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Quatro décadas do Campus

O Campus de Cascavel comemora hoje (16.08) 40 anos de existência. Nessas quatro décadas, inúmeros avanços no ensino superior ganharam forma, após lutas e esforços desmedidos de quem sempre acreditou num ideal. Ideal este de trazer uma universidade pública à cidade de Cascavel, sem deixar de presentear as regiões Oeste e Sudoeste do Paraná. Vida longa ao Campus de Cascavel da Universidade Estadual do Oeste do Paraná!

Longa trajetória. Lutas. Conquistas. Empenho incansável. Algumas palavras que resumem a história incomparável da Fundação Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Cascavel (Fecivel), hoje um dos campi da Unioeste, que trouxe vasto desenvolvimento não só no ensino superior, mas também para o crescimento da cidade de Cascavel e região Oeste do Paraná.

A Fecivel teve início na década de 70, em razão da necessidade de formarem docentes para escolas municipais e estaduais e também de se atender à demanda de estudantes que se deslocavam para a capital do Estado ou para outras regiões, em busca da formação superior.

Na época, argumentava-se que os pais tinham um gasto elevado para manter os filhos em instituições fora da cidade, e os filhos daqueles que não dispunham de condições financeiras ficavam cerceados do direito de frequentar uma graduação.

Para atender ao pedido de reivindicação, a Câmara Municipal de Cascavel autorizou o Poder Executivo Municipal a instituir uma Fundação, denominada Fundação Universidade Oeste do Paraná (Fuop), para a instalação de cursos de nível superior. Por meio da Lei Municipal n°885/71, de 27 de outubro de 1971, e do Decreto Municipal n°356/71, de 3 de novembro de 1971, foi aprovado o Estatuto da Fundação, destinado a instalar uma Escola de Ensino Superior de Cascavel.

A implantação dos primeiros quatro cursos superiores em Cascavel e Oeste do Parará destinados à área de educação foi realidade. Com o funcionamento da Fundação Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Cascavel (Fecivel), que teve início em 1972.

Os primeiros cursos autorizados foram: Licenciatura em Letras, habilitação em Português-Inglês, Português-Francês; Licenciatura em Pedagogia com habilitação em Administração Escolar, Orientação Educacional e Magistério das Disciplinas Pedagógicas do Segundo Grau; Licenciatura em Ciências de Primeiro Grau; e Licenciatura em Matemática.

A inscrição ao 1° Vestibular foi de 1 a 15 de julho de 1972, e as provas realizadas na sequência. O Concurso ocorreu na Associação Atlética Comercial, no bairro Coqueiral. Os candidatos inscritos se deslocavam até o local das provas, com um ônibus especial, que ficava à disposição, em frente a Catedral Nossa Senhora Aparecida durante os dias das provas. Os classificados nos três primeiros lugares no Concurso foram: Joanita Nunes Picolotto que obteve a nota 90, Regina Maria Loures Bueno 86 e Waldir Antonio Webber 85. Os candidatos se inscreveram para o curso de Letras (Português – Inglês).

O início do Ensino Superior em Cascavel data de 16 de agosto de 1972, ocasião em que o governador do Paraná, professor Pedro Viriato Parigot de Souza, proferiu  aula inaugural nas dependências do “Cine Coliseu”, atual sede da Caixa Econômica Federal, localizada na Avenida Brasil, no centro de Cascavel. No dia seguinte, as aulas foram ministradas no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, sede inicial da Fecivel e dos quatro primeiros cursos, até a transferência a sede oficial, hoje, Campus de Cascavel, que ocorreu no dia 8 de janeiro de 1973.

O reconhecimento

Em 1982, um projeto de transformação da Fundação Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Cascavel, para Universidade Municipal de Cascavel, foi encaminhado ao Conselho Estadual de Educação, recebendo parecer favorável n° 191/82.

O pedido de reconhecimento para se tornar Universidade foi encaminhado ao Ministério da Educação e Cultura.  Por meio de ato federal, o reconhecimento tão esperado não ocorreu devido à política adotada pelo Governo Federal, na época, contrária à criação de novas universidades no País. Diante disso, a comunidade universitária procurou viabilizar meios para que a necessidade de crescimento do ensino superior na região não fosse interrompida pela falta de estrutura das Instituições de Ensino Superior.

