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Alunas da Unioeste cursam parte do doutorado no exterior

A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) já tem 16 alunos contemplados com bolsas de Doutorado Sanduíche no Exterior (DSE), são nove do doutorado em Engenharia Agrícola, dois de Agronomia e de Letras e três de Desenvolvimento Regional e Agronegócio.

O DSE é um programa institucional da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Ciência sem Fronteiras que visa qualificar recursos humanos com a concessão de bolsas para que o estudante faça uma parte do doutorado em uma Universidade estrangeira.

Além das bolsas do Ciência sem Fronteiras, cada programa de doutorado com nota quatro, tem direito a duas cotas por ano, que tem por finalidade apoiar alunos matriculados em doutorados no Brasil e que comprovem qualificação para aprofundar o conhecimento teórico na área de pesquisa, coleta e/ou tratamento de dados ou desenvolvimento parcial da parte experimental de sua tese em universidades no exterior.

Oportunidade e requisitos

O estágio oferece a oportunidade de intercâmbio de estudos e de conseguir novos recursos e informações para a tese, que deve ser defendida no Brasil. Serve também para firmar parceria acadêmica entre os Países, promover a inserção internacional das instituições brasileiras e ampliar o conhecimento inovador.

É uma chance de expandir os horizontes teóricos e práticos em outro país para enriquecer a pesquisa acadêmica e aprimorar a proficiência em outras línguas. Pode ser realizado em diversos países e em inúmeras áreas de estudo, explica Edson Antonio da Silva, diretor de Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Prppg).

Para concorrer às bolsas os alunos precisam estar matriculados no doutorado e já ter sido aprovado na qualificação da tese. Os candidatos são selecionados em função de seu currículo, do currículo do orientador no exterior, do mérito da proposta, do conceito do grupo de pesquisa no exterior e classificados em comparação com os demais candidatos. A duração da bolsa varia de três a 12 meses.

Edson salienta que o projeto de pesquisa deve estar enquadrado nas áreas contempladas pelo Ciência sem Fronteiras e que o candidato deve estar matriculado em doutorado no Brasil, reconhecido pela Capes, conhecer o idioma da instituição de destino, ter anuência do coordenador do curso de pós-graduação e dos orientadores no País e no exterior.

Benefícios

Silvio Sampaio, orientador de Thaísa Pegoraro, aluna do doutorado da Engenharia Agrícola, destaca que depois de selecionado, o aluno recebe auxílio financeiro para as mensalidades, passagens, seguro-saúde e taxas escolares. Sua orientanda foi a única que ficou um ano no exterior, o tempo máximo de afastamento permitido, de abril de 2013 a março de 2014.

O resultado foi tão bom que "pretendemos abrir uma nova linha de pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola (Pgeagri) e no Programa em Conservação e Manejo de Recursos Naturais com o tópico que foi trabalhado na Michigan State University (MSU)", diz o professor Silvio.

Novas técnicas

Thaísa acentua que utilizou o seu tempo fora do País para gerar dados suficientes para terminar a tese. "Aproveitei para utilizar os laboratórios e conhecer técnicas e metodologias novas que serão aproveitadas e desenvolvidas aqui".

"O aprendizado profissional foi a maior conquista, mas não posso deixar de mencionar a bagagem cultural e pessoal". Para ela, a base na língua inglesa é essencial, quanto melhor o nível na língua, melhor é a experiência para discutir pesquisa/ciência e ter mais autonomia na Universidade e no País.

A acadêmica participou de videoconferências, congressos, assistiu aulas na graduação e pós-graduação e participou de reuniões semanais do grupo de pesquisa, nas quais apresentou seus resultados e recebeu sugestões do grupo para enriquecer o trabalho.

Dificuldades e novas possibilidades

Michelle Cristina Ajala e Deisinara Giane Schulz, ambas biólogas e doutorandas em Agronomia, orientadas pelo professor Ubirajara Contro Malavasi, ficaram quatro meses, de fevereiro a junho deste ano, na Universidade de Alcalá de Henares, na Espanha.

Elas relatam que inicialmente tiveram dificuldade com a língua, que diminuiu com passar do tempo. A maior dificuldade foi com o inglês, porque tiveram palestras neste idioma e conviveram com colegas de outros países, como Itália e Inglaterra.

As atividades desenvolvidas foram análises em laboratório, parte importante do projeto de tese, participação em experimento, assistir seminários, palestras e saídas a campo para conhecer o ecossistema local.

Tanto Michelle quanto Deisinara têm previsão de concluir o doutorado em fevereiro de 2015. A pesquisa de Michelle consiste em avaliar a rustificação de mudas (técnica aplicada com o intuito de condicioná-las) de duas espécies florestais brasileiras por meio de estímulos mecânicos no caule e aplicações de etileno.

Já a tese de Deisinara encontra-se em fase de redação e análise estatística. Ela revela que fez uma análise laboratorial de amostras de plantas da sua tese "e ajudamos em um experimento do nosso orientador estrangeiro".

O estudo contribuiu para que a pesquisa seja finalizada "com uma análise mais avançada e de maior qualidade", possibilitará a publicação das pesquisas em revistas mais qualificadas, troca de experiências e acesso a centro de pesquisas mais avançados" considera Deisinara.

Internacionalização

O orientador das acadêmicas, Ubirajara Malavasi, esclarece que a contribuição do intercâmbio é a "interação com pesquisadores e estudantes com interesses similares, instigar a curiosidade científica, constatar problemas e soluções da Ciência Florestal nacional e internacional, e acessar infraestrutura e condições de trabalho apropriadas".

De acordo com Ubirajara, o resultado é muito positivo, uma vez que a internacionalização docente e discente é "um dos requisitos de progressão dos programas de pós-graduação brasileiros na avaliação da Capes". Outro aspecto é a divulgação da Instituição, assim como dos problemas e possíveis soluções envolvendo a Ciência Florestal na região oeste do Paraná.

O professor ressalta que os trâmites envolveram a formulação da proposta com anuência do pesquisador estrangeiro, preenchimento e oficialização da proposta junto a Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA), anuência e ratificação pela Prppg e encaminhamento da solicitação do PPGA a Capes.

Mais informações sobre o DSE estão disponíveis no site da Capes e do Programa Ciência sem Fronteiras, em: www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/doutorado-sanduiche.

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