Central de Notícias

Nota de esclarecimento à comunidade em geral

A Unioeste/Campus de Toledo, conforme deliberação do Conselho de Campus, em função de fatos decorrentes de ação policial na Unioeste, durante tentativa de assalto ao caixa eletrônico instalado em nosso Campus e de sua repercussão na sociedade, vem se manifestar publicamente acerca do ocorrido.

Primeiramente destacamos, mais uma vez, o nosso agradecimento à Polícia Militar pelo pronto atendimento ao chamado de socorro, protegendo, inclusive, os funcionários da Unioeste.

Consideramos que todas as sociedades precisam de seus órgãos de segurança para a garantia da proteção dos cidadãos. Em momentos difíceis como o ocorrido, o Instituto da Polícia, do Estado, é a instância que nos socorre, em nossa defesa contra o crime. Isto, por outro lado, não nos impede de reconhecer que existem crimes que acontecem exclusivamente porque a sociedade e/ou Estado não cumpre o seu papel que é dar proteção aos mais fracos e que isso é, evidentemente, injusto e merece, sim, questionamento por parte de todos.

No caso em questão, consideramos indispensável destacar que um grupo perigoso e, ao que tudo indica, com atuação em outros Estados da Federação, demandou a atuação da Polícia Militar, com o objetivo de proteger o patrimônio público instalado no Campus da Unioeste e, também, a vida dos servidores que estavam no exercício de suas funções na madrugada do dia 08/07/2015.

Ressaltamos, com muita clareza e convicção, que no exercício de suas funções os policiais colocam suas vidas em risco; que estão sujeitos às mesmas políticas de sucateamento salarial; à falta de estrutura e de condições de trabalho, tal qual os servidores desta instituição. Ressaltamos, ainda, que nos solidarizamos com os colegas da Polícia Militar e destacamos a necessidade de mais investimento na segurança pública e no sistema educacional.

Em segundo lugar, esclarecemos que no final daquela manhã, após a realização da perícia pela Polícia Civil, estudantes do Campus, sabendo que ao confronto ocorrido no Campus os autores da tentativa de assalto conseguiram se evadir do local e que, na busca empreendida pela Polícia Militar a esses indivíduos, dentre eles um adolescente de 17 anos foi morto e, esses estudantes, cientes do que garante o artigo 5º da Constituição Federal de 1988, em relação à livre “manifestação do pensamento”, manifestaram-se no sentido de chamar atenção para a realidade social deste país, a qual tem levado muitos jovens para o caminho do crime e da violência.

Essa manifestação dos estudantes, no entanto, foi duramente criticada por membros da comunidade (interna e externa à Unioeste), havendo, inclusive, opiniões de que certos cursos deveriam ser extintos, dentre outros insultos à nossa instituição.

Pelo exposto acima, repudiamos de forma eloquente toda forma de incitação à violência e reiteramos que, apesar de o protesto não representar a opinião de grande parte da comunidade acadêmica, cabe a nós, membros desta mesma comunidade, respeitar o direito de manifestação dos estudantes, entendendo-a como livre expressão democrática. Até porque, fundamentalmente, não foi a ação pontual da Polícia Militar que foi questionada na manifestação, mas a raiz que dá origem a tantos males sociais; às razões pelas quais tantos jovens enveredam pelo caminho do crime, em detrimento de um processo educativo.

No Brasil, o papel de pensar, criar, inovar, fazer ciência vem se fortalecendo e é exercido intensamente nas universidades, ou por intermédio delas, o que tem implicações positivas e muito importantes na realização das atividades de ensino, extensão e pesquisa. É justamente para que se fortaleça o seu papel que a Universidade precisa ter um caráter plural, com liberdade de ideias, pensamento e expressão. Defendemos o direito à livre manifestação, mas repudiamos todas as formas de incitação à intolerância.

O que seria das grandes sociedades sem os seus pensadores, sem os que questionam os fatos, e a obviedade deles? O que seria de uma sociedade com homens de jaleco branco, fazendo testes e pesquisas, sem uma consciência do entorno que os cerca, sem a arte, sem a música, sem a noção de sociedade? Nós precisamos formar cidadãos integrais. Valorizamos e primamos pela formação técnica competente em todas as áreas, mas sabemos que isso não é suficiente. Uma sociedade que acha que só precisa de formação técnica é uma sociedade fadada ao fracasso, inclusive econômico!

Entendemos que o ser pensante é indispensável à formação de uma sociedade justa. A subtração de uma vida, em decorrência da violência social, significa também subtração à nossa capacidade de desenvolvimento. Quanto mais ampla for a formação de um(a) estudante, mais coerente será a sociedade porque se prenderá menos ao preconceito e menos ao recurso da violência, em todas as suas formas. Assim, a sociedade (e Toledo em particular) precisa, cada vez mais, de cientistas sociais, filósofos, assistentes sociais, economistas, secretárias(os) executivas(os), engenheiros químicos, bacharéis e licenciados em química e engenheiros de pesca.

Unioeste/Campus de Toledo

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