Nessa oportunidade, surgiu a ideia de reunir as faculdades dos municípios de Foz do Iguaçu, Toledo, Marechal Candido Rondon e Cascavel para formar uma única universidade que viesse atender à demanda de crescimento da região. Grandes movimentos sociais e autoridades constituídas se envolveram em prol da criação da Universidade Federal do Oeste do Paraná.

A equipe envolvida no movimento recebeu a garantia do governador do Estado, José Richa, de que seria, então, criada uma Universidade Estadual no Paraná, caso o projeto não fosse aprovado pelo Governo Federal. O pedido de federalização da universidade não obteve êxito e, em 1987, o Decreto Estadual n° 399/87 institucionalizou a Fundação Federação Estadual de Instituições de Ensino Superior do Oeste do Paraná (Funioeste). Pelo Decreto da Lei Estadual n° 9.896, de 8 de fevereiro de 1992, o então governador Roberto Requião transformou a Fundação em Autarquia, criando a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

Entretanto, o reconhecimento como universidade veio em dezembro de 1994, ano em que também foi anunciado o projeto de expansão tanto da estrutura física como de seus cursos. Dando continuidade ao projeto de expansão, em 1998 a Unioeste passou a contar com mais um campus, o de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Estado. Além disso, no final de 2000, o Hospital Universitário do Oeste do Paraná passou a integrar a estrutura da Unioeste.

Desenvolvimento

 

Segundo o diretor do Campus, Alexandre Webber, que entrou na Instituição como acadêmico da primeira turma de Odontologia, em 1995, o reconhecimento da Unioeste mudou a cidade de Cascavel. “Houve uma expansão progressiva da universidade, o que contribuiu para um crescimento em conjunto de ensino superior, da comunidade externa e da cidade,” frisou.

Questionado sobre os futuros projetos para a Unioeste, Alexandre comentou que é preciso focar na consolidação das pós-graduações e mestrados e aumentar o nível de formação de estudantes e professores. “A Universidade oferece atualmente dois cursos de doutorado: Engenharia Agrícola e Letras. Estamos trabalhando para conseguir pleitear novos cursos de doutorado”.

Para o vice-reitor, professor doutor Carlos Alberto Piacenti, que iniciou as atividades na Instituição em 1988, no decorrer desses 23 anos, houve grande crescimento da universidade. “Em especial, pude acompanhar várias mudanças ocorridas no Campus de Cascavel, desde a luta pela ampliação e consolidação dos novos cursos de graduação, bem como a verticalização dos programas de mestrado e doutorado, o que é de extrema relevância para o fortalecimento do ensino, pesquisa e extensão da Instituição”, observa.

Piacenti também comenta que, juntamente com o reitor Paulo Sérgio Wolff, trabalha ações para o fortalecimento dos todos os campi da Unioeste, por meio de projetos de extensão e programas voltados à comunidade universitária e das regiões Oeste e Sudoeste do Estado. Essas ações contribuirão para atrair mais recursos dos governos federal e estadual, os quais serão, consequentemente, repassados na forma de novos investimentos aos cinco campi.

O Campus hoje

Depois de inúmeras transformações sofridas até a concretização da Universidade, os cursos de graduação ampliaram-se, trazendo ao estudante diversas opções de cursos nos cinco campi que compõem a Unioeste.  O número total de cursos contabiliza 33 graduações, destes, 15 estão situados no Campus de Cascavel, sendo eles: Administração, Ciências Biológicas, Ciências da Computação, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Enfermagem, Engenharia Agrícola, Engenharia Civil, Farmácia, Fisioterapia, Letras (Português/Inglês, Português/Espanhol, Português/Italiano), Matemática, Medicina, Odontologia e Pedagogia/Pedagogia para Educadores do Campo.

O Campus de Cascavel conta com 3.219 alunos cursando a graduação, divididos em 21 turmas. Na pós-graduação lato sensu há um número expressivo de alunos: 203 estudantes, em 9 cursos. O quadro de professores efetivos e temporários totaliza 524, distribuídos em: 14 graduados, 71 especializados, 204 mestres, 213 doutores e 22 pós-doutores. O Campus conta com agentes universitários efetivos que somam 156 colaboradores.

