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Oportunidade de trabalho propõe ressocialização aos apenados da PIC

Próximo de completar dois anos de convênio, entre o Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop) e a Penitenciária Industrial de Cascavel (PIC), cada vez mais, os resultados tem sido satisfatórios, para ambas as partes. De um lado, geram-se oportunidades de trabalho e ressocialização. De outro, aumenta-se o desempenho das atividades internas do hospital.

Cerca de 20 apenados prestam serviços diariamente em diferentes setores do Huop. Concentram-se principalmente na cozinha, lavanderia e manutenção. O trabalho é realizado de segunda à sexta-feira das 7 às 17 horas. O deslocamento da Penitenciária até o Hospital e vice-versa, é feito de ônibus, cedido pelo Hospital.

Para terem oportunidades de trabalho, fora da Penitenciária, os apenados são submetidos à seleção feita por equipes profissionais, sendo avaliado o comportamento e conduta. São pré-selecionados os apenados que estão próximos do término da condenação, faltando cerca de seis meses para ganharem liberdade.

Segundo o diretor da PIC, André Romera, o convênio entre PIC e Huop, incentiva os apenados a terem bom comportamento dentro da Penitenciária para que possam trabalhar. “Os que estão no Huop gostam do trabalho, pois é uma oportunidade para aprenderem uma nova profissão, que poderão exercer assim que cumprirem a pena. Isso também acaba criando boas expectativas nos demais presos além deles sentirem-se reinseridos no meio social”, explica André.

Além destes benefícios os apenados também ganham redução na pena. A cada três dias trabalhados, reduz um dia da pena. Todas as refeições diárias são realizadas no hospital e no final do dia os apenados retornam à PIC e no final do mês eles recebem ¾ do salário mínimo que automaticamente vai para uma conta bancária da família do apenado.

Buscando a liberdade

“Para nós é uma vantagem e tanto porque conseguimos trabalhar e passar menos dias dentro da prisão” comenta Amilton Sachetti que há seis meses presta serviço na lavandeira do Hospital. Ele revela que o trabalho faz com que se sinta bem acolhido pelos outros funcionários do setor. “Não sofro nenhum tipo de discriminação por ser presidiário. Todos me tratam de igual para igual”. Amilton diz que já trabalhou em outros órgãos públicos e que pretende continuar trabalhando depois de receber a liberdade. “Quero ter uma vida diferente, continuar trabalhando, conviver com minha família e com a sociedade”, almeja.

Maycon Batalha, 29 anos, Fabiano Silveira, 40 e Reginaldo Fernandes, 35, são colegas de penitenciária e também de trabalho. São auxiliares de cozinha no Huop há alguns meses e se dizem satisfeitos com a oportunidade de aprenderem uma nova profissão. “Nós somos bem recebidos aqui na cozinha, como no hospital inteiro. Não nos sentimos excluídos por estarmos cumprindo pena. Eu sinto mesmo é liberdade novamente, pois só o fato de não estar fechado dentro de uma cela com mais presos para mim já é uma conquista”, conta Maycon.

Fabiano pretende, assim que cumprir a pena, voltar a trabalhar na profissão que tinha antes de “conhecer” a penitenciária. “Trabalhava em uma garagem de carros, gostava muito do que fazia e pretendo voltar para meu serviço”. Assim como Fabiano, Reginaldo também deseja voltar a exercer sua profissão. “Eu sou piloto de avião, viajava para muitas cidades, mas a vontade de ganhar dinheiro “fácil” me fez parar na PIC, hoje pago um preço alto pelo que fiz”, comenta.

O convênio entre a Penitenciária Industrial de Cascavel e o Hospital Universitário continuará para o próximo ano, gerando oportunidades aos apenados e, consequentemente, contribuindo para o funcionamento das atividades setoriais do Hospital.

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