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Huop conscientiza população para doação de órgãos

Você já pensou na possibilidade de ser um doador de órgãos e tecidos? Ou melhor, ser doador e comunicar sua família que autoriza a doação de seus órgãos e tecidos, assim que você não estiver mais nessa terra? Parece assustador falar no assunto, quando se deseja alcançar metas e objetivos em vida, mas em algum momento é importante reunir os familiares e expressar a vontade de se tornar doador, pois cabe somente à família autorizar a retirada de órgãos e tecidos do seu ente querido.

Quem realiza o trabalho de abordagem dos familiares dos possíveis doadores no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop) é a equipe do Serviço de Notificação, Abordagem e Retirada (Senar) da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott). Equipe esta composta por nove membros, sendo enfermeiros e técnicos de enfermagem.

O Senar/Cihdott foi implantado no Huop, em 2011, e conta com plantonistas de sobreaviso 24 horas por dia para auxiliar a equipe de saúde nas dúvidas relacionadas ao diagnóstico de morte encefálica, na abordagem dos familiares de potenciais doadores, no acompanhamento do processo de retirada de órgãos e tecidos e, no apoio aos familiares no decorrer de todo processo.  A doação de órgãos e tecidos pode ser feita em dois casos: em vida e após a morte, sendo esta última por parada cardíaca ou encefálica.

No Huop, o Senar/Cihdott, atua somente na doação após a morte. “A equipe faz abordagem aos familiares na tentativa de sensibilizá-los quanto à importância de doar órgãos e tecidos de seu ente querido. A decisão parte somente da família, mesmo que o paciente tenha registrado na carteira de habilitação, no documento de identidade ou ainda tenha ditoque deseja ser um doador. Se a família não autorizar, não podemos efetivar a doação”, explica a coordenadora da Cihdott, enfermeira Elaine Fátima Padilha.

Em pacientes vítimas de parada cardíaca é possível fazer a retirada de globo ocular e córneas, valvas cardíacas, pele, ossos, músculos, tendões e vasos. Já àqueles com diagnóstico de morte encefálica, podem ser doados, além dos tecidos citados anteriormente: coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas e o intestino. “Os familiares do doador não conhecem as pessoas que recebem os órgãos e tecidos doados. Há um tempo, era possível o encontro entre os familiares do doador e os receptores, mas agora, a identidade é preservada, até para se evitar apegos afetivos e doações  financeiras”, conta Elaine.

De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), estima-se que haja em torno de 28 mil pessoas na lista de espera por um transplante em âmbito nacional e 1.200 pessoas na lista de espera no Paraná. Destes indivíduos, a maioria, aguarda por um rim. A quase totalidade dos transplantes é realizada gratuitamente, assim como o fornecimento das medicações necessárias após o transplante, tudo custeado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo a coordenação do Cihdott, neste ano, foram registrados 19 pacientes com evolução de morte encefálica, destes quatro, não puderam ser doadores por contraindicação médica. Dos 15 restantes, nove foram doadores de múltiplos órgãos e tecidos, equivalente a 60%.

Quanto aos pacientes que foram a óbito por diferentes causas, no hospital, totalizou-se 281 pessoas no período de janeiro a agosto, a grande maioria não pode ser doador devido à idade (quatro a 70 anos) ou por possuírem alguma contraindicação médica. Ainda assim, foram realizadas 21 abordagens familiares, as quais resultaram em seis doações. “Acredita-se que o elevado percentual de negativa familiar ocorre principalmente por falta de conhecimento da opinião sobre a doação, muitas vezes devido a esta temática estar intimamente associada à morte, as famílias não costumam discutir sobre o assunto, porém mesmo que seja desagradável, é extremamente importante que a pessoa expresse o seu desejo com relação à doação, para que a família esteja pronta para tomar a decisão”, alerta a enfermeira.

Durante o processo de doação de órgãos e tecidos, um dos maiores entraves, após a autorização familiar é a demora na liberação do corpo do doador aos familiares. Normalmente a demora se deve a necessidade de realização de exames de sorologia no doador, seleção dos receptores para cada órgão e tecido autorizado, e principalmente devido ao deslocamento das equipes de retirada dos órgãos e tecidos até a instituição onde o doador se encontra. Por vias de regras, cada equipe faz a retirada de somente um órgão e tecido e geralmente estas equipes vêm de outras cidades como Pato Branco e Curitiba. “O deslocamento dessas equipes demanda tempo, condições climáticas e logística de transporte. É preciso agir rápido, pois cada órgão e tecido doado tem um prazo específico entre a retirada e o transplante no receptor. Por exemplo, coração e os pulmões têm um prazo máximo de quatro horas para ser transplantado, diante disso, não se pode perder tempo, pois tempo é vida”, conclui a enfermeira.

Outras informações sobre a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos do Huop envie e-mail para: Este endereço para e-mail está protegido contra spambots. Você precisa habilitar o JavaScript para visualizá-lo..

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