Além da formação superior de eficiência e qualidade oferecida pela Unioeste, há possibilidades de continuação de aperfeiçoamento para estudantes, ou seja, 23 cursos de áreas específicas para mestrado e doutorado strictu sensu nos cinco campi da Universidade. No Campus de Cascavel, os mestrados são nas seguintes áreas: Biociências e Saúde, Conservação e Manejo de Recursos Naturais, Educação, Energia na Agricultura, Engenharia Agrícola e em Letras. Além disso, dois cursos de doutorado são oferecidos, sendo em Engenharia Agrícola e Letras. O resultado da contínua formação de pessoas tem resultado em real importância e prestígio para a Universidade, referência no Oeste e Sudoeste do Estado, onde está inserida.

 

Todos por um

À exemplo do Campus de Cascavel, os outros quatro campi da Unioeste também foram marcados por lutas e histórias. Foi também de fundamental importância a participação de cada um deles para o fortalecimento de todos, formando uma só Universidade: a Unioeste

Francisco Beltrão: Instituído em 23 de junho de 1999, pelo então governador do Paraná, Jaime Lerner, o Campus de Francisco Beltrão foi o último a se integrar a Unioeste. No Campus são disponibilizados os cursos de Administração, Ciências Econômicas, Direito, Economia Doméstica, Geografia, Medicina e Pedagogia.

Marechal Candido Rondon: O Campus de Marechal Candido Rondon, foi fundado em 1980. Hoje, com 32 anos de existência, conta com nove cursos de graduação, sendo eles: Administração, Agronomia, Ciências Contábeis, Direito, Educação Física, Geografia, História, Letras e Zootecnia.

Toledo: Com 31 anos de criação, o Campus de Toledo integra oito cursos de graduação, sendo eles: Ciências Econômicas, Ciências Sociais, Engenharia de Pesca, Engenharia Química, Filosofia, Química, Secretariado Executivo e Serviço Social.

Foz do Iguaçu: O Campus há 18 anos é integrado a Universidade, atualmente disponibiliza os seguintes cursos de graduação: Administração, Ciência da Computação, Ciências Contábeis, Direito, Enfermagem, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Hotelaria, Letras, Matemática, Pedagogia e Turismo.

Os pioneiros da Fecivel

 

Professor José Kuiava

Iniciou as atividades na Fecivel, antes de ser professor efetivo, em 1976 até 1980. Nesse período foi especialista e coordenador de área no Paraná do Projeto Especial Multinacional de Educação Brasil, Paraguai, Uruguai MEC/OEA, permanecendo no cargo até 1984. Começou a lecionar em 1981 e seguiu até 1984, quando foi liberado da Fecivel para cursar mestrado na Fundação Getúlio Vargas.

Ao retornar do mestrado, se candidatou a diretor da Fecivel e foi eleito, exercendo o cargo de 1986 a 1988. No último ano de sua administração, o professor Kuiava foi eleito diretor presidente da Fundação Universidade Estadual do Oeste do Paraná, onde ficou até 1992.

Entre as conquistas alcançadas, o professor Kuiava lembra-se bem de quando coordenou a Comissão do Movimento pela Estadualização das quatro faculdades do Oeste do Estado, Fecivel, Facisa, Facitol e Facimar. Movimento inédito no Paraná, que envolveu diversas forças internas e externas da sociedade organizada, o que resultou na estadualização das quatro faculdades em 1987/1988, constituindo assim a Funioeste e em sequência a Unioeste, em 1994.

“A Unioeste não foi uma dádiva de benevolência de ninguém, nem um ato de vontade política de nenhum governante ou político do Poder Central. A Unioeste foi uma conquista de forças coletivas de um movimento social-político e intelectual”, afirma o professor. Atualmente, Kuiava está afastado da Universidade para desenvolvimento da tese de doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que irá apresentar no fim deste ano.

 

 Primeira turma

Alberto Rodrigues Pompeu, professor Pompeu, como é carinhosamente conhecido, fez parte da primeira turma de bacharéis da Fecivel. Antes eram somente quatro cursos de graduação, que habilitavam para licenciatura. Com a integração de mais dois cursos de bacharelado, o professor cursou Ciências Contábeis, no período de 1976 a 1980.

