corte “in natura” e as formas de estabilizar esse material. Na região Oeste do Paraná, existem várias Cooperativas que atuam na cadeia produtiva do frango de corte e este processo gera uma quantidade significativa de resíduos. Atualmente estes resíduos são estabilizados por meio do processo de compostagem. “Temos atuado em parceria com Usinas de Compostagem da região, aplicando os conhecimentos que geramos durante a realização de teses, dissertações e trabalhos de iniciação científica nos cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia Agrícola. É a Unioeste difundindo tecnologia”, diz Mônica.

 

E o passo seguinte a esse processo todo é o novo estudo dessa equipe. “Agora a gente vai dar um passo maior. Nós vamos integrar processos. Será que eu consigo recuperar energia desse material? Se eu colocar no biodigestor vou conseguir produzir gás metano?”, explica a professora. Utilizar esse resíduo como fonte de energia é uma ação de sustentabilidade. No futuro, pode servir como alternativa para geração de energia e ainda contribuir muito na redução de emissão de gases. “Nós estamos fazendo a pesquisa hoje, porque talvez daqui dez anos alguém queira produzir energia com esses resíduos”, conclui a professora.

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