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Professora da Unam aborda saúde mental da mulher

“Discusiones pasadas y presentes sobre género y salud mental” é o tema da palestra, ministrada pela professora/doutora Teresa Ordorika Sacristán  da Universidad Nacional Autónoma de México (Unam), que será realizada na noite desta sexta-feira (13) no miniauditório da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Toledo.

Segundo Teresa, a palestra tratará o fato de que a medicina ocidental, desde a época dos gregos, afirma que as mulheres têm uma tendência maior à loucura e que isso acontece devido o seu aparelho reprodutivo. Com o surgimento do movimento feminista, na década de 70, o assunto se tornou uma questão a ser discutida. Estudos foram realizados, e são realizados até hoje, para descobrir qual a real situação da saúde mental das mulheres.

Teresa conta que as pesquisas psiquiátricas elegem as doenças mentais como: depressão, ansiedade, transtornos alimentares, mais comuns em mulheres do que em homens, tornando-as mais vulneráveis. “Porém, outras doenças mentais se medem ao alcoolismo, aos transtornos de comportamentos e sexuais, que são mais comuns em homens e, então, os números se nivelam”, afirma a pesquisadora. 

Com a palestra, Teresa encerra sua visita à Universidade, que começou na quinta-feira (12) no Campus de Marechal Cândido Rondon. Em ambos os Campi, Sacristán se reuniu com professores e coordenadores dos programas de mestrado e do curso de graduação em História (Campus Marechal Candido Rondon) e Ciências Sociais (Campus de Toledo). Na reunião, houve troca de informações e experiências sobre os programas de graduação e pós-graduação, projetos desenvolvidos, além do convênio, proposto por professores da Unioeste, para intercâmbio de docentes, discentes, visitas e estudos com a Unam.

No Campus de Marechal Cândido Rondon, Teresa ministrou um curso sobre "Una mirada de género sobre la salud mental", a qual abordou as contribuições teóricas das estudiosas feministas para o problema da saúde mental das mulheres, contendo uma breve descrição das primeiras teorias que surgiram na década de 80 do século passado, com o feminismo acadêmico e uma apresentação das discussões atuais sobre o DSM-V (Manual de Estatística e Diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatria). Além da conferência no Núcleo de Pesquisa e Documentação sobre o Oeste do Paraná - Cepedal, com o título “La inquisición de Canarias contra María Ruíz: la dificultad de determinar la locura”, a qual discutiu a atuação da inquisição espanhola, e as relações entre gênero e loucura, por meio de um processo civil e inquisitorial envolvendo uma mulher.

Teresa Sacristán é uma das integrantes do projeto coordenado pela professora doutora Yonissa Marmitt Wadi (Campus de Toledo) intitulado “Gênero, instituições e saber psiquiátrico em narrativas da loucura”. Segundo Yonissa, o objetivo é discutir como as pessoas que foram internadas em clínicas psiquiátricas por serem, em determinadas épocas de suas vidas, consideradas loucas, sentiam e expressavam a experiência da internação. “O objetivo é tentar resgatar um olhar um pouco diferente do que comumente se fala sobre as instituições, que é o olhar do saber médico”, explica.

Os autores estudados pelo grupo são Maura Lopes Cançado, que publicou o livro “O Hospício é Deus (1965)”, que retrata a época em que ficou internada no então Hospital Psiquiátrico de Engenho de Dentro (RJ); Stela do Patrocínio, também paciente psiquiátrica, falava poeticamente de sua experiência e suas poesias se tornaram livros; o último autor é Rodrigo de Souza Leão, escritor que publicou vários livros e em blogs na internet. Rodrigo produzia crônicas e registros do seu dia a dia.

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