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Amanda Salvador vence Concurso Paulo Leminski

A estudante de Direito na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Marechal Cândido Rondon, Amanda Salvador, é a jovem toledana que ganhou o Concurso Paulo Leminski, categoria Melhor Conto Toledano, no ano de 2011.

Amanda explica que o gosto pela literatura vem desde pequena e que começou a escrever na 6ª série. “Gosto muito da escrita e devido às experiências que tive, sou uma pessoa bem descrente da humanidade, e acredito que a literatura pode ter essa função catártica de atacar a sociedade. Então neste sentido, carregada dessa personalidade tão difusa é que culminam esses textos sinistros e esquisitos que escrevo de tempos em tempos”, comenta.

A acadêmica recebeu o prêmio de Melhor Conto Toledano no ano passado com obra “O Quid Pro Quo de Analícia”. O conto conforme a narrativa da autora tem como ambiente o imaginário de um homem traído em seu apartamento melancólico. Acompanhado de insetos, lagartixas e centopeias que o conduzem no desenrolar de seus devaneios até a revelação final que dá sentido a história toda.

Segundo ela, a inspiração para a criação deste conto foi engraçada. “Eu estava no banheiro e meu pai havia acabado de tomar banho, então o azulejo estava com gotículas de água, que davam a impressão de suor, foi aí, que me veio na cabeça usar a água e o banho como elementos, depois, ao escovar os dentes, uma lagartixa caiu da parede e eu pensei caramba! a lagartixa que vive grudada na parede hoje despenca”, esclarece.

Conforme a escritora este conto tem o propósito de deixar o leitor em dúvida. Ela explica que da forma com que a história foi contada não é possível se ter certeza de nada. “Pode ser que o homem tenha criado tudo ou não. Procurei isto, colocar no universo do pensamento, e da imaginação a narrativa toda, assim a história acaba sendo única para cada leitor”, afirma. O conto é recheado de detalhes e mensagens subliminares.

Amanda diz ainda que esse fato é interessante de ser observar, pois realmente cada leitor tem uma compreensão particular da história que ela escreveu. “Isso é bacana, quando você está escrevendo e usa a palavra cadeira, ninguém imagina a mesma cadeira, cada um pensa num determinado tipo. Assim, o conto é uma coisa para mim, mas para cada um que o lê, ele vai significar algo diferente”, observa.

Curiosidade

Amanda explica que o nome do pseudônimo que ela criou para ser o autor do texto, “Rondon de Sachola” é uma brincadeira com o nome do escritor Machado de Assis. “Assis para nós é uma cidade, e também é um nome de pessoa. Por isso, coloquei Rondon que é um nome de cidade e de pessoa, e Sachola significa ferramenta, igual Machado. Por isso coloquei “Rondon de Sachola”, e deu certo já que ganhei o prêmio”, ressalta.

Mãos a obra

Para quem está pensando em participar do Concurso de Contos Paulo Leminski, Amanda diz que escrever é algo fantástico. “Eu sou suspeita para falar porque sou apaixonada por isso”. Ela fala que um evento como este é muito bom e que a sociedade deve participar, pois é necessário que os indivíduos exprimam seus pensamentos por intermédio da linguagem escrita. “Através dos contos as pessoas podem escrever e contar o que elas pensam, a opinião sobre os acontecimentos, tudo isso é importante porque a literatura tem o poder de cristalizar o nosso pensamento”, afirma.

Sobre as dificuldades de se escrever um conto, Amanda diz que a ideia da narrativa é sempre o mais complicado. “Eu só escrevo quando tenho um insight e procuro ter a história formulada por completo, para aí escrever”, argumenta. A estudante diz que é imprescindível ler e reler diversas vezes o texto. “Cada vez que é feita uma nova leitura é possível melhorar o texto”.

A jovem deixa a dica para que todos aqueles que sentem a necessidade de contar algo escrevam e participem do concurso. “Tenham coragem, escrevam o que der vontade, usem a criatividade, a licença poética, pois vale a pena”.

Blog

Para quem quiser mais informações e textos da Amanda, a estudante mantém um blog http://www.capadociaheliogabalica.blogspot.com.br/. Ela explica que o nome de seu blog é porque Capadócia na linguagem persa significa terra de belos cavalos, e isso passa a ideia de liberdade. Ela complementa explicando que Heliogabalicafaz alusão a Heliogábalo que era um imperador romano dissoluto e cruel. “Então fazendo uma analogia muito louca e pós-moderna, seria como se fosse às rédeas do cavalo”, finaliza.

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