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Concurso de contos Paulo Leminski entrega premiação

Com o objetivo de estimular e divulgar a literatura local o concurso de contos Paulo Leminski completa 25 anos e realizou na manhã desta sexta-feira (21/11), na Biblioteca Pública de Toledo, a premiação e lançamento da coletânea de contos. Promovido em parceria entre o Campus de Toledo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e a Prefeitura.

O concurso é um projeto de extensão que surgiu com o objetivo de estimular e divulgar a literatura local, com o tempo alcançou expressão nacional e se estendeu para outros países, conforme atestam as inscrições recebidas da Alemanha, Argentina, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Japão, Portugal, Suécia, Suiça e Uruguai. Nesta edição, inscreveram-se 880 contos, provenientes de quase todos os estados do país e 25 do exterior.

 História do concurso

O coordenador do evento, Dari José Klein, explica que a primeira coletânea de contos do concurso foi organizada pela professora Isabel Gimenez e pela bibliotecária Nancy Bragato Futagami e publicada em 1997. Dari ressalta que o livro impresso oferece o prazer de ser manuseado, tocado, folheado e, diferentemente dos livros digitais, “nunca precisa carregar a bateria”.

A professora da Unioeste, hoje aposentada, Maria Patiño Cruzatti foi a criadora do concurso, que surgiu “por uma necessidade minha de cobrar dos alunos a língua portuguesa”. Maria conta que o primeiro concurso teve 11 participantes e que convidou a Biblioteca Pública para participar. A primeira ganhadora foi uma aluna da Unioeste, a partir da quarta edição se tornou um evento internacional.

Nancy Bragato Futagami, da Biblioteca Pública de Toledo, conta que criar o concurso “foi uma ousadia”, no começo não havia “a pretensão de publicar um livro”, pois, o que atrai o escritor é a possibilidade de divulgar sua obra, de ser lido. “Foi uma ideia muito feliz, uma luta grande, mas também proporcionou muito prazer”, observa.

O primeiro lugar deste ano foi para Érica Bombardi, que é editora em Campinas (SP), com o conto “Por dentro”. Érica ficou sabendo do concurso por meio de um blog e decidiu participar com uma obra escrita na época em que estava grávida do segundo filho. Ao ganhar o concurso, “a primeira coisa que fiz foi comprar os livros do Leminski”, diz.

 Contribuição para o mundo

O vice-reitor, Carlos Alberto Piacenti, salienta que o concurso tem um caráter muito especial, já que “houve o envolvimento de muitas pessoas, da Unioeste, com a editora e a gráfica possibilitando a impressão deste livro que é lançado hoje, e da prefeitura de Toledo”.

O pró-reitor de Extensão, Remi Schorn, destaca que o concurso foi criado de forma criativa e ousada e o envolvimento na atividade intelectual é “algo que nos realiza, é prazeroso e está na humanidade de cada participante”. Remi acentua que “a literatura é por excelência a melhor amiga da ciência, visto que, inventamos e retiramos de nós mesmos o que fazemos”.

O diretor do Campus de Toledo, José Dilson de Oliveira, utiliza uma fala de Leminski para explicar a importância do concurso, “essa vida é uma viagem, pena eu estar só de passagem”. Para ele, “ao completar um quarto de século, o concurso proporciona que se tenha acesso a escritos e que as pessoas coloquem a sua sensibilidade e perspectiva literária a disposição do próximo”.

José Dilson revela que nesta “passagem” temos que construir alguma coisa que deixamos para os demais. E no concurso, cada participante deixa sua obra como uma marca, uma contribuição para o mundo.

 Paulo Leminski

Nasceu em Curitiba, em 1944, é dono de uma extensa e relevante obra. Desde cedo inventou um jeito próprio de escrever poesia, preferiu poemas breves, fez haicais, trocadilhos, e brincou com ditados franceses.

Em 1958,  foi para o Mosteiro de São Bento, em São Paulo, e lá ficou o ano inteiro. Em 1965, tornou-se professor de História e Redação em cursos pré-vestibulares. Também foi professor de judô.

Aos 20 anos começa a publicar poemas na revista "Invenção", em São Paulo. De 1970 a 1989, ano de sua morte, trabalha, em sua terra natal, como redator publicitário. Em 1975 publica o romance "Catatau". 

Como músico e letrista, teve suas obras gravadas por nomes como Caetano Veloso e o grupo "A Cor do Som". Traduziu de Beckett a John Lennon. Colaborou em importantes revistas e jornais, como "Veja" e "Folha de São Paulo".

Foi estudioso da língua e cultura japonesas, publicou, em 1983, uma biografia de Bashô. Sua obra exerce marcante influência em todos os movimentos poéticos dos últimos 20 anos.

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