Pompeu relata que, na época, todos os seus colegas de turma eram bons em contabilidade. “Nós já tínhamos conhecimento na área, pois trabalhávamos com isso, então facilitou e muito a formação. A partir disso, nós conseguíamos ajudar uns aos outros e também aos professores. Com muito boa vontade concluímos o curso”, relembra.

Ao ser questionado sobre uma lembrança da trajetória na Universidade, o professor Pompeu lembra que foi um dos fundadores do Diretório Acadêmico 16 de Agosto (DADA) assim chamado. Também relata que uma data importante foi o primeiro dia de aula da Fecivel, realizada no antigo Cine Delfim, onde está localizada atualmente a Igreja Universal do Reino de Deus. “Dia 16 de agosto de 1972 foi um marco na história da cidade de Cascavel: uma mudança significativa e um momento inesquecível”.

Após sua formação superior, o professor Pompeu foi convidado a trabalhar na Instituição. E assim permaneceu por 25 anos. Também foi coordenador da Editora e da Gráfica da Unioeste e diretor geral do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop) por oito anos. “A Unioeste faz parte da minha história e a ela dediquei grande parte da minha vida”, garante.

 

Servidora Lêdi Maria

Lêdi Maria Oldoni Ferraz ingressou na Fecivel em março de 1977, como auxiliar de biblioteca e assim permaneceu por 10 anos. Depois exerceu diversas tarefas em diferentes setores, até chegar ao último, na Secretaria dos Conselhos Superiores em 2009, mesmo ano que se aposentou das atividades.

Lêdi relembra de como era feita a divisão do trabalho ainda no início. “Existiam apenas dois funcionários, eu como escriturária e um secretário executivo. Só tinha uma máquina de escrever, um telefone e uma copiadora. As condições de trabalho eram difíceis e não havia muitos recursos para facilitar as tarefas”.

As dezenas de dificuldades encontradas na época complicavam o trabalho. “Não conhecíamos o que era a administração pública, nem contabilidade pública, muito menos procedimentos burocráticos e os trâmites de documentos e suas elaborações, pois para tudo dependíamos de orientação de terceiros”.

Lêdi conta que havia um bom relacionamento com os profissionais das secretarias de Estado do Planejamento, Finanças, Ciências e Tecnologias e, no momento em que surgisse qualquer dificuldade, entravam em contato com eles para sanar as dúvidas e continuar com o trabalho. Segundo ela, muitas dessas pessoas foram fundamentais para o desenvolvimento da Instituição.

Quando se trata de saudade, Lêdi logo comenta que sente falta da época em que todos trabalhavam pelo mesmo ideal, sem medir esforços para concretizar o sonho de ter aqui uma grande universidade. “Quando nos era solicitado algo, estávamos lá desde manhã até a madrugada, sem horário de almoço e fim de semana, trabalhando pela Unioeste, que ainda era um sonho coletivo. Graças a cada um daqueles que, com muita dificuldade trabalhou e se doou, a Universidade se tornou realidade e hoje orgulha a todos”, diz.

Lêdi também comenta que a Universidade representou toda a sua vida durante os 32 anos de trabalho. “Cresci com a Instituição, tanto como profissional, quanto como pessoa e sempre procurei dar o melhor de mim em todos os trabalhos que desenvolvi”, conclui.

 

Relação dos diretores da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Cascavel (Fecivel) e do Campus de Cascavel da Unioeste

 

Jamil Lourenço, primeiro diretor da Fecivel, de 1972-1974

Edson Pietrobelli, de 1975-1977 (em memória)

Luiz Gonzaga de Andrade, de 1978-1982

Ari Cantelli, de 1983-1985

Luiz Gonzaga de Andrade, de 1986-1988

Carlos Roberto Calssavara, de 1989-1990

Jose Kuiava, de 1990-1991

Eurides Rossetto, de 1992-1993

Paulo Roberto Chavarria Nogueira, diretor Campus de Cascavel/Unioeste, de 1993-1994

Sebastião Gazola, de 1994-1995

Paulo Sergio Wolff, de 1996-1999

Paulo Sergio Wolff, de 2000-2003

Alfredo Petrauski, de 2004-2007

Paulo Sergio Wolff, de 2008-2011

Alexandre de Almeida Webber, atual diretor do Campus de Cascavel/Unioeste, de 2012-2015. 

 

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