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Professores abordam violência entre jovens da tríplice fronteira

Na tarde desta quinta-feira (3) dois professores/doutores da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Foz do Iguaçu, Elis Palma Priotto e Oscar Kenji Nihei,  apresentaram estudos sobre jovens e adolescentes da Tríplice Fronteira. Os professores foram convidados pelo Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira (GGIFronPR) para a apresentação das respectivas pesquisas..

Os dois estudos apresentados são relacionados ao perfil dos adolescentes e jovens na tríplice fronteira e da violência envolvendo adolescentes na região de fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai, que se constitui numa oportunidade para reflexões e discussões a respeito desse público junto às autoridades de segurança.

As pesquisas obtiveram êxito por evidenciar o perfil sociodemográficos dos jovens e adolescentes na tríplice fronteira além de ressaltarem a importância do relacionamento e convívio familiar, da educação, lazer, esporte, políticas públicas e da violência social presente na região, expressando-se de forma associada a outros tipos de violência e conformando uma rede da qual reflete os conflitos do sistema social em que se articulam os níveis interpessoais.

De acordo com o professor/doutor Oscar Kenji Nihei, foi concluído na pesquisa que o adolescente é vitima e agressor. Ele afirmou que para extinção da violência é necessário uma melhor qualificação na educação para o jovem ter uma perspectiva melhor no futuro.

Segundo o secretário de Estado de Segurança Pública, Leon Grupenmacher, as discussões plurinacionais atingem resultados significativos para o tratamento inicial contra a violência  e à favor do bem social da comunidade.  .

Também esteve presente ao evento o delegado geral adjunto da Polícia Civil do Paraná, Luiz Gilmar da Silva, que ressaltou a importância da palestra para a análise dos índices, que posteriormente os órgãos públicos de segurança irão se dedicar a aperfeiçoar contra o tráfico de drogas e o crime organizado.

Estiveram presentes ao evento também autoridades de segurança pública dos países vizinhos - Paraguai e Argentina –municipais, estaduais e federais, gestores de segurança pública

 

Pesquisa Perfil

Para traçar o perfil dos jovens os pesquisadores aplicaram questionário com 40 questões que obteve êxito por evidenciar o perfil do adolescente e jovem ao nível sociodemográfico, religioso, na importância do relacionamento e convívio familiar, na educação, lazer, esporte, trabalho, saúde sexual, drogas, cultura, violência e nas políticas públicas, que associados a outros fatores formam uma rede complexa de manifestações dos conflitos interpessoais e coletivos do sistema social.

Segundos os estudiosos há diferenças nas características dos adolescentes e jovens que moram na região da tríplice Fronteira, em relação a outras regiões e países. “Espera-se que os resultados possam contribuir para a reflexão, aprimoramento e enfrentamento dos problemas mostrados, com estratégias de ação conjunto na estruturação de uma política de fronteira priorizando a prevenção e reconhecendo que os adolescentes e jovens são vítimas e também agressores”, concluíram.

 

Pesquisa Violência

A professora explica que as violências caracterizaram-se em interpessoal, coletiva e autoinfligida. O adolescente que se apresenta como vítima afirma sofrer humilhações, agressões verbais e ameaças. O jovem diz ainda que quem o agride são pessoas desconhecidas e familiares. Os adolescentes agressores do sexo masculino e feminino praticam violências tanto verbais como físicas, furtos, roubos, atentam contra namorados, amigos, vizinhos e desconhecidos.

A violência, explica ela, autoinfligida aparece por pensar em suicídio, com ênfase entre as adolescentes da Argentina. Os motivos de cometer violências são vários, como para se defender e para se divertir. Apontam-se como causas para a violência ainda o uso de drogas e bebidas alcoólicas e para diminuir a violência afirmam ter de aumentar o policiamento e as famílias orientarem melhor seus filhos. O desconhecimento da existência de políticas públicas e de programas a eles dirigidos evidenciou-se entre a maioria dos adolescentes entrevistados nos três países.

Por fim, concluindo, a violência social existente é preocupante e, diante do contexto e das variáveis analisadas, sugere-se que ter religião, ter curso profissionalizante, praticar esportes, fazer algo no seu tempo livre e estar trabalhando não são fatores de proteção contra a condição de participantes da violência.

Entretanto, os pesquisadores reforçam, que sabe-se que a violência não é inevitável, e os três países necessitam aprimorar o enfrentamento do problema com a estruturação de uma política de fronteira, que priorize a prevenção primária e que os profissionais, na atuação junto aos adolescentes, reconheçam que os adolescentes são vítimas e também agressores, a fim de assumirem uma responsabilidade compartilhada na luta contra as injustiças, os descasos e o crime organizado transnacional, estabelecendo uma estratégia de ação conjunta.

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