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Novo radar meteorológico começa a operar em Cascavel

O novo radar meteorológico deve iniciar sua operação em Cascavel ao custo de R$ 9 milhões. O projeto foi viabilizado com recursos do Fundo Paraná da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e do Simepar

 

O governador Beto Richa inaugura nesta sexta-feira (11) um novo radar do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná) em Cascavel. O terreno em que o radar se encontra foi cedido pela Coodetec (Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola). A localização foi definida após a realização de criteriosos estudos técnicos. O equipamento entrará em operação remota imediatamente e será importante instrumento para monitoramento de toda a região Oeste.

Com tecnologia de ponta, o novo radar é do tipo Doppler e opera na Banda-S de frequência com dupla polarização, o que representa um salto de qualidade na estimativa de chuvas e vento, bem como na detecção de eventos severos como granizo, tempestades e vendavais. Sua alta resolução espacial abrange 240 quilômetros de raio no modo quantitativo e 480 quilômetros no modo qualitativo. "O radar é capaz de realizar uma varredura completa da atmosfera a cada dez minutos, gerando dados que – integrados a outras informações – possibilitam ao Simepar antecipar e melhorar a qualidade dos alertas de eventos severos de tempo por meio de previsões de curtíssimo prazo com até seis horas de antecedência", explica o diretor do órgão, Eduardo Alvim Leite.

Integração   

É o segundo radar do Simepar a ser instalado no Estado. O primeiro foi implantado há 17 anos em Teixeira Soares. "Ambos passam a funcionar de forma integrada, possibilitando o monitoramento meteorológico contínuo e sistemático de todo o Estado, além das regiões Oeste de Santa Catarina e Leste do Paraguai onde se formam estruturas de tempo severo - chamadas complexos convectivos de meso-escala - que frequentemente se deslocam para o Oeste do Paraná", afirma o meteorologista Cesar Beneti, responsável técnico pela implantação do radar.

Para aumentar a precisão dos dados gerados pelo Simepar, considerando as características geográficas do território paranaense, está prevista para este ano a aquisição de mais dois radares de menor porte a serem instalados em Pontal do Sul e Colombo, com recursos do Banco Mundial para o projeto "Fortalecimento da Gestão de Riscos e Desastres – FGRD" sob a coordenação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA). Dessa forma, o Paraná estará monitorado de costa a costa por radares, satélites, estações de superfície e sistema de detecção de raios. 

Investimento

Dentre todos os equipamentos meteorológicos, o radar é o mais caro e sofisticado. O custo deste radar foi de aproximadamente R$ 9 milhões, sendo R$ 8 milhões para aquisição do equipamento fornecido pela empresa norte-americana EEC (Enterprise Electronics Corporation) e cerca de R$ 1 milhão para a obra física de construção da torre, que tem 25 metros de altura. O Fundo Paraná, gerido pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior  forneceu 60% do valor. Os outros 40% são provenientes dos recursos próprios do Simepar.

O secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes, destaca os benefícios da melhoria da qualidade dos produtos e serviços do Simepar para os setores agrícola, elétrico, gestão ambiental e defesa civil. Segundo ele, o uso das informações do Simepar pode aumentar a produtividade das safras na agricultura de precisão. No setor elétrico, a estimativa de chuva por bacia hidrográfica contribui para o gerenciamento dos reservatórios e a produção de energia, além de aprimorar a vigilância meteorológica de linhas e redes. Na área ambiental, as informações são empregadas na gestão de recursos hídricos, parques e sítios de preservação. Para a defesa civil, o radar é um equipamento essencial na emissão de alertas de vendavais, granizo e tempestades que podem atingir comunidades e se configurarem como desastres naturais e ambientais.

SIGRisco

Juntamente com a Mineropar e o Instituto das Águas do Paraná, o Simepar integra o SIGRisco (Sistema Paranaense de Informações para a Gestão dos Riscos a Desastres Naturais) instituído pelo Governo do Estado em janeiro deste ano (Decreto nº 9.941). A finalidade do SIGRisco é planejar, ordenar e analisar variáveis meteorológicas, hidrológicas, geológicas, oceanográficas e técnico-científicas a fim de prover a Defesa Civil de informações sobre a iminência de eventos hidrometeorológicos severos capazes de causar desastres naturais. "Em fase de implantação, esse sistema agregará organicidade, eficiência e qualidade às atividades de alerta e prevenção de desastres naturais em nosso Estado", informa o engenheiro Eduardo Alvim Leite.

O novo radar também servirá como base instrumental para pesquisas ambientais desenvolvidas pela comunidade científica paranaense e brasileira em parceria com instituições da região, entre as quais a Unioeste, Coodetec, Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), Laboratório de Hidroinformática do Parque Tecnológico de Itaipu (PTI) e Instituto Nacional das Águas (INA), que terá uma unidade em Foz do Iguaçu em breve.  Além disso, a integração operacional do sistema se dará com a Aeronáutica, Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), Dinac (Departamento de Aviação Civil paraguaio) e Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) que está implantando um radar similar em Lontras.

Repamh

O Governo do Paraná está adotando um conjunto de iniciativas para implantar a mais moderna infraestrutura de monitoramento e previsão hidrometeorológica do país: a Repamh (Rede Paranaense de Monitoramento Hidrometeorológico), que será operada a partir de uma parceria entre o Instituto das Águas do Paraná e o Simepar.

O projeto é viabilizado com recursos do Fundo Paraná gerido pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, do Banco Mundial - por meio do projeto "Fortalecimento da Gestão de Riscos e Desastres – FGRD" gerido pela Secretaria do do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA) - e do próprio Simepar. Além dos novos radares em Cascavel, Colombo e Pontal do Sul, a rede de estações automáticas de superfície será expandida com mais 15 estações meteorológicas, 100 hidrológicas e no mínimo 200 pluviométricas de modo a obter cobertura integral com pelo menos um equipamento em cada município paranaense.

Os investimentos possibilitam que o Simepar complete seu projeto tecnológico com estações hidrometeorológicas, radares, detecção de raios, recepção de dados de satélites e a modernização do seu parque computacional com equipamentos e softwares de alto desempenho.

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